terça-feira, 21 de junho de 2016

Manifestação estapafúrdia

         O presidente do Equador advertiu que seu governo "reagirá com a maior radicalidade" se a presidente da República do Brasil, afastada temporariamente, for destituída ao final do processo de impeachment.
Ele afirmou que "Se a presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, for afastada definitivamente de seu cargo, pelo menos o Equador reagirá com maior radicalidade. O que está acontecendo no Brasil é muito grave para o Brasil, mas para a democracia na região é um precedente funesto. Não se pode destituir uma presidente democraticamente eleita com mais de 50 milhões de votos e com grande maioria no Congresso, no Senado e mais ainda com a traição do vice-presidente e seu partido”.
Após o afastamento da petista pelo Senador Federal, o governo daquele país chamou para consultas seu embaixador no Brasil, tendo emitido comunicado no qual apelou à "plena vigência e preservação" da ordem constitucional no Brasil.
O presidente equatoriano disse que "Nós tomamos algumas medidas e eu penso que a Unasul (União de Nações Sul-americanas) reagirá mais radicalmente quando acabar o devido processo", tendo avaliado que "não há nenhuma acusação concreta" contra a petista.
O processo de impeachment da presidente afastada foi autorizado por mais de dois terços da Câmara dos Deputados e avalizado por mais da metade do Senado Federal, cujas medidas resultaram na substituição dela, por tempo limitado de 180 dias, pelo seu vice-presidente.
A presidente afastada responde por crime de responsabilidade, por encobrir déficits orçamentários denominados "pedaladas fiscais", cujo processo poderá afastá-la em definitivo do Palácio do Planalto.
Parece até brincadeira de mau gosto o presidente do Equador se referir ao verbete “democracia”, com a maior naturalidade, quando ele faz parte do bloco governista da famosa cúpula da Revolução Bolivariana, com destaque para o ditador venezuelano que destruiu seu país e arrasou a dignidade de seu povo, com desastradas medidas econômicas que contribuíram para o desabastecimento de gêneros de primeira necessidade e de remédios, fazendo com que a população seja obrigada a conviver com as agruras de terrível crise humanitária.
Essa deve ser a “democracia” defendida abertamente pelas lideranças bolivarianas, de total destruição das nações, a exemplo do Brasil, que caminhava celeremente para o abismo e a tragédia da incompetência administrativa, sob o comando de quem foi eleita por 54 milhões de votos não para conduzir o Brasil à bancarrota e ao subdesenvolvimento, como fazem com maestria os governos socialistas do século XXI, com a maior cara de pau de ainda chamar suas incompetências administrativas de democracia.
Na verdade, é bom se frisar que democracia significa a vontade do povo para a prática, entre tantas bondades, do bem comum e da construção do desenvolvimento socioeconômico, em todos os sentidos de pluralidade de atos saudáveis, que são justamente a negação das nefastas ideologias ínsitas dos sistemas socialista-comunistas, defendidos pelo presidente defensor da presidente brasileira afastada, que jamais deveria ter sido eleita para comandar o Brasil nas condições deletérias, à luz dos maléficos resultados da sua desastrada gestão, cujo cataclismo administrativo recomenda, para o bem da nação, a sua renúncia ao relevante cargo de presidente do país.
Os presidentes das nações consideradas amigas precisam aprender a respeitar, mesmo por meio de opinião, os salutares princípios do Direito Internacional ínsitos na diplomacia e na democracia de não intervenção na autonomia e na independência dos países, notadamente tendo em conta que as matérias em discussão dizem respeito exclusivamente ao interesse do Brasil, que as vem tratando e discutindo à luz dos parâmetros da legalidade, nos termos do ordenamento jurídico constante da Constituição Federal, com o devido respaldo nas decisões emanadas do Supremo Tribunal Federal, dispensando manifestação absolutamente estapafúrdia de quem não tem competência para arguir ferimento dos princípios democráticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de junho de 2016

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