quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Itamaraty sob estudos?


       Segundo informações oriundas do Itamaraty, foi criada comissão para estudar e produzir levantamento sobre a caótica situação de funcionamento do corpo diplomático brasileiro, tendo-se em conta a quantidade de embaixadas, consulados etc.
Com rombo inédito em suas contas, a chancelaria estima débito da ordem de R$ 3,2 bilhões às entidades internacionais e corre sério risco de perder poder de voto em algumas delas. O chanceler solicitou ao órgão competente do governo a liberação da quantia de R$ 800 milhões, para sanar parte das dívidas, a par de prometer reduzir custos.
Alguns diplomatas acreditam que o fechamento de postos poderia causar aumento imediato dos custos, com mudanças, rompimento de contratos e outros compromissos financeiros, mas as dificuldades orçamentárias impõem a necessidade de estudos para o enxugamento de postos inúteis e dispendiosos.
Normalmente, o fechamento de embaixadas gera impacto político e muitas críticas, justamente por contrariar interesses de segmentos da diplomacia, que não estão nada preocupados com a situação de penúria do orçamento do Itamaraty nem do país, cuja pasta vem passando por vexames, diante do estreitamento dos recursos que lhe são destinados, nos últimos tempos.
Não há dúvida alguma de que é imperioso acabar com a farra da gastança com embaixadas, consulados ou postos absolutamente dispensáveis, situados em países ou lugares sem a menor importância econômica ou estratégica para os interesses do Brasil, dando a impressão de que o país tem dinheiro sobrando.
Aliás, é preciso rever, com urgência, o plano megalomaníaco do ex-presidente petista de abrir embaixadas até em planeta inexistente, como forma de mostrar que o Brasil tinha força diplomática e poderia ser forte candidato ao Conselho de Segurança da ONU, cujo projeto não passou de enorme estupidez, porque as grandes nações perceberam a ambição ridícula de país que não tinha nem mesmo condições para manter a segurança nacional, quanto mais integrar órgão da relevância daquele conselho, que precisa de muita competência que passa ano-luz de distância do país tupiniquim.
Além do mais, o governo petista aparelhou o Itamaraty para manter excelentes relações diplomáticas exclusivamente com países socialistas, simpatizantes do bolivarianismo retrógrado, de modo a haver enorme distanciamento dos países evoluídos e desenvolvimentos econômico e democraticamente, permitindo a progressiva involução da diplomacia brasileira, que, no passado recente, havia alcançado respeitabilidade no mundo, justamente por suas inteligência e competência com relação às políticas internacionais.
No governo petista, a diplomacia brasileira passou por período negro, justamente pela imposição de ideologia que prestigiava as relações com países socialistas, em claro desprezo ao estreitamento com as nações que poderiam contribuir para o desenvolvimento socioeconômico, fato que contribuiu para gigantesco retrocesso da posição de vanguarda que o país já havia conquistado, graças ao esforço ao aprimoramento e aos avanços diplomáticos.
O chanceler poderia empregar os princípios do bom senso e da racionalidade, para determinar amplos e profundos estudos sobre a real situação da diplomacia brasileira no mundo, de modo que sejam levadas em conta, de forma justificada, a necessidade estratégica da sua existência em cada localidade e a indicação dos benefícios propiciados para o Brasil, em termos sociais, políticos e econômicos, aferindo, em especial, o custo-benefício das despesas, que são monstruosas e ainda são causa de muito desperdício, luxo e suntuosidade, bem diferentes da realidade do estado de pobreza e carência dos brasileiros e da própria existência dos aparatos dispendiosos que levaram o país a ficar inadimplente em diversas localidades, com persistentes cobranças que maculam a imagem do Brasil.
O chanceler precisa mostrar competência para enxugar, de forma expressiva, os gastos com a diplomacia e imprimir o sistema de eficiência no funcionamento do corpo diplomático brasileiro, pelo mundo, de modo que a sua existência seja devidamente justificada exatamente pelos resultados benéficos aos interesses brasileiros.
Sabe-se que, durante os últimos governos criaram ou promoveram serviços diplomáticos sem nenhum critério técnico sobre a sua real necessidade senão para o atendimento de conveniência pessoal e partidária, para a satisfação de objetivos alheios aos interesses nacionais.
O momento de dificuldades orçamentárias exige que o chanceler adote medidas de racionalização e aperfeiçoamento das atividades diplomáticas, de modo a contribuir para as tão ansiadas austeridade e economicidade pelos brasileiros que se sacrificam diante de enorme carga tributária, enquanto não há demonstração de racionalização quanto aos órgãos da administração pública, que precisam passar por inadiável enxugamento, para funcionar com eficiência e efetividade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 09 de junho de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário