Conforme vídeo que circula nas
redes sociais, um deputado federal descreve verdadeiro rosário sobre fatos que
o último ex-presidente teria se envolvido, no governo dele, como protagonista
de ações e políticas em benefício do Brasil e da sociedade, mas ele não teria
sido bem entendido, porque a rejeição por parte dos segmentos prejudicados foi
extremamente absurda e desumana, conforme muitos casos por ele elencados.
O parlamentar se esforça para
tentar mostrar que o último ex-presidente do país teria sido o perfeito
estadista, que, de tanto combater as maldades, a corrupção e os desvios de
conduta de toda ordem, terminou sendo condenado e abandono, até mesmo pelos
generais, por principais aliados e pelo povo.
Ou seja, o ex-presidente teria
sido vítima do excesso das suas excelentes ações destinadas à mudança do Brasil,
em especial, no que se refere ao enfrentamento do sistema opositor e das
cadeias de interesses contrariados pelas políticas implantadas no seu governo.
Causa espanto que o parlamentar
só tenha conseguido elencar bondade e bravura do seu grande ídolo, como se ele
tivesse sido exemplo magistral da suprema trajetória de bom homem público,
dando a entender que ele jamais tivesse se envolvido em qualquer desvio de
conduta política, na vida pública, que tenha sido exemplo de estadista, sem ter
praticado qualquer deslize na execução de seus atos presidenciais.
Sim, o congressista tem todo
direito de pensar da forma que ele bem quiser, inclusive de somente dizer e considerar
que ele foi verdadeiro herói nacional.
Direito esse que é também
socorrido para quem pensa diferentemente dele, quando acha que o ex-presidente
tentou ser protagonista da história brasileira, ao tentar ser o paladino que
consertaria o país mais esculhambado da face da Terra.
Acontece que o ex-presidente falhou
grosseiramente, porque ele não teve preparo nem competência suficientes para enfrentar
as feras, peso pesado, do Judiciário, a partir da sua disposição de colocar em
jogo, nada mais, nada menos, o poder, que seria um processo normal caso ele não
fosse incipiente e amador diante da cátedra demonstrada pelos lobos selvagens
do sistema opositor, que o seduziram para a disputa e o envolveram em
verdadeiras emboscadas, notadamente em torno apenas do sistema eleitoral, que
serviu especialmente como armadilha para que o ex-presidente cada passo dado
fornecesse os elementos necessários para o seu afastamento do poder.
Vejam que essa disputa ingênua e
inglória permitiu a descondenação do pior criminoso da história brasileira,
permitindo a habitação dele para se candidatar ao cargo máximo do país.
Há enorme dúvida se a corte
suprema brasileira teria anulado, sem o mínimo amparo constitucional nem legal,
as condenações de prisão de político que se envolveu com as mais graves
roubalheiras que se tem conhecimento na face da Terra, se não tivesse motivo
maior do que a disputa pelo poder?
Além dessa questão central, é
preciso se notar que o ex-presidente conseguiu construir legado extremamente
desfavorável à sua imagem, que teve como resultado a potencialização da
rejeição popular, por conta do seu notório negacionismo à pandemia do
coronavírus, em que ele também se opôs à compra das vacinas, bem assim da
vacinação em si, tendo ele alertado, ma ocasião, pasmem, quem tomar a vacina
pode virar jacaré!
Também é fato que ele
contrariava, com a cara dura, as orientações do próprio governo, tanto que não
tomou a vacina e sempre foi contra o isolamento social.
O deputado se esqueceu de dizer
que a competente Operação Lava-Jato foi extinta no governo dele, no embalo das
investigações sobre irregularidades pertinentes aos desvios de dinheiro da
verba de gabinete, fato este conhecido pelo escândalo dos “puxadinhos”,
envolvendo filhos dele.
O parlamentar também deixou de
mencionar que o ex-presidente foi terrivelmente crítico da “velha política”,
que tinha por mira justamente o Centrão, o mais vergonhoso grupo político aderente
ao nefasta fisiologismo, na vida pública, tendo prometido jamais se envolver
com esse seboso e enlameado aglomerado de políticos sem caráter.
Ainda no primeiro ano de governo,
pasmem, o Centrão já estava no “colo” do Palácio do Planalto, juntamente com o
presidente, que passou, acreditem quem quiser, a controlar o Orçamento da
União, e, para o reforço da desmoralização e da esculhambação da gestão pública,
foi criado no governo de quem desaprovava os métodos pútridos do Centrão, o
nefasto orçamento secreto, que teve e ainda tem a finalidade de comprar a
consciência de parlamentar para votar a favor dos projetos do governo.
Como cereja do bolo da vergonha,
o então presidente do país se filiou ao principal partido do Centrão, o PL, sob
o argumento de que ele foi centrista desde criancinha.
Aqui também importa citar que
alguém por mais incompetente que fosse, que nem precisava ter sensibilidade,
compreenderia que, nas circunstâncias, com a oposição de sigilo às
operacionalizações das urnas eletrônicas, e especialmente com a negação da
transparência dos atos inerentes ao sistema eleitoral, em contrariedade ao
disposto no artigo 37 da Constituição, não havia a menor dúvida em se implantar
a intervenção militar, nos termos do artigo 142 da Carta Magna, como forma de
se garantir a lei e a ordem.
É lamentável que, por exclusiva
conveniência política, os seguidores do ex-presidente do país somente conseguem
enxergar as ações e os fatos que satisfazem aos seus interesses, exatamente
porque isso tem o condão de sensibilizar os incautos fanáticos, que terminam
achando que ele foi a maior vítima da história brasileira.
Não obstante, é preciso se notar
que há fatos capazes de provar que p ex-presidente poderia ter sido reeleito se
tivesse o mínimo de competência e eficiência ínsito do verdadeiro estadista, em
especial jamais ter entrado de peito aberto na inútil disputa pelo poder, no
momento exato quando ele já era o próprio poder.
Como se vê, nas circunstâncias, havia
necessidade apenas de serem ignoradas quaisquer provocações, acusações e
insinuações desrespeitosas ao governo ou ao então presidente do país, porque
ele era superior a tudo e a todos, inclusive ao perverso sistema que o mandou
para casa, evidentemente contra a vontade dele.
Brasília, em 8 de agosto de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário