Na
prática, a eleição confiável, cujo resultado possa merecer as devidas
credibilidade e segurança, precisa obedecer ao comezinho ingrediente de
transparência, passando pela confirmação do voto, por meio da sua impressão,
cujo recibo é depositado em urna acoplada, de forma segura, à máquina
eleitoral, para se permitir a contagem, em forma de apuração dos votos, na
própria seção eleitoral, na presença dos eleitores.
Pois
bem, esse procedimento simplório e bastante transparente não se consegue no
grito nem tampouco na base da crítica e muito menos da agressão a quem se
posicionou contrariamente ao voto impresso e auditável, como ocorreu exatamente
no Brasil, cujo resultado foi o pior possível, em que somente remanesce dúvidas,
à vista do injustificável sigilo imposto à operacionalização das urnas eletrônicas.
Para
que seja possível a implementação de medidas visando ao aperfeiçoamento da
administração pública, basta tão somente a aprovação de normas legislativas
apropriadas, que poderiam ter sido providenciadas pelo então presidente do
país, caso ele tivesse o mínimo de sensibilidade política e realmente quisesse
contribuir para a modernidade do sistema eleitoral brasileiro.
Não
obstante, ele preferiu conspirar contra o aperfeiçoamento desejável do sistema
eleitoral, ao não apresentar qualquer medida nesse sentido e ainda ficou
criticando e agredindo as autoridades incumbidas da operacionalização do citado
sistema, que tudo fizeram para que fosse alimentada essa horrorosa e caótica
situação, de modo que, sem a devida modernização, por que necessária, o sistema
poderia ser facilmente fraudável.
Isso
vale dizer que não passou de importante contribuição para o sistema a perda de
tempo do então presidente do país, com a ingênua alimentação de inúteis
discussões, recheadas de críticas e agressões, que eram precisamente isso que o
sistema pretendia, uma vez que, à míngua de normas pertinentes, o sistema
poderia ser fraudável, como pode ter sido, ante à falta de transparência sobre
o resultado das urnas.
Urge
que os verdadeiros brasileiros se conscientizem de que de nada adianta se
reconhecer a importância do voto impresso, se não houver empenho para a
aprovação de normas legislativas nesse sentido.
A
verdade é que a precariedade do sistema eleitoral brasileiro nada mais é do que
o reflexo da incompetência político-administrativa, que é incapaz de agir
visando à modernização dos sistemas republicanos e democráticos.
Brasília, em 25 de agosto de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário