O
presidente da República imediatamente escolheu o substituto do general que
ocupava o cargo de ministro da Saúde, agora na pessoa de médico, para comandar
o principal órgão que tem a real incumbência constitucional de cuidar do combate
à pandemia do novo coronavírus.
Segundo
a notícia, o novo ministro defende o distanciamento social e não acredita em
tratamento precoce, dois importantes temas em que são divergentes do pensamento
do presidente do pais e de seus fiéis seguidores, em missão declaradamente suicida,
ante a agressividade da doença, que exige tratamento igualmente agressivo e por
meio de métodos extremamente revolucionários, algo nem pensar pelo governo, absolutamente
insensível aos clamores dos brasileiros por solução urgente da tragédia que
asfixia a saúde pública, completamente dominada pelas incompetência e
ineficiência de gerenciamento.
O
novo ministro enfatizou que "O presidente determinou que se fizesse um
amplo debate com a comunidade médica para que a gente harmonize mais as
relações e tenhamos um resultado melhor diante da pandemia".
A
campanha que
se formou para
substituir
o general, com epicentro entre aliados do governo, com a liderança do Centrão, tornou-se escancarada, fato que se previa a
impossibilidade de resistência do antiministro, porque pior trabalho executado por ele só
passava pela aceitação do chefe dele, que demonstrava preocupação senão com a
defesa da economia, conforme mostram os fatos do cotidiano.
O mais
grave é que os últimos acontecimentos
mostram o quadro mais do que sombrio, depois da recusa de uma médica para
assumir a pasta, uma vez que os detalhes das conversas dela com o presidente
resultam em perspectivas as mais pessimistas possíveis, ante à falta de
sintonia dele com as ideias sustentadas por ela, para o combate da Covid-19,
por serem bem diferentes da posição do mandatário, que dá sinal de que nada
deve mudar com o ministro que vier.
A médica revelou
que não houve concordância nenhuma entre ela e o presidente do país, acerca da
maneira de enfrentamento da pandemia do corona, tendo ela adiantado que não viu
a menor disposição dele para buscar alternativa capaz de perseguir caminhos
diferentes trilhados até o momento, de modo a se deixar para trás tudo que de errado
feito até aqui.
A
medida pertinente ao amplo debate com a classe médica, citada pelo novo ministro,
é de suma importância para a condução do
combate à pandemia, à vista de que, até então, não houve qualquer iniciativa
para discussão de coisa alguma, em que pese o mundo já ter desabado sobre as
cabeças dos brasileiros, mas, mesmo assim, não merecendo nenhuma medida capaz
de despertar o interesse, nem do presidente e muito menos do então ministro, que
apenas assistem a tudo passivamente, na insensibilidade da compreensão de que
tudo deveria acontecer normalmente, porque todos nós vamos morrer, mesmo.
Na
minha modéstia compreensão sobre a grave pandemia, torna-se premente encontros não
somente com os médicos, mas também com eles, os governadores, os prefeitos, as
entidades e as organizações representativas da sociedade e com quem mais possa
contribuir para se buscar elementos capazes para minimizar, ao máximo, os
efeitos danosos dessa peste que se alastra fortemente contra os brasileiros, em
boa parte por conta da incompetência para se cuidar com o devido zelo de algo
que realmente não mereceu a menor importância por parte do principal órgão que
devia ter se empenhado ao extremo para se evitar imensurável tragédia humanitária,
à vista, repita-se, da inadmissível perdas de vidas humanas, em quantidade mais
do que alarmante, na compreensão humanitária.
Ao que
tudo indica, o novo ministro tem o dever obsequioso de deixar a ciência e o
respeito próprio à margem e seguir fielmente os ensinamentos do “todo-poderoso”
e, assim sendo, isso representa a pior maneira de se cuidar da saúde e da vida
dos brasileiros, à vista do abismo ao qual eles foram impiedosamente jogados,
conforme mostram os fatos, ante os trágicos resultados de tantas mortes.
Esse
quadro de horrores tem sido absolutamente incapaz de sensibilizar a consciência
de quem menospreza os princípios humanitários, à custa do supremo interesse
político pelo poder, que se coloca acima do ser humano, ideologia esta que,
infelizmente, ainda merece o beneplácito de fanáticos apoiadores, igualmente
insensíveis e insensatos, porque tamanha monstruosidade jamais persistiria se houvesse
o repúdio uníssono da sociedade.
Enfim,
já se conhece o novo ministro da Saúde, que parece ser bom profissional para o
cargo, pelo menos é da especialidade médica, de quem se espera excelente
trabalho à frente da pasta da maior importância para o verdadeiro combate à temível
pandemia.
Não
obstante, só o fato de ele ter sido escolha pessoal do presidente do país e não
ter feito exigências quanto ao seu trabalho nem ter apresentado qualquer ideia
a ser implantada, não se pode ter qualquer margem para otimismo, na absoluta presunção
de que ele certamente será a continuidade do soldadinho de chumbo orientado por
quem tem o poder e o domínio do que precisa ser administrado para a falta de
combate do pior mal já causado aos brasileiros.
Não
há a menor hipótese de se descartar que o presidente permita que o Ministério
da Saúde tenha autonomia e liberdade para a aplicação de injeção que seja sem a
aquiescência dele, à vista do seu desempenho político-gerencial, que já foi
capaz de mandar para a rua os ministros que contrariaram o seu pensamento de
combate à pandemia, cujo resultado pode ser avaliado pela triste e deplorável
montanha de mais de 280 mil óbitos de brasileiros, que sucumbiram à violência
da Covid-19.
Embora
na linha do combate à sempre preocupante Covid-19, de certo mesmo foi a troca de
ministro da Saúde e isso pouco significa se ele não tiver plenas condições de
realizar seu trabalho, com independência gerencial, em sintonia com os seus conhecimentos
e experiências na área da medicina, aliados às ideias, não do presidente da
República, mas sim das autoridades públicas envolvidas com a questão de saúde, entidades
e organizações de classes profissionais, em especial dos médicos e dos demais
brasileiros, como forma a se contribuir para, ao menos, haver boa vontade e interesse
para a salvação de vidas humanas.
Brasília,
em 16 de março de 2021
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