sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Eleições seguras

 

Na prática, a eleição confiável, cujo resultado possa merecer as devidas credibilidade e segurança, precisa obedecer ao comezinho ingrediente de transparência, passando pela confirmação do voto, por meio da sua impressão, cujo recibo é depositado em urna acoplada, de forma segura, à máquina eleitoral, para se permitir a contagem, em forma de apuração dos votos, na própria seção eleitoral, na presença dos eleitores.

Pois bem, esse procedimento simplório e bastante transparente não se consegue no grito nem tampouco na base da crítica e muito menos da agressão a quem se posicionou contrariamente ao voto impresso e auditável, como ocorreu exatamente no Brasil, cujo resultado foi o pior possível, em que somente remanesce dúvidas, à vista do injustificável sigilo imposto à operacionalização das urnas eletrônicas.

Para que seja possível a implementação de medidas visando ao aperfeiçoamento da administração pública, basta tão somente a aprovação de normas legislativas apropriadas, que poderiam ter sido providenciadas pelo então presidente do país, caso ele tivesse o mínimo de sensibilidade política e realmente quisesse contribuir para a modernidade do sistema eleitoral brasileiro.

Não obstante, ele preferiu conspirar contra o aperfeiçoamento desejável do sistema eleitoral, ao não apresentar qualquer medida nesse sentido e ainda ficou criticando e agredindo as autoridades incumbidas da operacionalização do citado sistema, que tudo fizeram para que fosse alimentada essa horrorosa e caótica situação, de modo que, sem a devida modernização, por que necessária, o sistema poderia ser facilmente fraudável.

Isso vale dizer que não passou de importante contribuição para o sistema a perda de tempo do então presidente do país, com a ingênua alimentação de inúteis discussões, recheadas de críticas e agressões, que eram precisamente isso que o sistema pretendia, uma vez que, à míngua de normas pertinentes, o sistema poderia ser fraudável, como pode ter sido, ante à falta de transparência sobre o resultado das urnas.

Urge que os verdadeiros brasileiros se conscientizem de que de nada adianta se reconhecer a importância do voto impresso, se não houver empenho para a aprovação de normas legislativas nesse sentido.

A verdade é que a precariedade do sistema eleitoral brasileiro nada mais é do que o reflexo da incompetência político-administrativa, que é incapaz de agir visando à modernização dos sistemas republicanos e democráticos.

Brasília, em 25 de agosto de 2023

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