Foi publicado na mídia que o número de focos de
queimadas no Brasil, em 2020, subiu 12,73%, na comparação com o ano de 2019,
segundo dados fornecidos pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
No total, houve o registrou de 222.798 focos, em
2020, ante o total de 197.632, no ano anterior, cuja constatação representa a
maior quantidade de focos em uma década.
Há notícia dando conta de que o pior crescimento de
focos foi constatado no bioma do Pantanal, com o registro de 22.116 queimadas,
em 2020, fato este da maior representatividade, porque ele cresceu mais do dobro
em relação ao ano de 2019, que foi do total de 10.025 registros.
Com relação ao Pantanal, esse registro diz que foi
o maior número de focos no bioma desde 1998, considerando o início da série
histórica em acompanhamento das queimadas.
No ano passado, imagens devastadoras dos incêndios
e de animais mortos ou feridos pelo fogo correram o Brasil e o mundo, mostrando
que, em termos estimativos, aproximadamente 23% do Pantanal se transformaram em
cinzas, cuja recuperação não se fará nos próximos 50 anos, tamanha os prejuízos
da devastação provocada pelo fogo da omissão e da incompetência governamentais,
que evidencia ter, na sua índole de gestão, a insensibilidade para tema de extrema
importância para a humanidade mundial, diante da incumbência privativa de o
governo brasileiro ter como obrigação de manter sob os seus rigorosos controle,
fiscalização e preservação da flora e da fauna brasileiras.
Segundo o Inpe, na década, os focos de queimadas cresceram
tanto no Pantanal como também na Amazônia, a exemplo do que foram constatados,
nesta última área, 103.161 focos de queimadas, em 2020, contra 89.171 registros
em 2019.
O referido crescimento representa 15,68% e se torna
o maior número observado pelo Inpe, desde 2017.
Na verdade, os registros ora apresentados são mais
do inquietantes não somente para o Brasil, mas também para o mundo, quando,
diante dos clamores e das pressões vindas de todos os cantos do planeta, o que
se poderia imaginar era que o governo brasileiro seria capaz de ser despertado
para a cruel e a lamentável realidade da destruição consistente, crônica,
perversa e consciente da floresta brasileira.
Exatamente com base nos registros, esperava-se que
a responsabilidade do governo seria tocada no sentido da conscientização para
ele decidisse criar interesse ambiental e se empenhasse ao máximo possível para
impedir que as criminosas queimadas aparecessem com a frequência avassaladora, incontrolável
e assustadora.
A verdade é que há evidente demonstração de que tem
sido absolutamente em vão os esforços da humanidade em gritar, a plenos pulmões,
mostrando, com muita clareza, que o Brasil precisa, com o máximo de urgência,
sair da deformante letargia que se encontra, para o fim de adotar as
necessárias medidas, com os devidos e urgentes cuidados de preservação da sua rica,
exuberante e importante floresta.
É sabido que não é fácil fiscalizar, com a maior
precisão possível, vasta região de floresta, mas é conveniente se atentar que
os recursos tecnológicos disponíveis nos órgãos oficiais têm fornecido as
principais informações que podem ajudar na
indicação da origem dos focos que são mais frequentes ano a ano.
Diante disso, pode-se imaginar, a princípio, que
haveria a possibilidade de se manter vigilância atuante e permanente nesses
lugares de maior incidência, mas, ao contrário disso, os focos só aumentam ano
após ano, fato este que contribui para a ilação de que, se houvesse maior
interesse por parte dos órgãos públicos que lidam diretamente do controle e da
fiscalização, essa tragédia ambiental brasileira poderia ser bastante
minimizada, desde que se intensificassem as medidas preventivas no território
nacional, com a finalidade exclusiva e prioritária da preservação do bioma
brasileiro.
Ou seja, não estaria faltando boa vontade, sensibilidade
e interesse para se reverter esse terrível quadro de descaso, incompetência e
irresponsabilidade quanto ao controle, à fiscalização e aos investimentos necessários
à devida preservação da preciosidade da floresta nacional, ante a sua suprema
importância para a humanidade, em vista de que os registros oficiais somente
demandam pensamentos nada favoráveis ao desempenho por parte de quem tem a obrigação
normal e legal de mantê-la integral, protegida e, enfim, a salva das depredações
por questões econômicas, em que pese ela ser permanente objeto da cobiça e da
discussão mundiais, porque essa preciosidade ainda é patrimônio do Brasil?
Ante o exposto, à toda evidência, o resultado dos
levantamentos dos incêndios ocorridos em 2020 mostra que o máximo de esforços empreendidos pelo governo ainda têm sido
insuficientes para conter a sanha destruidora do “bicho” homem, que é, na expressiva
maioria, responsável pelos focos de grandes incêndios, foto este que demandam
maiores atenção e interesse, em forma de prioridade e maciços investimentos nas
localidades mais afetadas, com vistas ao controle e à prevenção contra as
queimadas das florestas brasileiras.
Brasília, em 23 de março de 2021
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