segunda-feira, 6 de junho de 2016

O poder destruidor da economia


No exato momento em que a economia real expõe suas facetas mais maléficas e cruéis, jovens, alguns possuidores de diploma universitário, formavam fila quilométrica para se candidatar a vaga de trabalho numa rede de restaurantes, ficando nela por mais de doze horas de espera, sob sol a pino, mas todos tinham esperança da aprovação de seus currículos, a garantir o emprego com o salário variável entre 880 a 1.500 reais, conforme a qualificação.
A inusitada situação retrata o micro exemplo do terrível e grave momento das dificuldades de emprego no país, onde não somente os jovens, mas gigantesca massa de trabalhadores engrossam legião que supera os onze milhões de desempregados, que representam expressivo contingente de pais de família, vítimas dos gravíssimos erros cometidos em série na economia, em decorrência de dose cavalar de incompetência, ineficiência, omissão e corrupção, que prevaleceram nos governos com a marca do Partido dos Trabalhadores, fato que denuncia a marca da crueldade da agremiação, ante a desilusão de ser o partido com ligação ao trabalhador, que deveria cuidar de seu interesse, com a criação de empregos.
Fora de dúvida, o novo governo tem a ingente responsabilidade de debruçar sobre o quadro dramático representado pela economia destroçada e destruída, desde seus princípios básicos até os meandros da sua composição macroeconômica, como forma de tentar organizar a bagunça generalizada, por meio de princípios de racionalização das estruturas do Estado, a começar, em especial, pela priorização do seu saneamento e do rígido controle das contas públicas, que não podem ficar desatreladas do conceito fundamento de respeito ao limite prudencial e responsável da arrecadação, como matriz do governo.
Em termos de seriedade e responsabilidade, nenhum governo tem direito de desprezar os princípios essenciais do controle e da transparência na governança das contas públicas, porque é fundamental que a sociedade saiba exatamente a contabilização dos recursos públicos, como exigência constitucional de prestação de contas sobre seus atos, que devem ser absolutamente translúcidos, transparentes, em harmonia com os princípios democrático e republicano.
O exemplo mais evidente de gastos abusivos e absurdos é representado pelo tamanho do rombo nas contas públicas previsto para este ano, que aponta para o déficit alarmante e histórico em torno de R$ 170 bilhões, conforme projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, fato que expõe o verdadeiro desprezo à competência e à responsabilidade na gestão petista, por permitir que os gastos públicos ultrapassassem os limites da racionalidade e da razoabilidade administrativas.
          O rombo projetado ainda pelo governo petista, para fechar o ano de 2016, à luz do pedido de autorização ao Congresso, foi estimado na casa de R$ 97 bilhões, que teria sido bem abaixo do montante real, uma vez que o verdadeiro descompasso assustador da origem do caos econômico ultrapassa a cifra dos R$ 170 bilhões.
É induvidoso que a nova equipe econômica terá enorme desafio pela frente, com vistas à adoção de medidas capazes de sanear as contas públicas, a começar pelas resistências às reformas imprescindíveis, em especial à da Previdência, cujo rombo das despesas está sendo projetado pelo próprio governo para a cifra dos R$ 200 bilhões, em 2020, que tende a crescer ainda mais caso nada seja implementado no sentido da racionalização e do aperfeiçoamento do sistema previdenciário.
O pior do governo petista é que os exemplos de má gestão emergiram de forma quase generalizada, com abrangência na administração pública, graças ao seu funcionamento obsoleto, ultrapassado e distanciado da evolução da humanidade, que tem como princípio o aperfeiçoamento e a modernização, que deveriam ter sido promovidos pelas indispensáveis reformas conjunturais e estruturais das instituições, cujas medidas salutares foram relegadas pela gestão petista, que preferiu prestigiar o atraso e a deficiência do Estado, tendo como resultado seu distanciamento dos países evoluídos social, político e economicamente.
 Ao sair do Palácio do Planalto, o governo petista deixou armadas, com o estopim a ser acionado a qualquer momento, bombas de poder explosivo, tanto no que tange ao Orçamento da União como no que se refere às principais empresas estatais, que estão fragilizadas economicamente.
O novo governo assume o país envolto a graves problemas econômicos, sendo obrigado a enfrentar, em curtíssimo prazo, enxurrada de questões as mais diversificadas que exigem solução quase que imediatamente, sob pena de paralisar a máquina pública, que se depara com rombo em todas as unidades orçamentárias, fruto do legado da irresponsabilidade da gestão desastrada e inconsequente, conforme mostram os indicadores econômicos, cujos resultados sempre apontam para recordes negativos e desanimadores quanto ao futuro do país.
As projeções de analistas do mercado financeiro indicam que as estatais vão precisar receber expressiva injeção de recursos públicos, sob pena de não terem condições para honrar suas dívidas, que estão sendo calculadas em valores entre 300 bilhões e 600 bilhões de reais, que são o resultado do seu aparelhamento com o objetivo de garantir o apoio aos projetos ao governo no Congresso, cujos reflexos são também a falência econômica das estatais.
É evidente que a presidente afastada não poderia ter evitado a situação de calamidade, em razão da sua comprovada incapacidade para administrar o país com as potencialidades econômicas como o Brasil, que exigia equipe governamental à altura das suas altas atribuições responsabilidades, mas isso nunca aconteceu, em razão do escandaloso loteamento dos ministérios e empresas estatais, entregues aos aliados em troca de apoio político, permitindo que os serviços públicos sob as suas incumbências fossem de péssima qualidade e que os resultados da gestão não passassem da mediocridade administrativa impregnada no governo.
Os brasileiros precisam se conscientizar sobre o fato de que seriam enormes contrassenso e irracionalidade se permitir que a presidente afastada volte ao Palácio do Planalto, porque isso seria a decretação derradeira da pá de cal na bancarrota da economia, cujas consequências custariam muito caro para os brasileiros, porquanto a desgraça seria multiplicada justamente porque o regresso dela ao governo contaria com o apoio da minoria insatisfeita e da pior qualidade dos brasileiros, que apenas trabalha em prol de seus interesses, principalmente de movimentos sociais, que nada produzem e ainda exigem cuidados prioritários, em consonância com os ideários socialistas de consumir o dinheiro dos outros, enquanto ele existir. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de junho de 2016

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