segunda-feira, 27 de junho de 2016

Precariedade e destruição


       O presidente venezuelano resolveu ordenar, como parte do estado de exceção e de emergência econômica decretado por ele, a intervenção nas fábricas que estiverem paralisadas e a detenção dos empresários que pararem a produção com o objetivo de, segundo ele, "sabotar o país".
Ele declarou que, "No âmbito desse decreto em vigor (...) tomemos todas as ações para recuperar o aparelho produtivo que está sendo paralisado pela burguesia (...), e quem quiser parar para sabotar o país que vá embora, e o que fizer isso deve ser algemado e enviado para a PGV (Penitenciária Geral da Venezuela)".
Inicialmente, a medida pode respaldar a tomada de quatro fábricas de cerveja da Empresas Polar - a maior produtora de alimentos e de bebidas do país, uma vez que as unidades de produção se encontram paralisadas, em consequência das dificuldades de acesso a divisas para importar insumos, conforme informação prestada pela companhia, à vista do rigoroso controle cambial imposto desde 2003, ainda na gestão do presidente mentor da Revolução Bolivariana.
Em reunião com seus seguidores, o presidente apelou para o povo ajudá-lo a recuperar o que ele considera de plantas paralisadas pela burguesia, para serem entregues ao próprio povo.
O governo venezuelano enfrenta severas crises social, política, econômica e humanitária, que têm forte reflexo na avaliação no desempenho do presidente, como a sua reprova por 68% dos venezuelanos, segundo o instituto Venebarómetro.
          O próprio nome já especifica a real finalidade do estado de exceção adotada pelo presidente venezuelano, ficando muito claro que a medida implica a restrição dos direitos civis, em especial no poder de intervir nas indústrias, fábricas e empresas que estejam paralisadas, inclusive podendo encarcerar seus proprietários.
Trata-se de estado totalitarista que muda na marra, por ato ditatorial, o sistema econômico, em consonância com a famigerada ideologia da plena dominação imposta pelo sistema socialista/comunista, que traz no seu bojo o ímpeto degenerativo dos princípios da competência, eficiência, legalidade, bem assim dos direitos humanos.
É evidente que o povo é responsável pela truculência administrativa pela qual a Venezuela se depara, na atualidade, porquanto foi o povo que fez sua opção de colocar no poder pessoa que demonstra completo despreparo, à vista de seus desastrados atos e da degeneração do país, em especial no que diz respeito às políticas econômicas.
          Convém frisar, a propósito, que o Brasil ainda não está totalmente imune de passar por projeto político nos moldes da Venezuela, tendo em vista que as medidas de degenerência implantadas naquele país têm a simpatia da presidente afastada e de seu partido, uma vez que o presidente bolivariano sempre mereceu os melhores apoios do governo brasileiro para seus projetos deletérios que conduziram aquela nação à bancarrota, sob o manto do sistema socialista, comprovadamente obsoleto, retrógrado, à vista da situação de total precariedade e destruição.
À luz do caos evidenciado na Venezuela, há cabal demonstração de que o dito popular segundo o qual "o povo tem o governo que merece" se encaixa com perfeição no caso da Venezuela, em que o governo socialista/bolivariano conseguiu destruir a economia do país e a dignidade da população e ainda continua governando com a mão fortíssima da tirania própria do sistema socialista/comunistas, que ainda têm a insensatez de atribuir a falência e a degeneração da sua gestão a fatores estranhos e misteriosos ou a burguesia e a oposição, sem nunca aceitar ou assumir as próprias deficiências e precariedades, que são indiscutivelmente notórias.
A deterioração da Venezuela é realidade que os brasileiros devem conhecer e se inteirar sobre seus detalhes, para perceber que todo processo deletério tem como causa a adoção naquele país do famigerado sistema socialista/comunista, cujos princípios foram capazes de conduzi-lo ao verdadeiro inferno, em que o povo é obrigado a conviver com as piores crises social, política, econômica e humanitária. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de junho de 2016

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