sábado, 18 de junho de 2016

Pesquisa inconsistente


Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pelo site de VEJA, o governo do presidente interino tem desaprovação de 55,4% dos ouvidos no levantamento, que ainda disseram que há pouca esperança de mudanças nos rumos da economia com o governo em exercício.
Ainda de acordo com a pesquisa, o primeiro mês da atual administração tem aprovação de 36,2% dos entrevistados.
O desempenho do peemedebista é igual ao que se esperavam dele por 52,7% dos entrevistados, enquanto, para 23,3%, ele se mostra pior que o esperado e, para 18,6%, houve melhora do que a expectativa.
As mulheres lideram a desaprovação à gestão do peemedebista, com 59,1%, enquanto os homens puxam o índice para baixo, em 51,5%.
O índice mais elevado de desaprovação do presidente chega a 64,7%, na Região Nordeste, que é tradicional reduto do PT, por sempre dar ampla vitória aos candidatos majoritários do partido. Entre os mais pobres, com salário de até R$ 1.446,00, a desaprovação é de 58,2%.
A aprovação do presidente interino atinge 41,4% com entrevistados acima de 60 anos, elevando-se para 44,2% com os moradores do Sul do país.
Para 44,6% dos entrevistados, o afastamento da petista não deve impactar a economia. Na opinião deles, as situações referentes à recessão e à alta no desemprego vão permanecer como está. Na visão de 33,2% dos ouvidos, a economia vai melhorar e pode piorar, na avaliação de 19,3%.
A pesquisa também revela que, em comparação ao início da gestão de ambos os presidentes, quase a metade dos entrevistados considera que pouco mudou, sendo que 48,8% acham que a administração do peemedebista tem sido igual à da petista, mas, para 28,9%, ele está indo "melhor" que ela, e para 16,9%, ele tem desempenho pior.
Quanto ao afastamento da petista, 66,7% dos entrevistados não consideram golpe o impeachment contra a democracia, fato que tem sido bastante explorado por ela e seus simpatizantes, evidentemente por conveniência, eis que isso até se tornou principal mantra de defesa da presidente. A absurda tese do golpe somente convenceu 29,5% dos entrevistados, que estão convencidos dessa anormalidade jurídica.
Com pequena maioria de 53,5%, os entrevistados acham que o presidente em exercício conseguirá chegar ao fim do mandato, em 2018, mas outros 40,3% disseram que o peemedebista sofrerá impeachment, ou seja, ele será afastado do cargo antes do término do mandato.
À toda evidência, por questão de justiça e de bom senso, a pesquisa em comento somente mereceria a devida credibilidade se seus resultados tivessem por base elementos exclusivamente da gestão do presidente interino, uma vez que os resultados provenientes do rombo das contas públicas, da má administração e das mazelas da gestão da presidente afastada não fazem sentido ser avaliados no atual contexto, por haver incoerência quanto à dinâmica administração de ambos.
É indiscutível que o objetivo da pesquisa é mostrar situação, em princípio, que sirva de balizamento sobre a avaliação do desempenho dos governantes, individualmente, em termos comparativos, mas a sua credibilidade deve se fundamentar em resultados relacionadas com elementos e dados das exclusivas gestões da presidente afastada e do presidente interino, uma vez que as avaliações por parte dos entrevistados provêm, lamentavelmente, ainda da economia em frangalhos e da inexistência de empregos e produção, impedindo que haja investimento e confiança na gestão do peemedebista, comparativamente com a da petista.
Não parece justo que o presidente interino seja julgado por atos que não tenha cometido, principalmente no que diz respeito aos desastrosos resultados da economia, porque ele pegou o país em completa destruição, em recessão econômica, desemprego em pleno vapor, inflação, juros e dívidas públicas nas alturas, com a retirada do capital estrangeiro, porque os investidores  não confiavam mais na então presidente do país, diante de tantas mazelas que contribuíram para travar o processo de desenvolvimento.
Parece impossível se fazer avaliação sobre o desempenho da gestão do presidente interino, quando os indicadores econômicos são praticamente todos do governo dela, porquanto os dados de avaliação são absolutamente negativos e atrelados às políticas adotadas na administração anterior, o que significa dizer que o resultado da pesquisa não pode ser considerado normal, por se basear em elementos inadequados.
Na verdade, pretende-se mostrar que o quadro econômico, em especial, não é apropriado para se avaliar o real desempenho do presidente interino, uma vez que os dados são absolutamente inconsistentes e qualquer conclusão não reflete exatamente a situação de momento.
Convém que as pesquisas, para a sua fidedignidade e consistência, sejam realizadas com base no exclusivo desempenho de cada governante, de modo a se puder cumprir a real finalidade de sopesar os atos da lavra de cada qual, obviamente com a possibilidade de se mostrar os resultados isolados da gestão específica. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de junho de 2016

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