No
exato momento em que a economia real expõe suas facetas mais maléficas e cruéis,
jovens, alguns possuidores de diploma universitário, formavam fila quilométrica
para se candidatar a vaga de trabalho numa rede de restaurantes, ficando nela
por mais de doze horas de espera, sob sol a pino, mas todos tinham esperança da
aprovação de seus currículos, a garantir o emprego com o salário variável entre
880 a 1.500 reais, conforme a qualificação.
A
inusitada situação retrata o micro exemplo do terrível e grave momento das
dificuldades de emprego no país, onde não somente os jovens, mas gigantesca
massa de trabalhadores engrossam legião que supera os onze milhões de
desempregados, que representam expressivo contingente de pais de família,
vítimas dos gravíssimos erros cometidos em série na economia, em decorrência de
dose cavalar de incompetência, ineficiência, omissão e corrupção, que
prevaleceram nos governos com a marca do Partido dos Trabalhadores, fato que
denuncia a marca da crueldade da agremiação, ante a desilusão de ser o partido com
ligação ao trabalhador, que deveria cuidar de seu interesse, com a criação de
empregos.
Fora
de dúvida, o novo governo tem a ingente responsabilidade de debruçar sobre o quadro
dramático representado pela economia destroçada e destruída, desde seus
princípios básicos até os meandros da sua composição macroeconômica, como forma
de tentar organizar a bagunça generalizada, por meio de princípios de
racionalização das estruturas do Estado, a começar, em especial, pela
priorização do seu saneamento e do rígido controle das contas públicas, que não
podem ficar desatreladas do conceito fundamento de respeito ao limite prudencial
e responsável da arrecadação, como matriz do governo.
Em
termos de seriedade e responsabilidade, nenhum governo tem direito de desprezar
os princípios essenciais do controle e da transparência na governança das
contas públicas, porque é fundamental que a sociedade saiba exatamente a
contabilização dos recursos públicos, como exigência constitucional de
prestação de contas sobre seus atos, que devem ser absolutamente translúcidos, transparentes,
em harmonia com os princípios democrático e republicano.
O
exemplo mais evidente de gastos abusivos e absurdos é representado pelo tamanho
do rombo nas contas públicas previsto para este ano, que aponta para o déficit
alarmante e histórico em torno de R$ 170 bilhões, conforme projeto de lei
aprovado pelo Congresso Nacional, fato que expõe o verdadeiro desprezo à
competência e à responsabilidade na gestão petista, por permitir que os gastos
públicos ultrapassassem os limites da racionalidade e da razoabilidade
administrativas.
O
rombo projetado ainda pelo governo petista, para fechar o ano de 2016, à luz do
pedido de autorização ao Congresso, foi estimado na casa de R$ 97 bilhões, que
teria sido bem abaixo do montante real, uma vez que o verdadeiro descompasso
assustador da origem do caos econômico ultrapassa a cifra dos R$ 170 bilhões.
É
induvidoso que a nova equipe econômica terá enorme desafio pela frente, com
vistas à adoção de medidas capazes de sanear as contas públicas, a começar
pelas resistências às reformas imprescindíveis, em especial à da Previdência,
cujo rombo das despesas está sendo projetado pelo próprio governo para a cifra
dos R$ 200 bilhões, em 2020, que tende a crescer ainda mais caso nada seja
implementado no sentido da racionalização e do aperfeiçoamento do sistema
previdenciário.
O
pior do governo petista é que os exemplos de má gestão emergiram de forma quase
generalizada, com abrangência na administração pública, graças ao seu
funcionamento obsoleto, ultrapassado e distanciado da evolução da humanidade,
que tem como princípio o aperfeiçoamento e a modernização, que deveriam ter
sido promovidos pelas indispensáveis reformas conjunturais e estruturais das
instituições, cujas medidas salutares foram relegadas pela gestão petista, que
preferiu prestigiar o atraso e a deficiência do Estado, tendo como resultado
seu distanciamento dos países evoluídos social, político e economicamente.
Ao sair do Palácio do Planalto, o governo
petista deixou armadas, com o estopim a ser acionado a qualquer momento, bombas
de poder explosivo, tanto no que tange ao Orçamento da União como no que se
refere às principais empresas estatais, que estão fragilizadas economicamente.
O
novo governo assume o país envolto a graves problemas econômicos, sendo
obrigado a enfrentar, em curtíssimo prazo, enxurrada de questões as mais
diversificadas que exigem solução quase que imediatamente, sob pena de
paralisar a máquina pública, que se depara com rombo em todas as unidades
orçamentárias, fruto do legado da irresponsabilidade da gestão desastrada e
inconsequente, conforme mostram os indicadores econômicos, cujos resultados
sempre apontam para recordes negativos e desanimadores quanto ao futuro do
país.
As
projeções de analistas do mercado financeiro indicam que as estatais vão
precisar receber expressiva injeção de recursos públicos, sob pena de não terem
condições para honrar suas dívidas, que estão sendo calculadas em valores entre
300 bilhões e 600 bilhões de reais, que são o resultado do seu aparelhamento
com o objetivo de garantir o apoio aos projetos ao governo no Congresso, cujos
reflexos são também a falência econômica das estatais.
É
evidente que a presidente afastada não poderia ter evitado a situação de
calamidade, em razão da sua comprovada incapacidade para administrar o país com
as potencialidades econômicas como o Brasil, que exigia equipe governamental à
altura das suas altas atribuições responsabilidades, mas isso nunca aconteceu,
em razão do escandaloso loteamento dos ministérios e empresas estatais,
entregues aos aliados em troca de apoio político, permitindo que os serviços
públicos sob as suas incumbências fossem de péssima qualidade e que os
resultados da gestão não passassem da mediocridade administrativa impregnada no
governo.
Os
brasileiros precisam se conscientizar sobre o fato de que seriam enormes
contrassenso e irracionalidade se permitir que a presidente afastada volte ao
Palácio do Planalto, porque isso seria a decretação derradeira da pá de cal na
bancarrota da economia, cujas consequências custariam muito caro para os
brasileiros, porquanto a desgraça seria multiplicada justamente porque o
regresso dela ao governo contaria com o apoio da minoria insatisfeita e da pior
qualidade dos brasileiros, que apenas trabalha em prol de seus interesses,
principalmente de movimentos sociais, que nada produzem e ainda exigem cuidados
prioritários, em consonância com os ideários socialistas de consumir o dinheiro
dos outros, enquanto ele existir. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 06 de junho de 2016
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