quinta-feira, 18 de março de 2021

A avaliação do governo?

 

Em meio à terrível sequência de recordes diários na média móvel de casos de Covid-19 e ainda o país se aproximando do patamar de três mil mortes por dia, pesquisa mostra que mais da metade das pessoas consultadas rejeitam a gestão do presidente da República, na condução e na liderança das políticas de combate à pandemia do coronavírus.

A pesquisa Datafolha foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo", tendo mostrado que 54% dos consultados avaliam como ruim ou péssima a atuação presidencial, à frente da crise sanitária.

          Em outro importante resultado colhido na pesquisa, 44% das pessoas ouvidas reprovam o governo como um todo, tendo subido 4 percentuais, em relação à última consulta realizada em janeiro.

A avaliação negativa referente à postura do presidente, no enfrentamento da Covid-19, teve salto de seis pontos percentuais em dois meses, quando, em janeiro, o índice foi de 48%.

Por seu turno, 22% dos consultados responderam que a atuação do presidente é ótima ou boa, enquanto 24% afirmam que é regular, havendo mudança em relação à consulta de janeiro, que foram de 26% e 25%, respectivamente.

Foi notado que a rejeição ao presidente, por segmento social, encontra seu ponto mais alto entre as pessoas com ensino superior, com 65%, enquanto a maior aprovação, de 38%, foi verificada entre os empresários, em especial porque é o segmento que o presidente busca agradar, ante o seu esforço em combater as medidas de fechamento do comércio.

Ao serem perguntadas sobre quem é o principal culpado pela situação atual da crise vivida pelo país, à vista da pandemia, 43% das pessoas responderam que é o presidente do país; 17% disseram que são os governadores; e 9% põem culpa nos prefeitos.

Na avaliação geral sobre a administração do país, a reprovação chega a 44%, mesmo patamar de junho do ano passado, último ponto antes de uma sequência de queda turbinada pelo pagamento do auxílio emergencial.

Ao chegar em 32%, em dezembro, o índice de reprovação voltou a subir até repetir o maior patamar desde o início do governo.

O desempenho do governo é tido como ótimo ou bom por 30% dos consultados, quando, em janeiro, eram 31%, e como regular por 24%, um pouco abaixo 26%, há dois meses.

A pesquisa também incluiu o desempenho do Ministério da Saúde, em especial diante do enfrentamento da pandemia, que foi considerado ruim ou péssimo por 39% dos consultados, havendo crescimento de nove pontos percentuais em relação a janeiro, enquanto 32% disseram que a gestão é regular e 28% entendem que ele é ótimo ou bom.

Segundo o Datafolha, foram ouvidas pelo telefone 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março, não tendo sido indicada a quantidade de municípios nem as regiões do país visitadas.

À toda evidência, a quantidade de pessoas consultadas é pouco representativa para pesquisa que precisaria refletir maior credibilidade, considerando que pouco mais de duas mil pessoas não podem ter o peso de pesquisa séria e consistente, ante a importância da informação a ser prestada à sociedade e à opinião pública.

Não obstante, evidentemente no desprezo desse aspecto, ou seja, independentemente de pesquisa de avaliação, o desempenho do presidente e do seu governo é algo que precisa ser escancarado não somente por pouco mais de duas mil pessoas, mas sim por todos os brasileiros não fanáticos, como forma de se demonstrar totais tristeza e indignação por desempenho muito aquém de sofrível, particularmente no que se refere ao fraquíssimo interesse do governo em combater a pandemia da Covid-19 com a agressividade e intensidade que ela exige.

Na realidade, deveria haver verdadeira estrutura de guerra revolucionária para mostrar boa vontade na prevenção e na defesa da saúde e da vida dos brasileiros, não somente na liberação de recursos, como ele vem alegando, porque falta o empenho principal, no sentido de haver sentimento de extremo interesse em combater a doença com a convergência de ideias e sugestões vindas de todos os setores da sociedade e principalmente dos governos dos estados e municípios.

Não precisa de muito esforço para sentir que o presidente do país não demonstra o sentimento de estadista voluntarioso em apoio incondicional às medidas e às orientações preventivas no combate ao coronavírus, à vista de suas atitudes negacionistas, sempre reiteradas sem o menor pudor, quando, nesses casos de calamidade, o homem público nunca pode negar o seu integral compromisso em defesa da causa do bem comum, em especial estando o país se debatendo praticamente em vão com a água no pescoço e a saúde e a vida dos brasileiros estando exposta ao perigo, enquanto o governo encontra-se na maior passividade, sem mover as forças revolucionárias que o caso mais do que exige, desde de muito tempo.

Na presente situação de pandemia, conviria que o governo já tivesse convocado os melhores especialistas em saúde pública e sanitarismo, para a formação de força-tarefa exclusivamente destinada à busca de elementos e mecanismos indispensáveis ao agressivo combate à doença que vem dizimando parcela expressiva dos brasileiros, em tragédia que é absolutamente inaceitável o comodismo completamente incompatível com a calamidade humanitária.  

À toda evidência, não se pode afirmar que o presidente do país tenha participação nas muitas mortes causadas pela Covid-19, porque não se tem elementos probantes sobre fato vinculante aos óbitos, mas não se pode ignorar, diante da cruel realidade, que ele não tenha sido insensível à gravidade da pandemia, quando ele se expôs perigosamente ao risco da disseminação do vírus, por meio de incentivo à aglomeração, além de ser refratário ao uso de máscara.

Os brasileiros não fanatizados ideologicamente anseiam por que o presidente da República sinta o significado mesmo simbólico da presente pesquisa, no sentido de compreender que o seu desempenho no governo precisa ser urgentemente repensado, em especial com vistas ao seu trabalho em sintonia com o espírito de verdadeiro estadista, que tem por pensamento exclusivamente a satisfação do interesse público, em defesa das causas da população, precisamente neste momento da maior gravidade humanitária.  

Brasília, em 18 de março de 2021

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