sexta-feira, 10 de junho de 2016

Evidência de desperdício


Na tentativa de moralizar a aplicação de recursos públicos, o presidente da República interino começou a chafurdar o ninho das comunicações petistas patrocinado com dinheiro dos contribuintes, tendo determinado o corte da principal fonte de recursos repassados para blogueiros considerados aliados e favoráveis aos ideários petistas.
Em declarada batalha da guerra da comunicação contra os petistas, o presidente interino determinou a retirada do orçamento de despesas destinadas àqueles aliados da presidente afastada, tendo bloqueado, de início, o valor de R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões previstos para gastos, este ano, com publicidade de ministérios e estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, como se não tivessem programas prioritários do governo.
O governo apresentou a justificativa de que os veículos seriam "instrumento de opinião partidária", obviamente com ácidas críticas ao atual governo e ao impeachment da petista, tendo informado que a verba será direcionada para iniciativas de divulgação de "múltiplas opiniões", ou seja, ela será aplicada em atividade apartidária, bem diferente da destinação inicial.
Conforme a comunicação oficial, deixarão de receber recursos públicos blogs e sites como Brasil 247, Diário do Centro do Mundo e Conversa Afiada, O Cafezinho, Pragmatismo Político, entre outros meios de comunicação que tinham o objetivo de defender os programas sociais do governo afastado, com indiscutível viés publicitário moldado com a cara e a imagem do Partido dos Trabalhadores.
O Palácio do Planalto esclareceu que foram preservados os contratos de publicidade em veículos considerados apartidários e destinados à promoção de debates de relevância pública e social, a exemplo do Observatório de Imprensa, autodefinido como "website e programa de rádio e TV brasileiro cujo foco é a análise da atuação dos meios de comunicação em massa no país", e o site Congresso em Foco, que se dedica à divulgação de matérias do Legislativo.
Enquanto o governo petista destinava milhões de reais para blogueiros fazerem disseminação de fatos nem sempre verdadeiros, com versões exclusivamente favoráveis ao governo, cuja gestão não passava de completo fracasso, os hospitais continuam sucateados e as pessoas não são atendidas ou morrem por falta da devida assistência sob a responsabilidade do Estado. É simplesmente inacreditável que ainda existiam governo que deixava de priorizar as políticas públicas, para utilizar expediente, com recursos públicos, para a promoção de algo que não funcionava: a gestão pública.
É lamentável que o país, mergulhado no mar de tanta carência e muita miséria, dava-se o luxo de permitir que o governo petista contratasse blogueiros a peso de ouro para fazer propaganda sobre algo inverossímil, inexistente, sem o menor aproveitamento para o interesse público, em clara demonstração de desperdício de recursos que deviam ser aplicados em programas que beneficiem a sociedade, que passa por privações justamente diante da escassez do dinheiro que era repassado para futilidades e publicidades inúteis.
O governo sensato, sério, cuidadoso e responsável precisa exigir, em cada despesa programada, o real resultado do custo-benefício para a sociedade, como forma de satisfação do atendimento do interesse público, determinando a apuração de responsabilidades nos casos de desperdícios de recursos públicos, como parece ser o repasse de dinheiro do contribuinte para blogueiros fazerem propaganda de algo inexistente, eis que os resultados da gestão petista se traduzem em verdadeiros assombros, à vista da generalizada insatisfação do povo.
Diante da constatação da realização de despesas completamente dispensáveis, por não corresponderem nem atenderem às finalidades públicas, convém que o governo se comprometa a fazer pente-finte no Orçamento da União, com vistas a identificar os gastos que não estejam devidamente enquadrados nos objetivos de interesse da população, de modo a escoimá-los em definitivo e destiná-los ao atendimento de atividades que se apresentam carentes de recursos, tendo em vista a imperiosa e urgente necessidade de priorização das políticas públicas, em atendimento ao bem comum. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de junho de 2016

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