No
longo discurso que abordou vários assuntos, em seu tom peculiar de severas
críticas ao governo, aos seus adversários políticos, à imprensa e especialmente
à Operação Lava-Jato - a sua algoz -, o ex-presidente da República petista
mostrou as suas garras afiadas, evidentemente na tentativa de recuperar parte
do eleitorado de centro que foi perdido, graças ao seu envolvimento com denúncias
suspeitas da prática de improbidade administrativa, culminando com a prisão dele
e na natural degeneração de parte do seu patrimônio político.
O
ressurgimento do líder político mostra o homem ainda mais radicalizado por
consequência de derrotas políticas que se sucedem desde o início da Operação Lava-Jato,
em 2014, quando ele foi alvo das investigações que descobriram o submundo da podridão
no governo comandado por ele, em especial na representação dos escândalos do mensalão
e do petrolão, este considerado o maior esquema organizado destinado ao desvio
de recursos da Petrobras, tendo por propósito principal o financiamento de campanhas
do seu partido e agremiações políticas aliadas, objetivando exclusivamente a perpetuidade
no poder, em consonância com seus planos políticos de longo prazo.
O
certo é que o político radical delineou de maneira bastante lúcida que a sua
linha de ataque ao presidente do país, daqui até a eleição de 2022, será o
binômio vacina e economia, que são os calcanhares de Aquiles do governo, em
especial no que se refere à imunização, onde realmente o governo entregou de
mão beijada as suas fraqueza e incompetência, mostrando plena incapacidade de gerenciamento
de campanha da maior importância humanitária.
Como
estratégia política, o petista fez apelo, a quem desconfia de suas intenções, ao
dizer que ser radical não é o oposto de ser moderado, ou seja, "Não tenham
medo de mim. Sou radical porque quero ir à raiz do problema".
Com
relação à Operação Lava-Jato, o petista disse que a considera um capítulo
encerrado em sua vida, embora suas pendências judiciais estejam longe de terminar.
Nesse
ponto, é preciso discorrer sobre a essência do seu discurso, quando ele traz
para a lide a sua pessoa como sendo o imaculado, sem pecado, o injustiçado, o
perseguido, o desmoralizado, ao ignorar as acusações e denúncias ainda existentes
e tramitando nos tribunais, com o envolvimento do nome dele completamente chamuscado
pela prática de crimes de improbidade administrativa, que inclusive serviram de
base para condenações à sua prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
Apesar
disso, o petista faz questão de dizer para o seu público, com a cara mais lisa,
que o ministro do Supremo Tribunal Federal o absolveu de seus gravíssimos
crimes, ante a sua incapacidade de provar a inculpabilidade da autoria deles,
conforme consta dos processos cujas sentenças condenatórias foram anuladas, não
pelo mérito das defesas, mas sim pela incompetência de jurisdição para julgar,
na forma da decisão monocrática em apreço.
Vejam-se
a seguir muitas de monstruosas afirmações ditas pelo petista, que procura
faltar com a verdade sobre muitos fatos reais, evidentemente para mostrar que a
sua honra foi massacrada vilmente, em forma de crueldade, certamente ante ao
que ele se considera intocável, injulgável, insuspeito de qualquer ato irregular,
dando a entender que ele está acima da lei.
Ele
disse que "Eu sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em
500 anos de História", mas essa mentira só tem cabimento na cabeça dele,
ante as robustas provas sobre a materialidade da autoria dos crimes pelos quais
ele foi julgado e condenado à prisão, a começar não somente pelo juiz da Operação
Lava-Jato, mas por três desembargadores e mais cinco ministros, sendo que todos
os veredictos foram proferidos por unanimidade, o que vale dizer que esses magistrados
não se manifestariam se não constassem elementos consistentes e probantes nos
autos sobre a autoria dos crimes.
