O
presidente venezuelano declarou que, se a oposição "cumprir seus requisitos, o referendo revogatório será no próximo ano e
ponto", descartando, assim, que a consulta para o tirar do poder possa
acontecer ainda em 2016, como exige a oposição.
Ele
insistiu, dizendo ainda que "devemos
respeitar o que diz o Poder Eleitoral. Se
queriam invocar esse referendo este ano, tinham de ter pedido em 11 de janeiro
deste ano (um dia depois da metade do mandato presidencial) para que os tempos lhes fossem dados, se
cumprissem os requisitos".
O presidente venezuelano também
declarou que "entramos com as ações"
de nulidade no Tribunal Supremo de Justiça contra o processo revogatório, sob a
alegação de que a primeira coleta de assinaturas continha quase 11.000 mortos e
quase 2.000 condenados por crimes, o que o governo classificou de "fraude".
Com
o regulamento do próprio Conselho Nacional Eleitoral em mãos, a oposição
garante que o referendo pode ser realizado este ano, entre o final de outubro e
novembro.
Para
avançar no processo de convocação do referendo, a oposição venezuelana já
conseguiu validar o dobro das assinaturas anteriormente coletadas, satisfazendo
os requisitos exigidos para a realização do referendo revogatório do mando do
presidente daquele país.
O
presidente enfrenta pesadas críticas, manifestações e confrontos por causa da grave
recessão econômica, da inflação mais alta do mundo e do descomunal desabastecimento
de produtos básicos e de remédios.
Após
o cumprimento do requisito de validade de assinaturas, o CNE fixará a data para
o referendo revogatório, sendo necessária a superação dos 7,5 milhões de votos
obtidos pelo atual presidente, em 2013, quando ele foi eleito para o mandato de
seis anos, com vigência até 2019.
A
consulta precisa acontecer antes de 10 de janeiro de 2017, após o que o mandato
presidencial teria completado quatro anos e, mesmo sendo ele derrotado, os dois
anos restantes seriam completados pelo vice-presidente, designado pelo chefe de
Estado, mas haverá nova eleição presidencial, se o referendo acontecer este ano
e o chavismo for derrotado.
O
governo descarta a possibilidade de um referendo revogatório em 2016, alegando
que os prazos legais não permitem o que a oposição deseja.
O
encarregado de monitorar o processo que procura viabilizar a consulta em
andamento disse que o chavismo denunciará ante o Supremo Tribunal de Justiça
(STJ) eventual fraude na contagem de assinaturas da oposição.
Ele
disse que "A primeira coisa que
vamos fazer é ir até a Sala Constitucional (do STJ) para denunciar este delito contra a Constituição". O
representante presidencial observou que durante a coleta de assinaturas houve
uma série de irregularidades que configuram "fraude" e "crime
geral" contra a Constituição.
Embora
a constituição daquele país assegure a realização de referendo, quando a
população assim o desejar, o apego ao poder dos déspotas populistas
venezuelanos mostram que o povo e a nação estão em planos secundários, à vista da
indicação de toda espécie de manobras possíveis para que não haja o referendo
pretendido pela população, que é indispensável ao afastamento absolutamente
prejudicial ao interesse da nação e da população.
O
presidente da Venezuela fica brincando com coisa muito séria, fazendo o povo de
massa de manobra, para permanecer no governo decadente e falido, em que a sua
gestão é exemplo de fracasso, principalmente com a destruição da economia, a
ponto de nada ser comprado sem a imperiosa formação de filas, até mesmo para se
comprar pãezinhos, sem falar nos racionamentos de água e energia, e o povo
ainda se mantém em passividade, apesar das agruras decorrentes dos
desabastecimentos generalizados.
As
nações civilizadas e evoluídas democraticamente precisam pressionar o governo
venezuelano, exigindo a realização do referendo revogatório ainda este ano,
como forma de o povo poder decidir, de forma democrática, com base em disposição
constitucional, se o presidente daquele país pode continuar no governo,
promovendo a desgraça da nação e do povo.
As
referidas nações têm o dever, sob o prisma humanitário, de dar ultimato ao
mandatário da Venezuela, para mostrar a imperiosa necessidade do respeito ao
direito constitucional de o povo daquele país poder realizar referendo
revogatório, o quanto antes possível, sob pena da suspensão das relações diplomáticas
com a Venezuela, que poderá ficar isolada das demais nações, inclusive no que
se refere às relações comerciais. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 29 de junho de 2016
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