Conforme
vídeo que circula nas redes sociais, as Forças Armadas teriam expedido nota em
que elas dizem, basicamente, que a Constituição federal estabelece os direitos
e deveres a serem observados por todos
os brasileiros e que devem ser assegurados pelas instituições, especialmente em
relação à livre expressão de pensamento e à liberdade de reunião.
As
Forças Armadas alertaram ainda que, segundo a Lei nº 14.197, de 2021, o
Parlamento brasileiro estabeleceu que não constitui crime a manifestação crítica
aos poderes constitucionais, o que vale dizer que qualquer brasileiro pode criticar
qualquer autoridade, porque isso não é crime e nem atividades jornalística ou a
reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas de
reuniões de greves, aglomerações ou qualquer outra forma de manifestação política,
com propósitos sociais.
Assim
são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos por parte de agentes públicos
como eventuais excessos cometidos em manifestações.
Como
se pode perceber, trata-se de nota da maior importância para se ressaltar,
diante das atrocidades perpetradas por um dos poderes da República, que se acha
soberano, embora tendo a necessidade da fiel observância da legislação
prevalente no Brasil.
Em
país com o mínimo de evolução e civilidade, em termos políticos e democráticos,
essa forma de alerta seria absolutamente desnecessária, na certeza de que os
poderes, em especial o Judiciário, seriam obrigados seguir à risca o
ordenamento jurídico reinante no país, evidentemente sem necessidade de
qualquer alerta, como nesse caso.
Na
verdade, isso somente potencializa a condição da condescendência dos militares
com as arbitrariedades e os inadmissíveis abusos de autoridade, porque eles são
notórios, à luz solar, mas nada é feito para coibi-los.
Convém
que as Forças Armadas se conscientizem de que alerta e nada têm o mesmo sentido
de coisa alguma, por não haver a obrigação do cumprimento de nada.
Importa
sim que a principal força militar do país encontre argumentos com a devida
robusteza de fundamento jurídico, de modo que o alerta se torne medida
coercitiva para impelir, com a máxima urgência, ao devido cumprimento da
legislação vigente no país, por todos os poderes da República, sob pena de ela
precisar ter que agir para garantir a lei e a ordem, nos moldes do que acontece
normalmente nos países evoluídos, sérios e civilizados, em termos políticos e
democráticos.
É
exatamente atuando com objetividade e responsabilidade cívicas que as Forças Armadas
poderiam voltar a reconquista da confiança dos brasileiros honrados, uma vez
que esse importante atributo foi literalmente para o espaço sideral, quando
elas permitiram, passivamente, a volta da nefasta esquerda ao poder, mesmo
sabendo das desgraças que isso inevitavelmente causaria, como vem acontecendo.
Brasília, em 5 de agosto de 2023
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