Dias após de afirmar que o “Brasil vive uma
tragédia”, diretores da Organização Mundial de Saúde (OMS) cobraram medidas
agressivas do governo brasileiro e disseram que o aumento dos casos de
Covid-19, no país, pode impactar toda a América Latina.
O
diretor-geral da OMS disse que "A situação é muito séria, muito
preocupante. As medidas de saúde pública que o Brasil deveria adotar deveriam
ser agressivas – enquanto, ao mesmo tempo, distribui vacinas. (...) Se o
Brasil não for sério, vai continuar a afetar toda a vizinhança lá e além. Não é
só sobre o Brasil.".
Em
razão de terem sido questionados sobre o crescimento descomunal da incidência
da Covid-19. no Brasil, os diretores da OMS se posicionaram em demonstração de
muita apreensão quando ao que eles consideram de indiferença e falta de seriedade
por parte das autoridades públicas brasileiras, incumbidas de executar as
políticas de saúde pública.
O
diretor-geral da OMS resumiu a gravidade da situação, dizendo que o Brasil
precisa levar o aumento de casos "muito, muito a sério. A
situação no Brasil é muito, muito preocupante. Quando vimos muitas tendências
de queda, em muitos países, nas últimas seis semanas, a situação no Brasil ou
tinha aumentado ou atingido um platô – mas, é claro, com uma tendência maior de
aumento. Eu acho que o Brasil tem que levar isso muito, muito a sério".
Aquela
autoridade disse, em tom de alerta, que, "Sem fazer coisas para
impactar a transmissão ou suprimir o vírus, não acho que vamos conseguir ter,
no Brasil, a tendência de queda".
Já
o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde alertou que “Não é
hora de relaxar. Houve um aumento
nacional no Brasil (em número de casos), e isso é de norte a sul. As
medidas de saúde pública, sociais e comportamentais param todas essas cepas e
variantes. Agora não é a hora de o Brasil ou qualquer outro país, aliás,
relaxar".
Ele
disse, em continuidade do alerta, que a “chegada de vacina é um momento de
"grande esperança, mas que também pode fazer com que as pessoas percam o
foco no combate à pandemia. Se eu acho que vou receber a vacina nas
próximas semanas, talvez eu não seja mais cuidadoso. Talvez eu ache que já
superei. Você não precisa que muitas pessoas comecem a pensar isso para dar uma
chance ao vírus de se espalhar. Nós vimos isso na Europa até o Natal. Mudanças
pequenas num grande número de pessoas podem levar a uma grande mudança na
epidemiologia deste vírus. Acho que já aprendemos isso a esta altura".
O
diretor de emergências também afirmou que a OMS está
preocupada com a variante P.1 – identificada pela primeira vez em Manaus,
mas que já se espalhou para vários estados brasileiros e ao menos outros 24
países.
Em
conclusão, ele disse que "Estamos muito preocupados com a P.1. Ela
carrega muitas mutações específicas que dão vantagens ao vírus, principalmente
na transmissão. Não há dúvidas de que uma proporção desses casos que estão
ocorrendo agora são reinfecções, potencialmente devido à perda de imunidade,
potencialmente devido ao fato de que novas variantes estão evadindo o potencial
imunológico da imunidade natural – o que, por si só, significa que precisamos
ser muito cuidadosos com vacinas, para ter certeza de que as vacinas funcionam
contra essas cepas.".
Realmente,
é impressionante como as pessoas que não estão vivenciando diretamente a tragédia
causada pela Covid-19, no Brasil, sentem o quanto é inquietante a falta de
seriedade com que o governo brasileiro vem enfrentando a gravíssima crise da
pandemia, a ponto de alertar para a urgente necessidade de seriedade para a solução
da calamidade humanitária, como nesse caso, em que pessoas que cuidam da saúde
das pessoas, no âmbito mundial, estão percebendo o estrondoso abuso representada
pela indiferença das autoridades brasileiras, que nada fazem para combatê-la.
À
toda evidência, a constatação da falta de seriedade e de compromisso com os
princípios humanitários, a ponto de nada executar nem sequer se vislumbrar,
como forma de preocupação com o monumental problema de saúde da população, por
parte do governo brasileiro, com relação ao enfrentamento de agressiva
pandemia, causa não só perplexidade, mas especialmente indignação diante do
sentimento que caracteriza, de forma sobeja, desprezo ao ser humano e também crime
de responsabilidade, pela omissão do dever constitucional do Estado e das
autoridades constituídas de tudo fazer, da melhor forma possível e impossível, para
a proteção e preservação da saúde e da vida humanas.
Essa
triste ausência do sentimento humanitário demonstrado e sentido no mundo
inteiro somente contribui para elevar o Brasil ao nível mais rasteiro do que se
pode imaginar na face da Terra, em relação à preocupação para livrar seu povo
da peste da Covíd-19, à vista de que as medidas que estão sendo adotadas são praticamente
as apenas aquelas previstas para a normalidade da saúde pública, enquanto o
momento atual é visivelmente de guerra contra vírus agressivo e letal, que se
exigem para combatê-los providências ultrarrevolucionárias, com a finalidade de
superá-los e manter a integridade da população.
Não
se pode negar que o governo vem se esforçando para o atendimento das demandas
exigidas pela calamidade imposta à saúde pública, mas a verdade dos fatos mostra
que somente isso não é necessário, diante da situação de anormalidade que está
muito além das medidas de cunho paliativo, quando o combate à tragédia exige ousadia,
em termos de providências agressivas e revolucionárias, independentemente de
outros interesses políticos e pessoais, à vista do envolvimento de vidas
humanas, que têm primazia sobre todas as políticas públicas.
Diante
da evidência da calamidade que impera na saúde pública e ainda dos fortes apelos
feitos pelos diretores da Organização Mundial de Saúde, que naturalmente contam
com a solidariedade das pessoas que primam pelos respeito e consolidação dos
princípios humanitários, os brasileiros imploram ao presidente da República,
ante a tragédia que se intensifica por conta da incidência da Covid-19, que o
seu combate seja feito com a devida seriedade, de modo que sejam adotadas efetivas
medidas extremamente agressivas à altura da sua letalidade, especialmente tendo
em vista a importância e o valor da vida da população, em precisa consonância com
o dever do Estado, por força de disposição constitucional, do asseguramento da
sua integridade.
Brasília, em 7 de março de 2021
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