Sem
se intimidar pela reação do chanceler brasileiro de criticar abertamente as
declarações dos governos bolivarianos em relação aos acontecimentos políticos
no Brasil, a diplomacia de Cuba faz campanha junto aos órgãos internacionais
contra o governo interino.
O
Jornal O Estado de S. Paulo teve acesso,
com exclusividade, a e-mail enviado pela missão de Cuba perante às Nações
Unidas, para mais de uma dezena de organismos internacionais, alertando para o
“golpe” no Brasil.
Na
mensagem, o governo cubano descreve o conteúdo da declaração como sendo “sobre o golpe do estado parlamentário e
judicial no Brasil”, contendo documento com declaração assinada em Havana e
já publicada, que acusa o presidente interino de ter “usurpado o poder”, apoiado pela “grande imprensa reacionária e o imperialismo”.
Consta
no documento que “Dilma, Lula, o PT e o
povo do Brasil contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba”,
que denuncia as “manobras” da “oligarquia” e a “contraofensiva reacionária”.
O
documento foi direcionado para a Organização Internacional do Trabalho,
Organização Mundial do Comércio, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, e
demais organismos da ONU, além de dezenas de organizações governamentais.
Em
contraposição, o Itamaraty enviou aos Ministérios de Relações Exteriores de
países com os quais mantém relações informação dizendo que a petista foi
afastada por meio de processo que segue a lei e a Constituição do país, na
tentativa de desconstruir a versão de que houve “golpe de Estado” no Brasil, na forma da divulgação da petista, de
seus aliados e dos petistas.
Diante
da rebeldia dos países socialistas e comunistas, aliados da petista, o
Itamaraty emitiu notas à imprensa, repudiando as declarações infundadas dos
países que atacaram o processo de impeachment da presidente afastada.
A
nota brasileira diz que “Os argumentos
apresentados, além de errôneos, deixam transparecer juízos de valor infundados
e preconceitos contra o Estado brasileiro. Além disso, transmitem a
interpretação absurda de que as liberdades democráticas, o sistema
representativo, os direitos humanos e sociais e as conquistas da sociedade
brasileira se encontrariam em perigo. A realidade é oposta”.
É
bastante sintomático que os governos bolivarianos, que não resistem aos
princípios democráticos, por terem governos obtusos e tirânicos, foram os
únicos a tomarem as dores da petista, deixando clara a insatisfação pela
certeza da perda do apoio às causas socialistas, inclusive às benesses em forma
de financiamentos de obras, que deveriam ter sido feitas no Brasil, por
envolver recursos dos brasileiros, arrecadados de contribuintes brasileiros.
O
Brasil precisa deixar claro que a nota expedida pelo governo cubano, além de
ser agressiva ao país, não condiz com os princípios internacionais de respeito
à autonomia e à independência dos países, ante do claro ferimento ao respeito
mútuo que as nações precisam demonstrar de não interferência nos negócios e nos
assuntos de cada nação.
A melhor resposta que o Brasil precisa
dar é mostrar, não somente aos governos ditatoriais, que defendem o anacrônico
sistema socialista, mas ao mundo, os fatos, com os mínimos detalhes,
pertinentes à violação das normas de administração orçamentária e financeira,
que resultou no rombo nas contas públicas, com a capitulação do art. 85, inciso
VI, da Constituição Federal e as reiteradas decisões do Congresso Nacional, sob
o importante respaldo do Supremo Tribunal Federal, sempre se manifestando pela
legitimidade do processo de impeachment da presidente da República afastada,
para que se esclareça de vez que é ridícula a catilinária acerca de golpe, conquanto
falta humildade para se assumir a culpa pelo reiterado e contumaz
descumprimento dos limites da meta fiscal, em afronta às disposições constantes
das Leis de Responsabilidade Fiscal e de Diretrizes Orçamentárias e ao
compromisso presidencial de cumprir e fazer cumprir as leis do país, em
evidente caracterização da quebra de juramento de posse, com implicação no
crime de responsabilidade fiscal, previsto na Carta Magna.
Os
brasileiros precisam se conscientizar sobre a gravidade da inobservância dos
limites de gastos impostos pelos princípios orçamentário-financeiros, segundo os
quais as despesas não podem ultrapassar as receitas, procedimento que é ainda
mais condenável quando a gastança seja intensificada no período eleitoral, com
vistas a contribuir para melhorar a aparência de candidato governista.
Urge
que o Itamaraty rechace as insinuações de ilegitimidade do processo de
impeachment, à vista da estrita observância dos princípios constitucional e
legal, respaldada por diversas decisões do Supremo Tribunal Federal sobre recursos
impetrados por parte da presidente afastada, tudo confirmando a plena legitimidade
do questionado impeachment. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 15 de junho de 2016
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