Ao
ritmo do crescimento vertiginoso do caminho tomado pela calamidade humanitária
impingida pela pandemia do coronavírus, a impopularidade do presidente da República
ganha tamanho impulso, ao experimentar forte queda, sob o respaldo no discurso
e nas práticas negacionistas, com o carregamento das contradições,
incompetência, inércia e falta de efetivas ações imprescindíveis ao combate à
Covid-19.
O
caos ao qual o presidente do país pode ter contribuído, direta ou indiretamente, para ser consolidado, por meio da materialização da insensibilidade à gravidade da pandemia do coronavírus e da incompetência no plano da execução das políticas de efetividade contra a crise, contou para o fortalecimento
da desaprovação de seu governo.
De
acordo com o resultado de consulta popular promovida pela empresa Exame/Ideia,
divulgada ontem, das pessoas pesquisadas, 49% disseram que desaprovam o desempenho
do presidente do país.
A
maior queda na popularidade do presidente do país resulta do seu desempenho na condução do combate à grave crise da pandemia, quando as maiores críticas partem justamente diante do sentimento do povo sobre a demora da imunização e da falta de vacinas, combinadas com a titubeante e nada afirmativa execução das políticas nacionais de
combate ao coronavírus, que contribuem para a formação de conjunto de erros incompatíveis
com a seriedade que precisava ser adotado diante de caso horroroso da saúde
pública.
O
notório descaso já resultou em incontroláveis perdas de vidas de brasileiros,
que já ultrapassaram o patamar de 300 mil óbitos, em pouco mais de um ano de tragédia,
que, mesmo assim, muito pouco ou nada tem sido feito, em forma de revolução e
atos agressivos contra a peste, com vistas ao menos se tentar a minimização
desse horror que se abateu sobre os brasileiros.
Diante
desse desastroso quadro, pareceu natural que a desaprovação do presidente tenha
subido 4%, em relação à última pesquisa, divulgada há duas semanas.
Esse
é o segundo pior resultado atribuído ao presidente do país, quando o primeiro
foi registrado em julho do ano passado, cujo índice chegou a 54%, logo antes do início da liberação da primeira parcela do auxílio emergencial.
A
aprovação do desempenho do presidente também caiu, mas apenas 1%, tendo chegado
a 25%.
Outras
pessoas da pesquisa disseram, em 22%, que não aprovam nem desaprovam o governo,
enquanto o número de pessoas que disseram não saber opinar manteve-se em 4%.
A
empresa responsável pela pesquisa esclareceu que “A gestão do presidente
Bolsonaro segue sendo mais bem avaliada pelo segmento evangélico (36% de
avaliação positiva) e pior avaliada pelos entrevistados com ensino superior (63%
de desaprovação) e pelas mulheres (53%). A combinação de piora da pandemia com
o ritmo de vacinação lento e com a falta de auxílio emergencial tem
contribuído para um resultado negativo da avaliação presidencial”.
Entre
as pessoas ouvidas, 77% avaliaram no sentido de que a vacinação está atrasada no
Brasil, contra apenas 4% que consideraram o processo adiantado, enquanto 56%
afirmaram concordar com as políticas como lockdown e toques de recolher
para combater o vírus, contra 16% que discordaram.
Segundo
a empresa responsável pela pesquisa, “Há uma frustração coletiva enorme em
relação à vacinação. Essa sensação é maior entre as pessoas de maior renda (79%
de quem ganha mais de 5 salários mínimos), mais escolarizados e de
capitais/regiões metropolitanas (passando de 80% nos dois recortes)”.
Causa
perplexidade a quantidade ínfima da participação dos entrevistados, de somente,
pasmem, inacreditáveis 1.255 pessoas, que até seja número significativo para os
especialistas em consulta popular, mas, para os leigos em estatística, essa
quantidade mínima representa, diante da importância sobre a avaliação do desempenho
do governo, muito pouca consistência para a finalidade de se assegurar informação
fidedigna, à vista da existência da população eleitoreira de mais de 150 milhões
de brasileiros.
A
verdade é que, se houvesse pesquisa com a devida seriedade, em termos de
representatividade dos brasileiros, acredita-se que a popularidade do
presidente do país, para o fim de avaliação do seu desempenho, teria como
índice de reprovação superior aos 70%, folgadamente, diante do pífio resultado
das medidas adotadas ou deixadas de adotar em combate à gravíssima crise da
pandemia do coronavírus, cabendo à aprovação dele para o restante das pessoas
que ainda conseguem enxergar a excelência na gestão dos interesses nacionais.
É
preciso que seja lamentada, profundamente, a verdade da imensurável dor
estampada nesse cenário de muito desalento para os brasileiros, que diz com a
lástima da morte de 303.462 óbitos, contabilizados até ontem.
Em
nação com o mínimo de seriedade e sensibilidade pela causa humanitária, certamente
que tragédia com essa dimensão já teria sido, há muito tempo, motivo bastante
justificável para causar não somente convulsão social de grandes repercussões, diante
da indignação pela inadmissível situação, como de justificável, urgente e geral
mobilização das autoridades públicas - federais, estaduais e municipais -, entidades,
organizações e o mundo científico brasileiros, como forma de todos, em ação conjunta
patriótica, puderem contribuir para a urgente formulação de medidas efetivas e capacitada
para combater, com inteligência, competência e todos os recursos possíveis e
impossíveis as mazelas referentes à pandemia, como única maneira de salvação das
vidas dos brasileiros.
É
preciso se compreender que as pesquisas como essa são de suma importância
quando os dirigentes da nação têm interesse e vontade para a valorização dos princípios
da sensibilidade e humanitários, quando então a sua consciência é imediatamente
tocada para a necessidade de agir, sem perda de tempo, no sentido do atendimento
dos reais e prementes anseios da sociedade, passando a fazer sentido e validade
os fins para os quais as consultas foram realizadas, que são precisamente para
se mostrar que, existindo algo errado e distorcido na condução dos negócios
pertinentes aos interesses da população, sejam promovidas imediatas mudanças de
rumos, com o devido saneamento, por meio de instrumentos capazes e necessários à
debelação das incorreções que prejudicam os brasileiros.
Enfim,
as pesquisas somente confirmam as verdadeiras índole e indolência dos brasileiros,
que preferem se acomodar passivamente, mesmo diante da desgraça que pode chegar
até eles e simplesmente permitem a sua normal continuidade, contando com a sua inaceitável
cumplicidade com todas as mazelas perpetradas pela administração pública visivelmente
prejudicial aos interesses da população, como no combate à pandemia do novo
coronavírus, conforme aponta o resultado da pesquisa em apreço.
Brasília,
em 27 de março de 2021
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