terça-feira, 23 de março de 2021

Recorde de queimadas...

Foi publicado na mídia que o número de focos de queimadas no Brasil, em 2020, subiu 12,73%, na comparação com o ano de 2019, segundo dados fornecidos pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No total, houve o registrou de 222.798 focos, em 2020, ante o total de 197.632, no ano anterior, cuja constatação representa a maior quantidade de focos em uma década.  

Há notícia dando conta de que o pior crescimento de focos foi constatado no bioma do Pantanal, com o registro de 22.116 queimadas, em 2020, fato este da maior representatividade, porque ele cresceu mais do dobro em relação ao ano de 2019, que foi do total de 10.025 registros.

Com relação ao Pantanal, esse registro diz que foi o maior número de focos no bioma desde 1998, considerando o início da série histórica em acompanhamento das queimadas.

No ano passado, imagens devastadoras dos incêndios e de animais mortos ou feridos pelo fogo correram o Brasil e o mundo, mostrando que, em termos estimativos, aproximadamente 23% do Pantanal se transformaram em cinzas, cuja recuperação não se fará nos próximos 50 anos, tamanha os prejuízos da devastação provocada pelo fogo da omissão e da incompetência governamentais, que evidencia ter, na sua índole de gestão, a insensibilidade para tema de extrema importância para a humanidade mundial, diante da incumbência privativa de o governo brasileiro ter como obrigação de manter sob os seus rigorosos controle, fiscalização e preservação da flora e da fauna brasileiras.

Segundo o Inpe, na década, os focos de queimadas cresceram tanto no Pantanal como também na Amazônia, a exemplo do que foram constatados, nesta última área, 103.161 focos de queimadas, em 2020, contra 89.171 registros em 2019.

O referido crescimento representa 15,68% e se torna o maior número observado pelo Inpe, desde 2017.

Na verdade, os registros ora apresentados são mais do inquietantes não somente para o Brasil, mas também para o mundo, quando, diante dos clamores e das pressões vindas de todos os cantos do planeta, o que se poderia imaginar era que o governo brasileiro seria capaz de ser despertado para a cruel e a lamentável realidade da destruição consistente, crônica, perversa e consciente da floresta brasileira.

Exatamente com base nos registros, esperava-se que a responsabilidade do governo seria tocada no sentido da conscientização para ele decidisse criar interesse ambiental e se empenhasse ao máximo possível para impedir que as criminosas queimadas aparecessem com a frequência avassaladora, incontrolável e assustadora.

A verdade é que há evidente demonstração de que tem sido absolutamente em vão os esforços da humanidade em gritar, a plenos pulmões, mostrando, com muita clareza, que o Brasil precisa, com o máximo de urgência, sair da deformante letargia que se encontra, para o fim de adotar as necessárias medidas, com os devidos e urgentes cuidados de preservação da sua rica, exuberante e importante floresta.

É sabido que não é fácil fiscalizar, com a maior precisão possível, vasta região de floresta, mas é conveniente se atentar que os recursos tecnológicos disponíveis nos órgãos oficiais têm fornecido as principais informações que podem ajudar  na indicação da origem dos focos que são mais frequentes ano a ano.

Diante disso, pode-se imaginar, a princípio, que haveria a possibilidade de se manter vigilância atuante e permanente nesses lugares de maior incidência, mas, ao contrário disso, os focos só aumentam ano após ano, fato este que contribui para a ilação de que, se houvesse maior interesse por parte dos órgãos públicos que lidam diretamente do controle e da fiscalização, essa tragédia ambiental brasileira poderia ser bastante minimizada, desde que se intensificassem as medidas preventivas no território nacional, com a finalidade exclusiva e prioritária da preservação do bioma brasileiro.

Ou seja, não estaria faltando boa vontade, sensibilidade e interesse para se reverter esse terrível quadro de descaso, incompetência e irresponsabilidade quanto ao controle, à fiscalização e aos investimentos necessários à devida preservação da preciosidade da floresta nacional, ante a sua suprema importância para a humanidade, em vista de que os registros oficiais somente demandam pensamentos nada favoráveis ao desempenho por parte de quem tem a obrigação normal e legal de mantê-la integral, protegida e, enfim, a salva das depredações por questões econômicas, em que pese ela ser permanente objeto da cobiça e da discussão mundiais, porque essa preciosidade ainda é patrimônio do Brasil?

Ante o exposto, à toda evidência, o resultado dos levantamentos dos incêndios ocorridos em 2020 mostra    que o máximo de esforços empreendidos pelo governo ainda têm sido insuficientes para conter a sanha destruidora do “bicho” homem, que é, na expressiva maioria, responsável pelos focos de grandes incêndios, foto este que demandam maiores atenção e interesse, em forma de prioridade e maciços investimentos nas localidades mais afetadas, com vistas ao controle e à prevenção contra as queimadas das florestas brasileiras.  

          Brasília, em 23 de março de 2021 

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