O
governador em exercício do Rio de Janeiro se manifestou de forma duríssima sobre
o estupro de uma adolescente de 16 anos na zona oeste da cidade, que no passado
bem distante já foi literalmente considerada Maravilhosa, tendo ele afirmado,
de forma tranquila e enfática, que, se dependesse dele, o crime seria punido com
a pena de morte.
O
governador usou palavras diretas para afirmar que "Eu considero o crime de estupro o mais hediondo dos crimes. Se
dependesse de mim, ele seria punido com a pena de morte.”.
O
governador tinha se encontrado com o chefe da Polícia Civil, a quem mostrou a
sua indignação sobre a barbárie em causa e disse que "... o Estado tomasse a punição a mais violenta
possível, porque essas pessoas desonraram o Estado do Rio de Janeiro".
Já
a delegada titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) disse,
de forma categórica, que há provas suficientes de que a adolescente foi vítima
de estupro no Rio.
Em
coletiva de imprensa, a delegada confirmou que o resultado do exame de corpo
delito, feito tardiamente, não aponta indícios de violência, mas que isso não é
determinante para atestar a ocorrência do crime.
Ela
disse que "Na minha convicção, houve
estupro. O vídeo mostra o rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O
que eu quero provar agora é a extensão desse estupro, quem e quantas pessoas o
praticaram, uma, dez, ou trinta e três".
A
delegada aproveitou o contato com a imprensa para criticar a falta de
consideração à vítima, que ainda teria passado pelo constrangimento da tentativa
da incriminação, como se ela, além do terrível sofrimento, ainda tivesse culpa pela
selvageria cometida contra si.
A
tragédia que chocou o país nada mais é que o retrato bem nítido da crise
humanitária que aflige os brasileiros de todas as regiões, que sente na pele,
no dia a dia, a barbárie da violência e da intranquilidade, cada vez presente
na vida das pessoas que clamam por medidas capazes de contribuir para, ao
menos, minimizar a ação cada vez mais intensa e insana da criminalidade, que
conta com a estúpida e inadmissível benevolência da impunidade, que é fruto da
incompetência das autoridades incumbidas da formulação de normas jurídicas
atualizadas, aperfeiçoadas e compatíveis com o imperioso combate, sem dor nem
piedade, à criminalidade.
À
toda evidência, a pena de morte é absolutamente impossível nas condições de
precariedades socioeconômicas da atualidade, mas a gravidade do crime de
estupro deveria haver condenação extremamente exemplar, que ficasse marcada
para sempre na vida do criminoso, tal qual acontece com a vítima, que ficará
eternamente com o pesadelo causado pelas irracionalidade e selvageria humanas,
que certamente não imaginam o que isso pode causar de muito mal ao seu semelhante,
que nunca há de esquecer o inferno da violência urbana.
Não
faz sentido as autoridades públicas simplesmente demonstrarem indignação somente
por ocasião de episódios trágicos e desumanos como esse estupro ocorrido numa
favela do Rio de Janeiro, que demonstra muito bem a degeneração da segurança
pública e a gritante falta de investimentos em programas de governo capazes de
resolver ou amenizar a grave a crise de violência que grassa no país, onde o
combate à criminalidade apenas faz parte do cenário da indignação dos
brasileiros, como terrível legado dos governantes, não importando seus
partidos, porque eles estão muito mais interessados na defesa de seus projetos
políticos, fazendo uso, obviamente, de recursos públicos, mesmo porque a classe
política dominante é muito bem protegida com a cuidadosa segurança patrocinada
pelos bestas dos contribuintes.
Urge
que os brasileiros se conscientizem sobre a imprescindível necessidade de
mudanças das estruturas dos sistemas político-administrativos, em especial quanto
à completa reformulação das representações políticas, de modo que os homens
públicos tenham a mentalidade compatível com a nova realidade contemplada com
os avanços da humanidade, onde as questões sociais devam merecer a primazia e
as prioridades das políticas públicas, com vistas à resolução dos gravíssimos
problemas que afligem a população, principalmente no tanque à segurança pública.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 03 de junho de 2016
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