sexta-feira, 17 de junho de 2016

Risco injustificável


A Organização Mundial da Saúde (OMS) descartou cancelar ou mudar a sede da Olimpíada do Rio de Janeiro, à vista de apelo feito por 150 especialistas, no sentido de adiar ou transferir a competição mundial, em razão do vírus da zika, que tem sido motivo de preocupação por parte dessa importante organização mundial.
Segundo a OMS, até o momento, "cancelar ou mudar a sede dos Jogos Olímpicos não mudaria de maneira significativa a propagação internacional do vírus da zika".
A OMS sustentou que "As pessoas seguem viajando a estes países por muitos motivos, a melhor maneira de reduzir o risco é seguir as recomendações de saúde pública".
O Brasil é o país mais atingido pelo vírus da zika, com cerca de 1 milhão e meio de pessoas afetadas desde 2015. Outros sessenta países registraram casos deste vírus, que se propaga através de mosquitos. 
Os mencionados especialistas alertaram que "Toma-se um risco desnecessário quando 500.000 turistas estrangeiros, provenientes de todo o mundo, se dirigem aos jogos e se expõem à cepa, antes de voltar aos seus países, onde a infecção pode se tornar endêmica".
Médicos e pesquisadores das principais universidades do mundo disseram em carta que "Nossa maior preocupação é a saúde pública mundial. A cepa brasileira do vírus da zika afeta a saúde de maneiras que a ciência nunca havia observado antes".
Não se pode ignorar que o vírus da zika pode causar sérios transtornos neurológicos e microcefalia, que são formas de malformação na qual a criança nasce com a cabeça pequena ou na qual a cabeça para de crescer depois do parto.
Embora não veja restrição à realização da Olimpíada, a OMS, de forma absolutamente incoerente, recomenda que mulheres grávidas não viajem aos países ou regiões onde foram registrados casos de transmissão sexual do vírus da zika e, nesse caso, se inclui o Rio de Janeiro.
Por seu turno, a OMS achou por bem alertar as pessoas que viajarem ao Brasil, para a Olimpíada, que observem as recomendações de saúde pública de seus países antes de partir e consultar um médico.
Parece não restar dúvida de que o pedido em referência tem completas consistência e plausibilidade, sobretudo porque trata-se de apelo de, nada mais nada menos, 150 especialistas que têm conhecimento de causa e a sua manifestação funciona como medida cautelar de enorme importância para a saúde mundial, considerando que o evento terá a presença de pessoas dos continentes, que poderão ser prejudicados com a transferência do vírus da zika para as localidades de origem dos visitantes.
Os governos dos países sérios e preocupados com a integridade da população prioriza os gastos públicos no saneamento das mazelas existentes, como forma de demonstrar a real competência da gestão pública, enquanto as republiquetas nomeiam como metas prioritárias eventos como Copa do Mundo e Olimpíada, que são empreendimentos próprios para países que convivem sem qualquer deficiência na prestação de serviços públicos e que esses empreendimentos podem contribuir para propiciar a promoção da sua imagem, diferentemente dos países atrasados que gastam onde não há benefício para a população.
A situação da dengue é, indiscutivelmente, motivo de muita preocupação, por se tratar de doença endêmica que a incompetência do governo brasileiro não permitiu controlar a sua incidência, em que pese o mundo científico ter demonstrado que realmente há intranquilidade e insegurança diante da possibilidade da disseminação do vírus mundo afora, sem que o governo tupiniquim assuma qualquer responsabilidade por mais esse desastre na saúde pública, agora com possível abrangência mundial, ficando a cargo de cada país arcar com o ônus pela incompetência brasileira.
Os fatos mostram, à saciedade, que os governos petistas são responsáveis pelos micos da Copa do Mundo de Futebol e da Olimpíada, por terem causado altíssimos investimentos em obras específicas para os eventos, cujo retorno resultaram em enormes prejuízos para os brasileiros, à vista da concentração de recursos em projetos ou atividades que continuam consumindo altos dispêndios, sem utilidade para a população, enquanto as carências localizadas permanecem sem a presença do Estado, exatamente por falta de recursos.
Convém que os brasileiros protestem, com veemência contra a realização desses eventos megalomaníacos, absurdos, dispendiosos, inúteis e dispensáveis, em circunstâncias tal que o país apresenta enormes carências em áreas sociais, tendo em conta que não há a menor razão plausível a justificá-los, ante as notórias inexistências de serviços públicos de qualidade e de obras públicas, principalmente de saneamento básico, que poderiam minimizar a epidemia do vírus da zika, as quais poderiam ter sido implementadas com os recursos aplicados nas obras superfaturadas e absolutamente injustificáveis dos eventos em comento, que se traduzem em pesado ônus para os contribuintes. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de junho de 2016

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