A
revista norte-americana Time publicou
reportagem levantando a possibilidade de a presidente da República, afastada
temporariamente, voltar ao poder, sob o argumento de que uma série de choques
políticos pode contribuir para reverter o cenário até então considerado
improvável.
A
publicação entende que o sucesso do governo do presidente em exercício vai
depender de sua habilidade de tomar medidas duras e melhorar o desempenho da
economia.
Com
o título "Como o aprofundamento da
crise no Brasil pode salvar Dilma Rousseff", a Time ressalta a saída de dois ministros do gabinete do presidente
interino e a frustração de parte da população com seu governo, na medida em que
a recessão na economia não dá mostras de melhora.
A
Time faz referência ao relatório do
Banco Mundial que prevê que a recessão brasileira pode se estender por um
terceiro ano, adentrando também no ano de 2017. Ela destaca ainda outro ponto
de instabilidade relacionado com o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal
de quatro caciques do PMDB, que inclui um ex-presidente da República.
A
revista norte-americana sinaliza que o novo governo já começou sendo alvo de
críticas, com a nomeação de ministério formado apenas por homens brancos e
ainda tendo incluído em seu gabinete políticos investigados por corrupção.
Ela
relata que o presidente em exercício foi forçado a abandonar os planos de
acabar com o Ministério da Cultura e não teve alternativa para a saída de dois
ministros, que deixaram os cargos por suspeita dos avanços das investigações da
Operação Lava-Jato.
Segundo
a revista, o sucesso do peemedebista dependerá, em grande parte, da habilidade
dele em melhorar a economia, que se encontra mergulhada na maior recessão desde
os anos 1930.
A
Time enfatiza que o lado positivo do
presidente em exercício foi ter mostrado maior poder de coalização no Congresso
Nacional, em contraposição à presidente afastada, embora ele precise mostrar
que tem condições e poder para "... unir
os partidos políticos fragmentados para fazer escolhas econômicas difíceis,
como as da reforma da previdência.".
A
revista relata que, para voltar ao poder, a presidente afastada precisa apenas
que cinco senadores mudem seus votos e alguns membros da Câmara Alta se mostrem
dispostos a repensar seus votos. A reportagem cita declarações de um senador
que afirma que o jogo ainda não foi definido.
Caso
senadores resolvam recolocar a presidente afastada no Palácio do Planalto, não
há dúvida de que será confirmada a lastimável ideia defendida por muitos de que
o Parlamento brasileiro não passa da pior mediocridade política, que é capaz de
pôr sua conveniência em supremacia aos interesses nacionais.
Isso
se caracteriza à vista da visível degradação, em todos os sentidos, do governo
petista, com todo o seu conjunto de mazelas e precariedades, a começar pela
degeneração dos princípios econômicos, em que a recessão é a imagem melancólica
de uma pátria desfigurada e destruída economicamente, onde ninguém se atreve a
investir em coisa nenhuma, justamente diante das incertezas oriundas do governo
desestruturado, incompetente, que perdeu a total confiança do mercado
financeiro e dos brasileiros.
Prova
disso são os fatos lastimáveis que marcaram a gestão petista, como o arraigado
fisiologismo na administração pública, a corrupção sistêmica, o aparelhamento
da máquina pública, inclusive das estatais, o desemprego, a péssima qualidade
dos serviços públicos, o crescimento vertiginoso das dívidas públicas, o rombo
das contas públicas, a falta de investimentos em obras, que seriam capazes de
contribuir para o desenvolvimento, a inexistência de iniciativa para reformulação das arcaicas estruturas do
Estado, o financiamento de obras em países comandados por ditadores que não
respeitam os direitos humanos e os princípios democráticos, a manutenção de
programas sociais com viés eleitoreiro, para garantir a perenidade do poder, as
alarmantes mentiras para ganhar eleição, enfim.
Afora
tantas outras chagas que contribuíram para a qualificação da presidente como a
pior da história republicana, atributo esse da maior significância para que ela
não possa nem pensar em retomar ao comando da nação, diante de seu passado
tenebroso e incontrolavelmente gastador, que os senadores precisam levar em
conta, para o bem da nação, no momento de decidir no processo de impeachment,
considerando que as pessoas de bem e de bom senso saberão compreender seu gesto
de patriotismo e brasilidade em prol dos interesses nacionais.
O
retorno da petista ao governo seria forma desastrosa de contribuir para a
completa deterioração do restinho que sobrou de Brasil, que ainda se sustenta a
duras penas, na esperança da chegada de alguém mesmo com o pouco de maturidade
política e senso de responsabilidade e competência para se comprometer pelos
devidos zelo e cuidado do que seja o sentido de poder da República, com a preservação
e a defesa do amor aos valores da moralidade, legalidade, competência e
dignidade na gestão pública, cujos atributos foram relegados e destruídos nos últimos
tempos.
Caso
a presidente afastada tivesse o mínimo de amor ou sentimento de patriotismo, ela
já teria entendido há muito tempo que a sua gestão foi fracassada e contribuiu
de forma significativa para a destruição das esperanças dos brasileiros,
principalmente aqueles que acreditaram piamente nas suas poderosas e perigosas
mentiras, com o que tudo se justifica que o seu tempo já passou em definitivo,
cabendo a outras pessoas escreverem nova história do país, mediante o urgente
resgate dos valores institucionais perdidos.
Não
faz o menor sentido se pensar que alguém em sã consciência possa imaginar que a
presidente da República afastada ainda tenha condições para voltar ao poder,
juntamente com tudo de péssimo que ainda lhe pertence, inclusive a companhia da
incompetência de seu assessoramento e a quantidade injustificável de ministérios
ridículos e inúteis, que tiveram a serventia da acomodação de petistas,
sindicalistas e outros assemelhados, que visavam à exclusiva satisfação de seus
objetivos de perenidade no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 14 de junho de 2016
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