A
médica que foi indicada pelo Centrão para ocupar o cargo de ministra da Saúde
disse em, em mensagem de texto à GloboNews, que “Não aceitei” o convite do
presidente da República.
Em
entrevista, ao vivo, àquele meio de comunicação, a médica afirmou que "não
houve uma convergência técnica entre nós" e que “o governo esperava
não se encaixa no seu perfil, qualificação e linha que segue.”.
O
nome da médica tinha o respaldo de parlamentares e integrantes do Supremo
Tribunal Federal, entre outras autoridades da República.
Ontem,
o presidente da Câmara dos Deputados disse que o enfrentamento da pandemia “exige
competência técnica” e “capacidade de diálogo político” e que
enxerga essas qualidades na mencionada médica, dando a entender que elas estão
faltando na atualidade.
A
médica é supervisora da área de Cárdio-Oncologia do Instituto do Coração do
Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(USP) e coordenadora de cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São
Paulo, tendo especialização em cardiologia e intensivismo hospitalar.
Não
obstante, após a revelação de que ela era a principal cotada para assumir o
Ministério da Saúde, a médica passou a ser alvo de ataques das redes
bolsonaristas, de forma agressiva e truculenta.
A
médica defende o isolamento social, tendo afirmado que não existe tratamento
precoce contra a Covid-19, por exemplo, fatos estes que diametralmente contraria o negacionismo do presidente, que entende que seus métodos
ainda são os mais eficazes e dificilmente o médico responsável, consciente das
suas éticas atribuições médicas vai se curvar aos caprichos com quem não tem
compromisso senão com seus sentimentos, independentemente do desastre existente
na saúde pública, com milhares de mortes já contabilizadas, que são incapazes
de sensibilizá-lo.
A
atuação do atual ministro é fortemente criticada pela sociedade, em razão do
agravamento da crise sanitária no país, causada pela pandemia de Covid-19, em
que a saúde pública se mostra cada vez mais distanciada da realidade e, por incrível
que seja, nada tem sido feito diferente do normal.
Ou
seja, o principal órgão incumbido das políticas de saúde pública permanece
quietinho no seu canto, como nada precisasse de agressivo e extraordinário para
combater com efetividade a tragédia que grassa sobre a cabeça dos brasileiros,
tendo o beneplácito do chefe do Executivo, que concorda com a incompetência do
órgão que, se quisesse, poderia incentivar e liderar verdadeira revolução contra
a Covid-19, mas prefere simplesmente se acomodar.
O
exemplo clássico dessa assertiva é que, no mesmo dia em que o Brasil atingiu o número
recorde de mortes pela Covid-19, em 24 horas, com 2.349 vidas perdidas, o ministro da Saúde, ao contrário do que se poderia imaginar,
divulgou medida em que anunciava nova redução da previsão de doses de vacinas a
serem entregues no fluente mês.
Na
mesma ocasião, o general afirmou que o sistema de saúde brasileiro "não colapsou, nem vai colapsar",
conforme divulgação em vídeo.
A
propósito da volta do líder petista à cena política, o presidente do país também
foi aconselhado a colocar, com urgência, especialista em medicina ou sanitarismo
no ministério que tem a incumbência institucional de cuidar e zelar da saúde e
da vida dos brasileiros, que é algo que não vem se fazendo há muito tempo e, o
pior, ninguém tem sido responsabilizado por tanta maldade contra os princípios
humanitários.
Além
dessas questões, assessores do governo acreditam que a saída do ministro pode contribuir para desacelerar as investigações existentes contra ele, em razão de suposta omissão dele na
crise sanitária no Amazonas e em outros casos de incompetência, onde, na citada
crise, a inadmissível falta de oxigênio levou à morte de dezenas de pacientes,
no início do ano, embora o ministério comandado por ele tivesse sido previamente
informado sobre a iminência da tragédia, mas nada foi feito, conforme provam os
fatos.
Em
princípio, não é por falta de opção que o Ministério da Saúde não seja comandado
por especialista na área da sua incumbência institucional, quando esse
profissional poderia certamente contribuir para realmente adotar medidas
coerentes com a gravidade da crise que só aumenta o martírio dos brasileiros,
que continua tendo a pior e mais deficiente assistência da saúde, exatamente diante
da incompetência governamental, que entende que seja exatamente dessa maneira
que a população deve ser cuidada e tratada, sob a direção de ministro especialista
em logística do Exército.
Na realidade, os brasileiros anseiam por que o presidente
da República acorde, o mais rapidamente possível, da letargia que o faz não enxergar
a gravidade da pandemia do novo coronavírus e a precariedade operacional do
governo para combatê-la na maneira mais agressiva e competente exigível para a
gravidade da crise, cuja doença vem matando impiedosamente milhares de brasileiros,
que estamos reféns da insensibilidade de quem poderia abdicar de seus caprichos
em benefício da vida humana, ao permitir que especialista em medicina ou
sanitarismo cuide diretamente da saúde dos brasileiros.
Brasília,
em 16 de março de 2021
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