Embora já escolhido o novo ministro, o comando no
Ministério da Saúde continua com o general, porque ainda não houve a exonerado
dele, que conta com o adjutório do futuro titular da pasta, indicado que fora
há uma semana, que ainda precisa tomar posse.
Essa esdrúxula situação vem gerando críticas de
autoridades públicas, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores,
prefeitos e também secretários de saúde dos Estados, exatamente porque o
ministério continua no mesmo ritmo de costume, exatamente sem fazer absolutamente
nada, em que pese a crive da pandemia se intensifica e explode com as mortes de
brasileiros.
Segundo foi apurou por fonte confiável e segura, o
principal motivo da situação inusitada e surreal é o próximo a dificuldade de colocação
do general em cargo que permita que ele mantenha o foro privilegiado, além do
distanciamento dele com a cúpula do Exército, uma vez ele se encontra bastante desgastado
junto aos militares da ativa, que veem na atuação dele à frente da Saúde como desastrosa
ante a imagem da força.
Além disso, o general é alvo de inquérito no Supremo,
à vista das investigações acerca de possível responsabilidade na condução na
pandemia, cuja saída do cargo implica a perda o foro privilegiado, fazendo que o
inquérito pertinente seja mandado para a primeira instância.
Em razão dessas situações, o Palácio do Planalto estuda
saída chamada digna para garantir a manutenção do foro privilegiado para o
general.
A ideia que se cogita é a de elevar a Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República ao status de
ministério, mas o presidente se depara com a oposição do atual ocupante desse
órgão, que é almirante, que conta com a resistência e o apoio de militares do
governo.
Aventou-se a criação do ministério extraordinário da
Amazônia, tendo por finalidade o esvaziamento do nada simpatizado
vice-presidente, ante o péssimo relacionamento dele com o presidente do país,
visto que o vice comanda o Conselho Nacional da Amazônia e nem tem sido
convidado para participar das reuniões governamentais, dando a entender que ele
é carta fora do baralho.
Enquanto não se resolve o impasse com a acomodação do
protegido general da saúde, o futuro ministro que terá a incumbência de salvar
a saúde da morte das extremas incompetência e omissão, já vem enfrentando duras
críticas sobre suas primeiras faltas de iniciativas, inclusive dentro do
governo, que escolheu a dedo pessoa que deverá cumprir precisamente as orientações
presidenciais já acostumado com o ritmo alucinado do general, que nada fez
contra a Covid-19, por que em harmonia com as ordens superiores.
Esse episódio somente confirmam a indiferença e o
desprezo da principal autoridade do país que resolveu trocar o ministro da Saúde
exatamente porque não suportava mais a pressão das lideranças do Centrão, em especial
do presidente da Câmara dos Deputados, que chegou a indicar uma médica para o
cargo, mas logo foi escolhido o médico que se encaixava melhor no perfil
presidencial, por não ter feito nenhuma exigência para assumir o cargo, tendo
concordado plenamente com o desempenho do governo no combate à pandemia do
coronavírus, com a aceitação da tragédia que se abate sobre os brasileiros,
quando o mar de mortos não contribui em nada para alterar o padrão mórbido de
insensibilidade e despreocupação com aos princípios humanitários.
Vejam-se que o presidente poderia já tendo
resolvido a questão do comando da Saúde, por se tratar de caso emergencial, por
envolver situação de vida ou morte, no sentido de tentar socorrer
prioritariamente a precariedade da saúde que vem comprometendo seriamente a
vida dos brasileiros, mas ele prefere relegar esse assunto da maior importância
e urgência para planos secundários, preferindo solucionar antes, pasmem, a questão
referente ao foro privilegiado do general, que permanece no cargo, sem outra
justificativa senão por motivação pessoal, em prejuízo do interesse público, deixando
muito evidente o velho chavão popular no sentido de que o povo que se exploda,
porque é preciso primeiro salvar a pele do amigo.
Esse fato, se realmente for verdadeiro, que poderá
se confirmar com a implementação de umas das alternativas cogitadas acima, fica
patente o tamanho do grau da irresponsabilidade do homem público perante os
interesses da população, quando o presidente acha mais importante resolver
questão de interesse de amigo do que cuidar da severa e grave crise demandada
pela pandemia do coronavírus, afeta a vida dos brasileiros, com o
comprometimento de importantes vidas humanas.
Enfim, chega a ser risível, embora o caso tenha relação
direta com irresponsabilidade administrativa, se ele realmente vier a se
confirmar na medida da sua versão anunciada pela imprensa, que o presidente
considere bem mais importante o foro privilegiado do amigo do que as questões
que só conduzem os brasileiros ao abismo da morte, diante da extrema precariedade
da prestação dos serviços de saúde pelo Estado.
Os brasileiros precisam despertar no coração não
somente o amor à pátria, mas também à vida das pessoas, que não merecem tamanhos
descuido e desprezo, à vista de se tratar de pandemia de doença extremamente
letal, que vem sendo tratada como se nada de anormal estivesse acontecendo,
ante o negacionismo demonstrado pela principal autoridade do país, responsável
pelas políticas de saúde pública, independentemente da sua opinião sobre a calamidade
humanitária que se caracteriza a deplorável situação.
Brasília, em 22 de março de 2021
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