quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Legado para esquecer

O ex-presidente da República petista admitiu erros no seu governo, tendo usado a expressão "talvez" e falando no plural e sem citar quais tenham sido eles, tendo dividido a responsabilidade, de forma evasiva, com a sua sucessora.
O político disse: "Sei que não fizemos tudo, talvez tenhamos cometido erros. Se a companheira Dilma estivesse aqui, com certeza iria reconhecer que teve erros (sic)".
Dois dias antes, o político criticou a ex-presidente, queixando-se até da resistência dela em convidar o atual ministro da Fazenda, para integrar seu governo, em que pese a insistência dele.
Ao se referir aos processos a que responde na Justiça, o político disse, em palanque, que a elite não o perdoava por ter levado filé à mesa do pobre.
O petista disse que "Eu resolvi andar porque vocês sabem o que estão tentando fazer comigo. Tenham certeza que o problema não é o Lula. O problema são vocês (sic). Eles não nos perdoam. Eles não me perdoam porque os pobres começaram a viajar a São Paulo de avião".
O político afirmou ainda que o governo quer fazer novas privatizações: "Essa gente quer vender tudo, o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobras, a BR".
          A verdade é que o governo cogita, de forma responsável, vender empresa que se encontra dando prejuízo ao erário, como no caso da Eletrobras, que foi quebrada no governo da ex-presidente petista, cuja venda irá contribuir para minimizar o déficit público também deixado na desastrada gestão da presidente afastada.
Não passa de exagero se afirmar que foi colocado filé na mesa do pobre, somente se for o pobre que tem, em conta de aposentadoria, nove milhões de reais, porque o pobre mesmo nunca viu sequer falar em filé, quanto mais vê-lo na sua mesa.
 Por outro lado, somente o político consegue enxergar um pobre viajando de avião, porque o resto da população nunca viu pobre em aeroporto, senão aqueles que lá trabalham como operário por lá.
Na verdade, o político procura despistar da realidade, sair do mundo real, ao atribuir o problema, a responsabilidade que é exclusivamente dele para a população, numa jogada de pura ingenuidade e de falta de plausibilidade, fazendo crê que o povo vai acreditar numa tolice dessas, quando o problema é sim exclusivamente dele e de mais ninguém, que ele é que precisa equacioná-lo  e solucioná-lo, sem essa de incluir o povo nesse imbróglio que ele mesmo é o epicentro de toda confusão.  
Já passou do momento de o político admitir, de verdade, seus graves erros, porque dizer que “talvez tenhamos cometido erros”, exatamente nestes termos, não passa de gigantesca desfaçatez completamente imprópria para se confessar a verdade, que precisa ser dita em nome da dignidade que se impõe como obrigação natural dos homens públicos, que não têm direito de enganar, mentir ou escamotear a verdade, principalmente em se tratando do interesse nacional e dos brasileiros, embora os fatos ainda pululam na mente daqueles que se interessam pelo bem comum e pelos acontecimentos benéficos e favoráveis à melhoria e ao desenvolvimento do país.
Causa enorme estranheza o político admitir que “talvez” tenha cometido erros, mas, de forma nada explícita, não diz exatamente quais tenham sido eles, dando a entender que é provável que, de tanto todo mundo falar repetidamente, houve erros no seu governo, i.e., possivelmente pode ter havido erros.
Ou seja, a explicação tem o condão de confundir ainda mais a situação sobre os questionamentos da má gestão do petista, que nunca admitiu o mínimo erro à frente do governo, que, para ele, sempre foi considerado o suprassumo da competência e da efetividade, embora a melhor marca alcançada nele pode ter sido os avanços sociais, explicados pela implantação de políticas assistencialistas montadas, de forma muito bem planejada, para a garantia da absoluta dominação das classes política e social e da perenidade no poder.
Na verdade, um dos gigantescos erros do governo petista foi o absoluto desprezo às reformas das estruturas do Estado, permitindo que a administração do país ficasse estagnada, ao bel-prazer dos mecanismos ultrapassados e obsoletos da gestão pública, contribuindo, de forma efetiva, para que o país se distanciasse da evolução alcançada no resto do mundo.
Outro erro capital do governo petista foi a priorização às políticas voltadas para a valorização dos programas assistenciais, com destaque para o fomento do Bolsa Família, orgulho do político, que, a propósito disso, as demais políticas de Estado foram para as calendas, o que contribuiu para que o país não progredisse de forma integrada, mas apenas com relação ao social, com a distribuição de renda, que é importante, mas a sua priorização fez com que as outras políticas públicas fossem prejudicadas, contribuindo para emperrar o desenvolvimento global do país. 
Entre inumeráveis erros da era petista, o mais terrível e degradante foi a implantação dos esquemas sistêmicos e endêmicos de corrupção estampados nos famigerados mensalão e petrolão, que contribuíram para a plena desmoralização do governo, que caiu em desgraça e descrédito, mesmo sem que o próprio político e demais lideranças do partido tivessem a humildade de assumir o astronômico estrago causado ao país e especialmente à Petrobras, que foi cruelmente depenada econômica e financeiramente, graças à ação malévola e deletéria do aparelhamento promovido pelo governo do petista.
Ainda considerado gravíssimo erro do governo petista foi a implantação do presidencialismo de coalizão,  onde a formação de alianças políticas se baseava no loteamento dos ministérios e das empresas estatais entre os partidos integrantes da base de apoio ao governo, em que os titulares dos órgãos e das entidades não tinham o menor compromisso com a competência e a eficiência da gestão pública, causando o maior fiasco na prestação dos serviços públicos, que tiveram verdadeiro retrocesso, em termos de qualidade, conforme mostra a evolução ou involução dos Índices de Desenvolvimento Humano, onde o Brasil sempre esteve nos piores lugares, bem além até mesmo de países sem a menor expressão mundial.
Os fatos acima talvez representem pequena amostra dos inúmeros e momentosos erros do governo petista, que foram capazes de contribuir para atrasar alguns anos o desenvolvimento socioeconômico do país, razão por que convém que os brasileiros resgatem todos fatos maléficos acontecidos naquela gestão, para o fim de reflexão e avaliação o quanto seria prejudicial para o país e a população a repetição dos gravíssimos erros da era petista, considerando que dificilmente os mesmos protagonistas seriam capazes de realizar algo diferente da desastrosa experiência passada, que foi absolutamente condescendente com a incompetência, ineficiência e falta de iniciativas capazes de reverter as situações adversas, conforme mostram os trágicos e nada animadores resultados da administração petista. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de agosto de 2017

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