O
petista afirmou que "Antes de eu ir (para a prisão), nós
tínhamos escrito um livro, e eu fui a pessoa, dei a palavra final no título do
livro, que é ‘A verdade vencerá’. Eu tinha tanta confiança e tanta consciência
do que estava acontecendo no Brasil, que eu tinha certeza que esse dia
chegaria, e ele chegou".
Nesse
caso, ao dizer que a verdade venceu, o petista nega e omite completamente a própria
verdade, deixando de ser honesto e sincero, porque nenhuma verdade foi colocada
no simples fato de terem sido anuladas as condenações por motivação totalmente
diferente disso.
Verdade é que não houve sequer exame de mérito
sobre as ações, fato este que somente mostra falta de sinceridade e de se aceitar
o que de verdade ainda existe, no sentido de que todas as acusações sobre suspeitas
do recebimento de propina por ele continuam com plena validade, cujos casos deverão
ser objeto de novos julgamento.
Não
custaria nada que ele assumisse a culpa sobre as suas falhas, enquanto não provar
o contrário, ou seja, a inculpabilidade, porque seria normal que os verdadeiros
homens jamais as negassem, porque isso dar a impressão de que as irregularidades
inexistissem, o que não é verdade.
A
bem da verdade, o ministro do Supremo apenas aceitou o argumento da defesa do
ex-presidente de que essas denúncias não estariam
diretamente ligadas aos desvios na Petrobras e determinou o envio dos
processos à Justiça Federal do Distrito Federal e isso não se trata da verdade referida
por ele, ante a possibilidade de novas condenações pelos mesmos motivos, a depender
do entendimento no novo juiz dos casos.
A
maior mentira assegurada no pronunciamento do petista foi quando ele agradeceu
ao ministro e disse, sem o menor fundamento jurídico, que a decisão em causa reconheceu
que nunca houve crime cometido contra ele ou envolvimento dele com a Petrobras,
afirmação esse que constitui verdadeiro absurdo e distorção da verdade, porque
a decisão apenas cinge-se ao rito processual, quando o
magistrado avaliou quem tinha competência para analisar e julgar as ações
objeto das condenações anuladas, sem entrar no mérito quanto aos aspectos da
culpabilidade ou inocência do petista.
Outra
alarmante e repudiável afirmação, por não corresponder à verdade, mas o petista
não se envergonha de dizer que "O processo vai continuar, tudo bem, eu já
fui absolvido de todos os processos fora de Curitiba, mas nós vamos continuar
brigando para que o Moro seja considerado suspeito, porque ele não tem o
direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e ser
considerado herói por aqueles que queriam me culpar. Deus de barro não dura
muito tempo.".
A
verdade é que o político não foi absolvido em nenhum processo nem de nenhuma ação
das muitas movidas contra ele, fato este que significa que ele continua sob a
mira da Justiça, exatamente pelas acusações feitas à Operação Lava-Jato, que o
condenou à prisão pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
cujas sentenças foram apenas anuladas por motivos estranhos ao mérito dos atos
delituosos atribuídos ao petista, ou seja, em nenhum processo ele conseguiu provar
a sua inocência.
É
preciso ficar claro que o ex-juiz da Operação Lava-Jato não tem nada de mentiroso,
porque as sentenças que ele proferiu tiveram por fundamento os fatos
irregulares constantes dos autos pertinentes, que foram devidamente ratificadas,
por unanimidade, por três desembargadores e cinco ministros, na certeza de que
o petista realmente é o autor dos atos então denunciados à Justiça, não havendo,
diante disso, nenhuma mentira senão a certeza de que o seu autor não tem dignidade
para assumir a sua ação delituosa, como fazem os verdadeiros homens de bem, que
têm compromisso com a verdade e a honra do seu nome.
O
juiz que o petista considera o maior mentirosa da história do Brasil é o
magistrado que teve coragem e bravura de sentenciar ex-presidente do país, algo
que nunca havia acontecido na história republicana, porque a Justiça nunca
havia condenado à prisão tantas pessoas e autoridades com influência e poder,
porque a impunidade havia sido institucionalizada e banalizada, cuja marca somente
foi quebrada pela Operação Lava-Jato, na liderança de pessoa que entendeu a
importância da defesa dos interesses do patrimônio dos brasileiros.
