O
presidente afastado da Câmara dos Deputados voltou à cena pública, para afirmar
que não irá renunciar ao mandato de deputado, na tentativa de evitar eventual
cassação no plenário da Casa, tendo aproveitado ainda para dizer que não iria delatar
nada nem ninguém, em razão de não ter "nenhum
crime praticado".
Ultimamente,
surgiram especulações sobre a possível renúncia ao mandato de deputado federal
pelo peemedebista, à vista da presunção de que aliados dele o havia procurado
para propor que ele tivesse essa postura, para se evitar, de forma estratégica,
o constrangimento da sua cassação pelos colegas, em plenário.
Embora
ele sempre estivesse nos holofotes da mídia, por ter sido o homem que inaugurou
o processo de afastamento da presidente do Palácio do Planalto, desta vez foi a
primeira entrevista dele depois de ter sido afastado da Presidência da Câmara,
há mais de um mês.
Na
ocasião, ele negou que, apesar dos "rumores", não tinha intenção de
fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, com o
propósito de fazer denúncias no âmbito da Operação Lava-Jato.
Na
presença da imprensa, o deputado carioca resumiu seu pensamento dizendo que "Como vocês (jornalistas) viram, eu não renunciei. Além disso, eu não
tenho o que delatar, eu não tenho crime praticado, eu não tenho o que delatar. (...) É um tema que repetidamente eu venho
falando. Eu estou aqui, toda a boataria que foi feita por vocês (...) eu até compreendo a expectativa, enfim, eu
espero que esse tipo de boataria, de expectativa, não por minha culpa esteja
mais presente. A minha posição não mudou uma vírgula sobre isso (renúncia)".
O
peemedebista insistiu em declarar que "Eu
não tenho o que delatar porque não cometi nenhum crime. Não tenho o que delatar
sobre mim ou sobre terceiros. (...)
Se eu não cometi crime, eu não tenho o que delatar".
Por
ter sido acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, em 2015, quando disse que
não tinha contas no exterior, o Conselho de Ética da Câmara aprovou, na última
semana, o parecer que pede a cassação dele, por quebra de decoro parlamentar.
Não
obstante, ele repete, de forma insistente, que não é dono de conta no exterior,
mas apenas o beneficiário de recursos geridos por trustes, entidades juridicamente
maquiavélicas, formadas para possibilitar a administração de bens e dinheiro
como se não tivesse titular da conta ou como se ele fosse figura invisível.
Ele
também disse que "Eu trabalho com o
acolhimento do meu recurso pela Comissão de Constituição e Justiça em que as
nulidades sejam reconhecidas. Não trabalho nem com a possibilidade de que irá
para o plenário", ou seja, ele sequer cogita sobre a hipótese de ter o
mandato cassado ou de ser preso.
O
deputado carioca afirmou que “Não sou nem
herói nem vilão no processo de impeachment. Apenas cumpri com meu papel. A ira
do PT e seus aliados por perderem suas boquinhas faz com que eu pague preço.
Tenho a consciência tranquila de que livrar o Brasil da Dilma e do PT será uma
marca que terei a honra de carregar”.
Não
há a menor dúvida de que o parlamentar fluminense é, ao contrário do que ele
pensa, herói por parte dos brasileiros que defendem a libertação do país do
jugo da dominação espúria, prepotente, incompetente, destruidora, deformadora e
retrógrada da gestão petista, os quais não suportavam mais assistir à completa
degradação dos princípios administrativos na condução dos negócios do país, que
se afundava em passos gigantescos nas profundezas do retrocesso social,
político, econômico e administrativo, sem que se vislumbrasse senão a mãozinha salvadora
do gigantesco basta que veio por meio da proeza protagonizada pelo então
presidente da Câmara dos Deputados, que certamente terá seu nome gravado no
panteão dos grandes heróis nacionais.
É
evidente que ele também tem a sua consagração como vilão por parte dos
brasileiros que insistem em não enxergar a desgraça da gestão petista contra os
interesses da nação, a qual é responsável pelo recorde de desemprego, pela
inflação acima da meta, pelos juros nas alturas, pelo descontrole das dívidas
públicas, pela prestação de serviços públicos de péssima qualidade, pelas inescrupulosas
e espúrias coalizões de governabilidade, responsáveis pela pior gestão pública,
pelo surgimento de reiterados casos de corrupção, responsável pela dilapidação
dos cofres públicos, pela inexistência de competitividade e investimentos
público e privado, entre tantas outras mazelas que estrangularam de morte o
desenvolvimento do país, à vista dos pífios indicadores que mostram a situação
periclitante do Brasil.
Com
absoluta certeza, não fosse a antipatia dele pela petista e o partido dela,
jamais alguém teria coragem para peitar a então poderosa mandatária do país,
que, mesmo sendo cognominada de a pior presidente brasileira da história
republicana, que até então se considerava intocável e inatingível sequer pela
ameaça de afastamento, mas o deputado carioca foi bastante impetuoso na vontade
de derrotá-la, pelo simples fato de mostrar o seu poder de presidente de uma
das casas do povo, nutrindo, com isso, a esperança de dias melhores para a
nação, com o afastamento de quem foi capaz de aniquilar a economia e as
esperanças dos brasileiros.
O
deputado carioca pode ser considerado, a um só tempo, misto de herói e de vilão,
porque somente ele teve intrepidez para abrir processo de impeachment contra a
presidente afastada, que é acusada de ter enterrado na lama abissal as
esperanças dos brasileiros, inclusive daqueles que votaram nela, e também para se
consagrar como verdadeiro político tupiniquim, como beneficiário de
multipropinas, mas, como todos fazem, sempre ostentando paradigma de
honestidade, cujos fatos são merecedores, ao mesmo tempo, de sua entronização
como herói, por ter dado o primeiro passo à salvação da pátria, e sua condenação à fogueira, como autêntico
bandido dilapidador dos cofres públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 23 de junho de 2016
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