quinta-feira, 18 de março de 2021

Sem direito à bênção

 

O Vaticano declarou, na última segunda-feira, que padres e outras autoridades da Igreja Católica não podem abençoar união entre pessoas do mesmo sexo.

A Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano responsável pela doutrina oficial, publicou documento em resposta, que foi considerada como negativa, a questões em algumas paróquias sobre o impacto dessas bênçãos, que eram compreendidas como sinalização favorável aos homossexuais, no âmbito da Igreja Católica.

O documento afirma, com clareza, que não é lícito abençoar relação ou parceria, ainda que estável, quando ela trata de atividade sexual estranha ao casamento, "como é o caso de união entre pessoas do mesmo sexo".

Segundo a Congregação para a Doutrina da Fé, a medida em tela foi aprovada pelo papa e que ela não pretende se transformar em mensagem discriminação injusta, mas sim em lembrança da verdade da liturgia.

O documento esclarece que as bênçãos aos homossexuais não são permitidas nem mesmo se forem como forma sincera de acolhê-los e ajudá-los a encontrar a fé e que “a união entre um homem e uma mulher é um sacramento ligado ao casamento, e que a bênção não pode ser ampliada para casais do mesmo sexo.

A referida congregação afirmou que “Não é lícito dar bênção a relacionamentos, até mesmo aos estáveis, que envolvam atividade sexual fora do casamento (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher, aberto à transmissão da vida ), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo.".

Certa feita, o papa, em bela lição de acolhimento cristão, assim se expressou para um homem em desespero, que se dizia ser homossexual: "Deus te fez assim", ou seja, o santo padre afirmou que a pessoa feita por Deus tal qual como ela é, tendo a marca indelével do Pai eterno, não cabendo a menor diferenciação entre os demais irmãos da criação Dele, que ama a todos indistintamente.

A verdade é que cada entidade religiosa tem suas regras, seus dogmas e suas doutrinas, como no caso da Igreja católica, que entende que precisa definir o seu posicionamento sobre os temas do seu interesse, a exemplo do casamento, que diz com os princípios tradicionais da família, que se consagram mediante a união entre o homem e a mulher, mas a verdade é que a evolução do homem, com a modernidade de conceitos e conhecimentos científico e tecnológico, relembra o salutar ensinamento de que convém que não somente o homem, mas também as instituições possam acompanhar as mudanças benéficas ao crescimento uniforme da humanidade.

É evidente que a Igreja Católica tem interesse em preservar a pureza e a integridade do casamento na forma tradicional, que diz diretamente com idealização da família segundo os princípios bíblicos, na concepção do ensinamento do conhecido e consagrado princípio “crescei e multiplicai”, que somente acontece nos seio de pessoas de sexo diferente, por mais que o homem tenha evoluído, em termos científicos.

A verdade é que todos os homens são filhos de Deus, não importando a sua ideologia nem as suas preferências comportamentais de viver como bem entender e da maneira que achar conveniente, o que vale dizer que a atitude ou o sentimento do homem ou da mulher em nada pode contribuir para que ele deixe de ser sempre filho de Deus, porque a Sua generosidade tem o mesmo poder para amar a todos igualmente, sem distinção alguma, nem de preferência  e muito menos de ideologia.

O importante é que o homem vida em plena felicidade, estando só ou acompanhado com o homem ou a mulher, sem precisar dá satisfação senão à própria consciência, que apenas se satisfazer com o que acha que é normal e a sua maneira de viver não prejudica o seu semelhante, porque todos são livres em tudo, principalmente no relacionamento social e na convivência entre as pessoas.

Cada pessoa, independentemente do que é e pensa, tem a bênção de Deus para viver nas graças da felicidade, se cuidando para estar em harmonia com as melhores formas de relacionamento com o seu semelhante.

Seria interessante que, na visão mais moderna, a Igreja Católica tivesse a exata compreensão de que ser filho de Deus é ser igual em termos de espécie humana, levando-se em conta que ninguém, nenhum ser humano, é igual um ao outro, mas nem por isso a igreja nem ninguém pode dizer que alguém não reúne condições para ser considerado não filho de Deus, que até, com a maior elasticidade de entendimento, poder-se-ia deixar de pertencer à filiação divina, o que isso seria possível somente mediante o que fosse estabelecido por Ele.

Enfim, o casamento sob a ótica da Igreja Católica é instituição secular que realmente faz sentido a sua defesa, conquanto a família natural é a união entre o homem e a mulher e isso é costume que diz muito com a consolidação dos princípios religiosos, mas não se pode descartar é o sentimento que precisa ser empreendido com relação às demais pessoas que se relacionam diferentemente daquela maneira de união, à luz do inegável princípio fundamental de que todos os homens e mulheres são igualmente filhos de Deus, que é o patrono da Santa Igreja Católica, que não tem poder divino de impor discriminação, que é forma cristalina de desamor, que contraria na raiz dos ensinamento essenciais da própria igreja de Deus.

Deus acolhe com amor todos seus filhos...

Brasília, em 18 de março de 2021

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