A
pessoa que o acusa não tem autoridade alguma para criticar ninguém, exatamente
porque foi no seu governo que se originaram os famigerados e horrorosos esquemas
do mensalão e do petrolão, ambos com a mesma finalidade de desviar recursos
públicos para finalidades escusas e irregulares, conforme mostram as investigações
pertinentes, dando conta dos mais vergonhosos escândalos na administração
pública, ocorridos justamente na gestão do petista.
O
juiz da Lava-Lata, que até possa ter agido com parcialidade, em termos de condução
processual, só causou benefício aos cofres públicos, por meio de sentenças condenatórias
determinando o ressarcimento de valores desviados do patrimônio dos brasileiros,
além de desvendar organizações criminosas instituídas nos governos petistas e
mandar criminosos aproveitadores do dinheiro público para a cadeia, inclusive o
próprio petista, e tudo com base em provas materiais, devidamente levantadas por
meios legais.
Em
que fundamento legal se pode alegar a suspeição do então juiz da Operação Lava-Jato,
que agiu para a reparação de prejuízos causados ao erário, sem se beneficiar de
coisa alguma, enquanto quem realmente se beneficiou dos esquemas criminosos, conforme
provam as investigações pertinentes, se acham no direito de criticar, quando precisaria
se conscientizar sobre a sua culpabilidade em consonância com as provas
coligidas, que são irrefutáveis e robustas?
Na
verdade, os heróis que os bandidos e criminosos que se acham no direito de
destruí-los prestaram inestimáveis serviços ao Brasil, tanto pelo desvendamento
das organizações criminosas como pelas condenação de criminosos der colarinho
branco à prisão e determinação da devolução de valores desviados de cofres
públicos, cujo trabalho é da maior importância para a dignidade dos brasileiros
honrados, que sabem perfeitamente valorizar essa forma de defesa do interesse
público.
O
discurso do petista demonstra a coerência que marca a sua personalidade de sempre
tentar desconsiderar e desmascarar a verdade, à vista das afirmações acima, e tentar
mostrar que somente ele tem competência e condições de realizar algo em
benefício do seu público alvo, o povo, principalmente as pessoas que ainda continuam
acreditando nas sujas mentiras e no seu irreal sentimento de humildade, quando
os fatos mostram outra realidade, conforme a presente entrevista, onde os
acontecimentos cuidam de desmenti-lo, vergonhosamente.
Infelizmente,
o petista aproveita o momento para pregar inverdade para os brasileiros e isso
é horrível para o homem público, que precisa ser modelo de sinceridade e honestidade
com as suas afirmações, principalmente quando elas se referem à sua pessoa.
Para
o bom entendedor, as mentiras professadas na presente entrevista contribuem sobejamente para se concluir exatamente sobre a falta de firmeza da personalidade que
garante inocência sobre as acusações em apreço, à luz da inconsistência sobre
outras afirmações, quando o homem público só tem o direito de dizer a verdade e
jamais sustentar mentiras.
Enfim,
a verdade é que compete aos brasileiros decidirem quanto à volta do petista-mor
à vida pública, depois de tudo o que já foi protagonizado de ruindade por ele,
com enormes e imensuráveis prejuízos para os interesses do Brasil, em especial porque
foi exatamente no seu governo que vicejaram e desenvolveram as pestes daninhas
do mensalão e do petrolão, com vultosos prejuízos ao patrimônio público, que já
seriam mais do que suficientes para bani-lo definitivamente da vida pública
brasileira, no sentido primordial da ardente ânsia de renovação do sangue na política,
sobre a perspectiva de que novos horizontes possam se abrir em contribuição ao verdadeiro
desenvolvimento socioeconômico.
Brasília,
em 11 de março de 2021
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