O
ex-presidente da República petista admitiu erros no seu governo, tendo usado a
expressão "talvez" e falando no plural e sem citar quais tenham sido
eles, tendo dividido a responsabilidade, de forma evasiva, com a sua sucessora.
O
político disse: "Sei que não fizemos
tudo, talvez tenhamos cometido erros. Se a companheira Dilma estivesse aqui,
com certeza iria reconhecer que teve erros (sic)".
Dois
dias antes, o político criticou a ex-presidente, queixando-se até da
resistência dela em convidar o atual ministro da Fazenda, para integrar seu
governo, em que pese a insistência dele.
Ao
se referir aos processos a que responde na Justiça, o político disse, em
palanque, que a elite não o perdoava por ter levado filé à mesa do pobre.
O
petista disse que "Eu resolvi andar
porque vocês sabem o que estão tentando fazer comigo. Tenham certeza que o
problema não é o Lula. O problema são vocês (sic). Eles não nos perdoam. Eles não me perdoam porque os pobres começaram a
viajar a São Paulo de avião".
O
político afirmou ainda que o governo quer fazer novas privatizações: "Essa gente quer vender tudo, o Banco do
Brasil, a Caixa, a Petrobras, a BR".
A
verdade é que o governo cogita, de forma responsável, vender empresa que se
encontra dando prejuízo ao erário, como no caso da Eletrobras, que foi quebrada
no governo da ex-presidente petista, cuja venda irá contribuir para minimizar o
déficit público também deixado na desastrada gestão da presidente afastada.
Não
passa de exagero se afirmar que foi colocado filé na mesa do pobre, somente se
for o pobre que tem, em conta de aposentadoria, nove milhões de reais, porque o
pobre mesmo nunca viu sequer falar em filé, quanto mais vê-lo na sua mesa.
Por outro lado, somente o político consegue
enxergar um pobre viajando de avião, porque o resto da população nunca viu
pobre em aeroporto, senão aqueles que lá trabalham como operário por lá.
Na
verdade, o político procura despistar da realidade, sair do mundo real, ao
atribuir o problema, a responsabilidade que é exclusivamente dele para a população,
numa jogada de pura ingenuidade e de falta de plausibilidade, fazendo crê que o
povo vai acreditar numa tolice dessas, quando o problema é sim exclusivamente
dele e de mais ninguém, que ele é que precisa equacioná-lo e solucioná-lo, sem essa de incluir o povo
nesse imbróglio que ele mesmo é o epicentro de toda confusão.
Já
passou do momento de o político admitir, de verdade, seus graves erros, porque
dizer que “talvez tenhamos cometido erros”,
exatamente nestes termos, não passa
de gigantesca desfaçatez completamente imprópria para se confessar a verdade,
que precisa ser dita em nome da dignidade que se impõe como obrigação natural
dos homens públicos, que não têm direito de enganar, mentir ou escamotear a
verdade, principalmente em se tratando do interesse nacional e dos brasileiros,
embora os fatos ainda pululam na mente daqueles que se interessam pelo bem
comum e pelos acontecimentos benéficos e favoráveis à melhoria e ao
desenvolvimento do país.
Causa
enorme estranheza o político admitir que “talvez” tenha cometido erros, mas, de
forma nada explícita, não diz exatamente quais tenham sido eles, dando a
entender que é provável que, de tanto todo mundo falar repetidamente, houve erros
no seu governo, i.e., possivelmente pode ter havido erros.
Ou
seja, a explicação tem o condão de confundir ainda mais a situação sobre os
questionamentos da má gestão do petista, que nunca admitiu o mínimo erro à
frente do governo, que, para ele, sempre foi considerado o suprassumo da
competência e da efetividade, embora a melhor marca alcançada nele pode ter sido
os avanços sociais, explicados pela implantação de políticas assistencialistas
montadas, de forma muito bem planejada, para a garantia da absoluta dominação
das classes política e social e da perenidade no poder.
Na
verdade, um dos gigantescos erros do governo petista foi o absoluto desprezo às
reformas das estruturas do Estado, permitindo que a administração do país
ficasse estagnada, ao bel-prazer dos mecanismos ultrapassados e obsoletos da
gestão pública, contribuindo, de forma efetiva, para que o país se distanciasse
da evolução alcançada no resto do mundo.
Outro
erro capital do governo petista foi a priorização às políticas voltadas para a
valorização dos programas assistenciais, com destaque para o fomento do Bolsa
Família, orgulho do político, que, a propósito disso, as demais políticas de
Estado foram para as calendas, o que contribuiu para que o país não progredisse
de forma integrada, mas apenas com relação ao social, com a distribuição de
renda, que é importante, mas a sua priorização fez com que as outras políticas
públicas fossem prejudicadas, contribuindo para emperrar o desenvolvimento
global do país.
Entre
inumeráveis erros da era petista, o mais terrível e degradante foi a
implantação dos esquemas sistêmicos e endêmicos de corrupção estampados nos
famigerados mensalão e petrolão, que contribuíram para a plena desmoralização
do governo, que caiu em desgraça e descrédito, mesmo sem que o próprio político
e demais lideranças do partido tivessem a humildade de assumir o astronômico estrago
causado ao país e especialmente à Petrobras, que foi cruelmente depenada
econômica e financeiramente, graças à ação malévola e deletéria do
aparelhamento promovido pelo governo do petista.
Ainda
considerado gravíssimo erro do governo petista foi a implantação do
presidencialismo de coalizão, onde a
formação de alianças políticas se baseava no loteamento dos ministérios e das empresas
estatais entre os partidos integrantes da base de apoio ao governo, em que os
titulares dos órgãos e das entidades não tinham o menor compromisso com a
competência e a eficiência da gestão pública, causando o maior fiasco na
prestação dos serviços públicos, que tiveram verdadeiro retrocesso, em termos
de qualidade, conforme mostra a evolução ou involução dos Índices de
Desenvolvimento Humano, onde o Brasil sempre esteve nos piores lugares, bem
além até mesmo de países sem a menor expressão mundial.
Os fatos acima talvez representem pequena amostra
dos inúmeros e momentosos erros do governo petista, que foram capazes de
contribuir para atrasar alguns anos o desenvolvimento socioeconômico do país,
razão por que convém que os brasileiros resgatem todos fatos maléficos
acontecidos naquela gestão, para o fim de reflexão e avaliação o quanto seria
prejudicial para o país e a população a repetição dos gravíssimos erros da era
petista, considerando que dificilmente os mesmos protagonistas seriam capazes
de realizar algo diferente da desastrosa experiência passada, que foi
absolutamente condescendente com a incompetência, ineficiência e falta de
iniciativas capazes de reverter as situações adversas, conforme mostram os trágicos
e nada animadores resultados da administração petista. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de agosto de 2017
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