segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Decência da Democracia

Diante da crônica da minha lavra,  intitulada “O povo merece”, um cidadão se manifestou em contraposição ao meu texto, na forma do seguinte exposição: “O povão, principalmente os nordestinos, consolidaram a vitória da democracia, contra as elites da ditadura branca, implantada pelo decreto do sigilo de 100 anos. Cabe aos derrotados, recolherem as bandeiras, reconhecerem a derrota, podem até chorar, faz parte, pois, contra fatos não existem argumentos!!! Que a partir de 1° de janeiro de 2023, seja o início de um novo Brasil, livre, democrático, progressista, independente, onde o povo terá voz e vez, reconhecido internacionalmente, harmonioso, onde a concórdia, a união e o amor prevaleçam para todos os seus filhos!!”.

Em resposta, eu disse que realmente chega a ser lindo demais se falar em democracia para eleger um corrupto para presidir o Brasil.

Essa deve ser a democracia do socialismo, que considera desonestidade como normal na administração pública, a exemplo dos vergonhosos esquemas criminosos do mensalão e do petrolão, que foram incorporados à vida de todos que votaram no candidato eleito, naturalmente entendendo que gatunagem é normal, na gestão socialista, quando o candidato não resiste às exigências de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública.

Que moral é essa de quem elege político ficha suja para governar o país, como se isso fosse normal, em pleno século XXI, em que a humanidade conquistou modernidade e inteligência, que não se coadunam com verdadeira regressão nas atividades políticas, como mostrado nesse caso de se eleger um corrupto, assim chancelado pela Justiça, com duas condenações à prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro?

A verdadeira democracia repudia roubalheira na administração pública, não importando o regime de governo, mas, pelo visto, isso é diferente no socialismo, onde a desonestidade é regra.

Quem usa a democracia para eleger ex-presidiário tem nome: traidor da pátria e usurpador da decência da democracia, que em lugar nenhum do mundo concorda com a volta ao poder de quem responde a vários processos na Justiça, exatamente pela suspeita da prática do crime de improbidade administrativa, que é considerado de lesa-pátria.

Quem elege ex-condenado que não conseguiu provar a sua inocência perante as acusações de recebimento de propina, não tem direito sequer em pronunciar a palavra democracia, porque ela é sagrada perante a vida pública decente, imaculada e digna.

É preciso que se esclareça para as pessoas desinformadas que o sigilo de 100 foi aprovado no governo da presidente sucessora do candidato eleito, em novembro de 2011, na forma da Lei nº 12.527 – Lei de Acesso à Informação -, em cujo art. 31 diz o seguinte: “O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem assim como às garantias individuais. § 1º (...) I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem;”.

Isso deve servir para ajudar a desmascarar quem faz questão de ficar criticando o sigilo em comento, em clara demonstração de desconhecimento sobre o que vem falando, atribuindo a sua origem ao atual presidente.   

Enfim, é preciso se recolher a bandeira, mas com a dignidade de se ter defendido, ao menos, o melhor para o Brasil, na certeza da integral honra patriótica de não ter votado em corrupto para presidir o país.

Brasília, em 31 de outubro de 2022


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