O
ex-presidente da República petista afirmou, em entrevista ao canal russo RT em
espanhol, que o governo do presidente em exercício "deveria se comportar como interino", sob o argumento de que o
Senado Federal ainda pode mudar de ideia e a presidente afastada voltar ao Palácio
do Planalto.
Na
entrevista, o ex-presidente criticou o fato de o governo interino – que na
avaliação dele não tem legitimidade – realizar mudanças nesse período sem que o
afastamento da petista esteja confirmado em definitivo, porque: "E se daqui a três meses a Dilma conquista a
vitória no Senado, terá que refazer tudo. Um país não pode suportar isso. O
governo interino está atuando com muita falta de respeito àquilo que o Senado
lhe deu: uma interinidade.".
O
petista qualificou o processo de afastamento da presidente como "estupro contra a democracia brasileira",
sem entrar em detalhes quanto aos fatos que deram origem a essa medida.
O
ex-presidente disse que o seu desconforto no dia do afastamento da presidente ocorreu
não apenas porque ela deixava o poder de forma abrupta, mas em razão da
interrupção de "todo um projeto, de
sonhos, de inclusão social", tendo defendido seu legado de aumento da
classe média e da retirada de milhões de pessoas da miséria.
O
ex-presidente disse que, caso houvesse acordo geral, seria possível a convocação
de eleição geral e também assembleia para a realização de reforma política,
tendo aproveitado para rechaçar a administração do presidente interino, ao
ressaltar que "Não se pode conformar
é que, em pleno século 21, tenhamos um governo ilegítimo.".
O
petista disse ainda que o Brasil "tem
uma democracia muito recente, de apenas 31 anos", mas que "para os conservadores parece que era muito
tempo". Ele criticou o impacto desse fato para a imagem do país.
Segundo ele, há muitos brasileiros dispostos a irem às ruas, como "artistas, intelectuais, sindicalistas, os negros".
O
ex-presidente disse que a presidente afastada foi vítima de "um boicote dos meios de comunicação e de
empresários que não pagaram seus impostos para diminuir a arrecadação do
governo", tendo aproveitado para também fazer um mea culpa, ao reconhecer que é preciso "admitir nossos erros", porque a presidente foi eleita com base
em um discurso, mas depois da vitória "não
fizemos o que dissemos".
Em
conclusão, o petista disse que a presidente afastada tem consciência de que
"terá de mudar muitas coisas para
governar com o apoio da maioria do povo brasileiro".
As
alegações de que houve afronta aos princípios constitucionais, para o
afastamento da presidente do país, também não têm amparo legal, porque os fatos
mostram que ela cometeu crime de responsabilidade que não é admitido pelo
petista, embora os rombos nas contas públicas conspiram contra isso, tendo em
vista que as pedaladas fiscais não têm previsão na Carta Magna, fato que
caracteriza ferimento ao disposto no seu artigo 85, inciso VI.
O
petista precisa se conscientizar que estando investido no cargo de presidente
da República, mesmo que sob interinidade, a Constituição não faz restrição aos
poderes do titular, que tem plena autonomia para adaptar a máquina pública às
suas ideias e metas de governo, cabendo, obviamente, ao futuro presidente, caso
seja a petista, refazer ou readaptar tudo ao seu modo de governar.
Também
não passa de miragem a ideia de mudança da mentalidade da petista, caso ela
volte ao governo, para atender a vontade da maioria dos brasileiros, porque
estes querem que ela jamais vote ao poder, depois da sua desastrada gestão, que
conseguir destruir as esperanças de uma nação que tem os melhores componentes
econômicos para figurar entre as maiores potências mundiais, mas na atualidade
se encontra destroçada graças à incompetência, à omissão, à ineficiência e às
deficiências de todo ordem.
Os
reflexos dessas trapalhadas são a recessão econômica, o desemprego, os juros
altos, a inflação acima da meta, os rombos nas contas públicas, as dívidas
públicas impagáveis, a diminuição da arrecadação, a inexistência de
investimentos público e privado, os serviços públicos de péssima qualidade,
quanto existentes, e muitas mazelas que colocam o Brasil entre as piores nações,
em estado lamentável com relação à gestão pública.
Não
há a menor dúvida de que as avaliações do petista não passam de devaneios de
quem foi esmagado pelos fatos lastimáveis quanto à incompetência na execução das
políticas de governo, onde os serviços públicos foram os piores do mundo,
conforme demonstra a gigantesca insatisfação do povo; da desmoralização da
administração pública, com os casos de corrupção e de loteamento dos
ministérios das empresas estatais, imprimindo a degeneração dos princípios da
administração; da completa degeneração das políticas econômicas, onde seus
resultados são de extrema gravidade, em especial no que diz respeito ao
desemprego, que atingiu índices alarmantes, à desindustrialização, com reflexo na capacidade da produção nacional;
entre tantas precariedades que contribuíram para entravar o desenvolvimento
socioeconômico.
À
toda evidência, não há como se dá crédito às desesperadas palavras do
ex-presidente, porque elas não passam de argumentações carentes de fundamento
por parte de quem teve toda oportunidade de mostrar competência administrativa,
pelo tanto de tempo à frente do poder, que foi exercido com o exclusivo
propósito de consolidar a hegemonia da ideologia socialista, representada pelas
bolsas travestidas pela distribuição de renda com viés populista-eleitoreiro
próprio do caudilhismo obsoleto e ultrapassado, como de fomento às ideias
mórbidas da perpetuidade no poder, que sempre foi o único projeto relevante da
legenda, que foi tragado e travado por seus próprios erros.
Os
brasileiros precisam se conscientizar da urgente necessidade de mudanças da
classe política dominante, como forma de oxigenação das atividades
político-administrativas, em benefício do país e do povo, ante a demonstração
de extrema incivilidade por parte dos caciques que não se conformam com medidas
indispensáveis às salutares práticas de aperfeiçoamento e modernização dos
princípios democrático e republicano. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 04 de junho de 2016
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