Enfim, o general que ocupava o cargo de ministro da Saúde foi obrigado a limpar o espaço, não por vontade do presidente da República, não, mas sim por imposição do Centrão, que explicou para ele que seria melhor mandar o militar para casa do que suportar uma CPI da pandemia, não restando opção para resistência.
Há
casos que somente acontecem no país tupiniquim, em que um ministro é obrigado a
pedir exoneração do cargo sem nunca ter praticado um único ato inerente às suas
funções, exatamente porque de saúde ele não entendia nada e realmente não tinha
como fazer nada mesmo, mas o seu chefe ainda tinha o desplante de dizer que ele
foi o melhor ocupante da pasta, que jamais teria sido, à vista da alarmante e
inadmissível quantidade de mortes sob a gestão dos dois, que prestaram gigantesco
desserviço ao país, diante de tantas vidas perdidas, sem que nada, absolutamente
nada tivesse sido feito para evitá-las, fato este que somente demonstra enorme
falta de sensibilidade e desamor aos princípios humanitários.
Causa
perplexidade que ministro incapaz seja afastado do cargo não por iniciativa do seu
chefe, que não teve condições de avaliar o verdadeiro desempenho dele, mas sim
por vontade, mais imposição mesmo, da aliança política que agora manda no presidente
do país, em nome do Centrão, fato este que demonstra não só fragilidade de
comando, mas principalmente subserviência a outro poder da República, no caso,
o Legislativo, porque foi exatamente o presidente da Câmara que exigiu a saída
do general.
Esse
estranho fato abre precedente perigoso, porque o presidente agora passa a ser
refém do Congresso, aceitando as imposições demandadas pelo poderoso Centrão,
que tem o chefe do Executivo na sua mão e sob o seu controle.
Os
brasileiros esperam que o presidente do país procure se conscientizar em
especial sobre a importância da valorização da vida humana, de modo a priorizar
todas as políticas na área da saúde pública, que jamais foi tão degenerada no
seu governo, por ter permitido que o principal ministério com competência para
cuidar da linha de frente do combate à pandemia do coronavírus tenha ficado por
tanto tempo acéfalo, enquanto as mortes se acumulavam em quantidade absurda e extraordinária,
em proporções fora do controle, mas nada foi feito para se buscar, ao menos,
minimizar tamanha tragédia.
É
muito triste que o militar, logo um general, tenha ficado todo esse tempo
ocupando o cargo de dirigente da Saúde, apenas acumulando incompetência e omissão,
exatamente por não ter conseguido justificar a sua presença no ministério, ante
o somatório de muitas desgraças com as perdas vidas humanas, tendo o direito de
desocupar o assento absolutamente impune, sem carregar consigo nenhuma condenação
pela falta de ação em benefício da vida dos brasileiros.
O
importante mesmo é que o pedido de exoneração do general, que vem mais do que muito
tarde, ante os extraordinários prejuízos já causados aos brasileiros, diante da
completa incompetência gerencial, à vista de imensuráveis omissões, tem o
condão de abrir espaço para a discussão sobre o seu substituto, que deverá ser,
em princípio, pessoa qualificada, com experiência e especialização em saúde/medicina
ou sanitização, em condições reais de cuidar e zelar pelas saúde e vida dos
brasileiros, se o presidente do país atentar para os salutares princípios do
bom senso, da racionalidade, da competência e humanitários, evidentemente
deixando de lado seus interesses políticos.
O
certo é que os brasileiros já foram bastantes castigados, com a crescente quantidade
de mortes, diante da inevitabilidade de dissociá-las da ausência do centro dos problemas
do principal ministério, que deveria ter agido desde o início da pandemia da
Covid-19, mas a sua participação somente foi sentida nos casos em que não tinha
como se distanciar, ou seja, aquele órgão agiu com a maior naturalidade, enquanto
a grave crise da saúde pública, diante da gravidade dos fatos, obrigava que ele
tivesse se empenhado ao máximo para combatê-los, mas não foi o que realmente
aconteceu, conforme mostram os acontecimentos, à saciedade.
Os
brasileiros esperam que o novo ministro da Saúde tenha aprendido bastante com o
ex-titular da pasta, para que a sua gestão seja absolutamente diferente de quem
somente deixa péssimo legado para ser esquecido rapidamente, de modo que o novo
ministro seja competente, independente e sensível às causas da saúde dos brasileiros,
como forma de resgatar imediatamente os valores e os princípios humanitários,
com a exclusiva finalidade de realmente cumprir, com o devido zelo, a missão institucional
do ministério, quanto, em especial, à sua sublime importância para o combate à
terrível Covid-19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário