terça-feira, 14 de junho de 2016

Urge o resgate da competência


A revista norte-americana Time publicou reportagem levantando a possibilidade de a presidente da República, afastada temporariamente, voltar ao poder, sob o argumento de que uma série de choques políticos pode contribuir para reverter o cenário até então considerado improvável.
A publicação entende que o sucesso do governo do presidente em exercício vai depender de sua habilidade de tomar medidas duras e melhorar o desempenho da economia.
Com o título "Como o aprofundamento da crise no Brasil pode salvar Dilma Rousseff", a Time ressalta a saída de dois ministros do gabinete do presidente interino e a frustração de parte da população com seu governo, na medida em que a recessão na economia não dá mostras de melhora.
A Time faz referência ao relatório do Banco Mundial que prevê que a recessão brasileira pode se estender por um terceiro ano, adentrando também no ano de 2017. Ela destaca ainda outro ponto de instabilidade relacionado com o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal de quatro caciques do PMDB, que inclui um ex-presidente da República. 
A revista norte-americana sinaliza que o novo governo já começou sendo alvo de críticas, com a nomeação de ministério formado apenas por homens brancos e ainda tendo incluído em seu gabinete políticos investigados por corrupção.
Ela relata que o presidente em exercício foi forçado a abandonar os planos de acabar com o Ministério da Cultura e não teve alternativa para a saída de dois ministros, que deixaram os cargos por suspeita dos avanços das investigações da Operação Lava-Jato. 
Segundo a revista, o sucesso do peemedebista dependerá, em grande parte, da habilidade dele em melhorar a economia, que se encontra mergulhada na maior recessão desde os anos 1930.
A Time enfatiza que o lado positivo do presidente em exercício foi ter mostrado maior poder de coalização no Congresso Nacional, em contraposição à presidente afastada, embora ele precise mostrar que tem condições e poder para "... unir os partidos políticos fragmentados para fazer escolhas econômicas difíceis, como as da reforma da previdência.". 
A revista relata que, para voltar ao poder, a presidente afastada precisa apenas que cinco senadores mudem seus votos e alguns membros da Câmara Alta se mostrem dispostos a repensar seus votos. A reportagem cita declarações de um senador que afirma que o jogo ainda não foi definido.
Caso senadores resolvam recolocar a presidente afastada no Palácio do Planalto, não há dúvida de que será confirmada a lastimável ideia defendida por muitos de que o Parlamento brasileiro não passa da pior mediocridade política, que é capaz de pôr sua conveniência em supremacia aos interesses nacionais.
Isso se caracteriza à vista da visível degradação, em todos os sentidos, do governo petista, com todo o seu conjunto de mazelas e precariedades, a começar pela degeneração dos princípios econômicos, em que a recessão é a imagem melancólica de uma pátria desfigurada e destruída economicamente, onde ninguém se atreve a investir em coisa nenhuma, justamente diante das incertezas oriundas do governo desestruturado, incompetente, que perdeu a total confiança do mercado financeiro e dos brasileiros.
Prova disso são os fatos lastimáveis que marcaram a gestão petista, como o arraigado fisiologismo na administração pública, a corrupção sistêmica, o aparelhamento da máquina pública, inclusive das estatais, o desemprego, a péssima qualidade dos serviços públicos, o crescimento vertiginoso das dívidas públicas, o rombo das contas públicas, a falta de investimentos em obras, que seriam capazes de contribuir para o desenvolvimento, a inexistência de iniciativa para  reformulação das arcaicas estruturas do Estado, o financiamento de obras em países comandados por ditadores que não respeitam os direitos humanos e os princípios democráticos, a manutenção de programas sociais com viés eleitoreiro, para garantir a perenidade do poder, as alarmantes mentiras para ganhar eleição, enfim.
Afora tantas outras chagas que contribuíram para a qualificação da presidente como a pior da história republicana, atributo esse da maior significância para que ela não possa nem pensar em retomar ao comando da nação, diante de seu passado tenebroso e incontrolavelmente gastador, que os senadores precisam levar em conta, para o bem da nação, no momento de decidir no processo de impeachment, considerando que as pessoas de bem e de bom senso saberão compreender seu gesto de patriotismo e brasilidade em prol dos interesses nacionais.
O retorno da petista ao governo seria forma desastrosa de contribuir para a completa deterioração do restinho que sobrou de Brasil, que ainda se sustenta a duras penas, na esperança da chegada de alguém mesmo com o pouco de maturidade política e senso de responsabilidade e competência para se comprometer pelos devidos zelo e cuidado do que seja o sentido de poder da República, com a preservação e a defesa do amor aos valores da moralidade, legalidade, competência e dignidade na gestão pública, cujos atributos foram relegados e destruídos nos últimos tempos.
          Caso a presidente afastada tivesse o mínimo de amor ou sentimento de patriotismo, ela já teria entendido há muito tempo que a sua gestão foi fracassada e contribuiu de forma significativa para a destruição das esperanças dos brasileiros, principalmente aqueles que acreditaram piamente nas suas poderosas e perigosas mentiras, com o que tudo se justifica que o seu tempo já passou em definitivo, cabendo a outras pessoas escreverem nova história do país, mediante o urgente resgate dos valores institucionais perdidos.
Não faz o menor sentido se pensar que alguém em sã consciência possa imaginar que a presidente da República afastada ainda tenha condições para voltar ao poder, juntamente com tudo de péssimo que ainda lhe pertence, inclusive a companhia da incompetência de seu assessoramento e a quantidade injustificável de ministérios ridículos e inúteis, que tiveram a serventia da acomodação de petistas, sindicalistas e outros assemelhados, que visavam à exclusiva satisfação de seus objetivos de perenidade no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de junho de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário