sexta-feira, 10 de junho de 2016

Premência do enxugamento de gastos


Em face da proibição do uso de aeronaves oficiais pela Presidência da República, para o deslocamento da presidenta da República afastada para participar de atividades políticas, o PT fretou avião particular para transportá-la a Campinas, em São Paulo.
Naquela cidade, a petista participou de encontro em seu apoio, que foi organizado por cientistas e outros simpatizantes, tendo regressado a Brasília.
A segurança da presidente afastada foi garantida pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, que, como de praxe, disponibilizou agentes para acompanhá-la durante o transporte e a participação dela no evento.
A assessoria de imprensa da presidente afastada esclareceu que a utilização do voo fretado ocorreu porque não foi possível a compra de passagem em voo comercial.
Logo após o GSI negar o pedido de transporte em aeronave oficial para a presidente afastada, a defesa dela protocolou reclamação na Presidência da República, direcionada ao presidente interino, onde consta atribuição de responsabilização ao Palácio do Planalto por "quaisquer situações que violem" a segurança pessoal da petista.
Em resposta, o GSI assegurou que todos os protocolos de segurança continuarão sendo seguidos nos deslocamentos da presidente afastada, desde que sejam informados os dados pertinentes às viagens, aos procedimentos de deslocamento, aos planejamentos sobre trajetos etc.
A Presidência informou que o transporte terrestre, compreendendo o trecho entre o Palácio da Alvorada e o aeroporto, terá a cobertura de comboio com cinco carros e uma ambulância, seguindo orientação de segurança à presidente afastada.
No caso da segurança da petista, os custos serão pagos com recursos públicos, por se tratar de previsão legal à proteção do presidente da República e do vice-presidente, por parte do GSI, enquanto as despesas com as viagens serão de competência do PT, que já esclareceu que as despesas de futuras viagens "ainda serão avaliadas" pela direção nacional do partido.
Os estudos sobre a proibição do uso de aeronaves oficiais à presidente afastada, para o seu deslocamento para lugares estranhos a Porto Alegre, onde ela tem residência, têm por fundamento o fato de que, estando, como o próprio nome diz, afastada das funções presidenciais, inexiste agenda oficial a ser cumprida regularmente como chefe de Governo ou chefe de Estado.
Diante disso, não seria justo nem razoável ou racional que aviões oficiais fossem utilizados para que a presidente afastada participasse de atos de natureza estritamente políticos, estando as questionadas restrições em consonância com o entendimento segundo o qual os deslocamentos de aeronaves oficiais devem ser em exclusivo objeto de "trabalho", ou seja, no atendimento do interesse público.
Uma fonte do Palácio do Planalto disse que está prevista a possibilidade de restrição ainda maior aos deslocamentos da petista, conforme estudos ainda em avaliado. No momento, a presidente afastada pode utilizar os aviões oficiais somente no trajeto entre Brasília e Porto Alegre (RS).
É muito importante que o governo estude, com as devidas profundidade e urgência, todos os casos de mordomias, regalias e privilégios concedidos na administração pública, como o abusivo uso de carros e aviões oficiais, cartões corporativos, telefones celulares, diárias e demais benesses consideradas injustificáveis, dispensáveis e absolutamente dispendiosas, uma vez que a sua racionalização com base na definitiva eliminação, contribuirá de forma substancial para a melhoria e o aperfeiçoamento da eficiência dos serviços públicos, que precisam funcionar sem esse vergonhoso ranço dos privilégios à casta da República, não passam de aproveitadores do poder.
Todo esforço para a supressão dessas injustificáveis liberalidades com recursos públicos demonstra completos bom senso e sensatez administrativos, à vista da cristalina situação de realidade dos brasileiros, que já tiveram exauridas suas esperanças de serviços públicos de qualidade, justamente em razão da escassez de recursos, confirmadas pelos crônicos déficits orçamentário-financeiros, corroborados pelo rombo das contas públicas superior a R$ 170 bilhões, que obriga a redução dos investimentos em obras e programas sociais de suma importância para o desenvolvimento socioeconômico.
O governo precisa demonstrar seriedade e responsabilidade, ao se dignar a se debruçar com afinco sobre a necessidade da urgente eliminação de privilégios mantidos para poucos apaniguados da República, tendo como consequência enorme ônus para o orçamento mantido a duras penas pelos sacrificados contribuintes, que são obrigados a suportar pesados encargos tributários sobre seus ombros, que já se mostram calejados de tantos esforços diante da insensatez dos governantes, que são insensíveis ao enxugamento da máquina pública e à eliminação de dispensáveis concessões e benesses abusivas e absurdas. Acorda, Brasil!  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de junho de 2016

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