domingo, 20 de agosto de 2017

Estranha ideologia?

Conforme revela reportagem publicada na revista ISTOÉ, a senadora presidente do Partido dos Trabalhadores é o retrato fiel do fosso profundo em que se embrenhou a sigla no lamaçal da corrupção e na incompetência político-administrativa, conforme mostram os resultados das investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato, culminando com o impeachment da última presidente, deixando à vista a marca da intolerância e do autoritarismo, embora ela ainda tenta se fingir de democrata, mas não hesita em respaldar franco e indiscutível apoio às ditaduras, em especial a mais recente instaurada pelo tirano presidente da Venezuela.
A petista arvora-se em ser a paladina da ética, mas tem sido envolvida em casos de corrupção, a exemplo da última conclusão da investigação conduzida pela Polícia Federal, que imputa a ela os crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro, respaldada que foi em laudos técnicos, registros de telefonemas, planilhas e trechos de delações de executivos da Odebrecht e de sócios de uma agência de publicidade da qual a petista se valeu para receber propina.
É curioso que a senadora, como presidente do partido, parece ser o espelho de um PT que deixou as bandeiras históricas da ética de lado para trilhar pelo caminho da indigência moral, conforme o noticiário que a todo momento envolve mais um petista no rol da corrupção, com recebimento de propina, mas ninguém assume os graves erros, sempre sob a escabrosa alegação de que os recursos foram recebidos de forma legal e declarados à Justiça Eleitoral, que tem sido, para os delinquentes, responsável pela transformação, em passe de mágica, de dinheiro sujo em dinheiro limpo, legal.
Tão logo conquistou a presidência do partido, a senadora disse que a agremiação não faria autocrítica de seus atos escabrosos, simplesmente “porque não contribuiria para fortalecer o discurso dos adversários. Não somos organização religiosa, não fazemos profissão de culpa, tampouco nos açoitamos. Não vamos ficar enumerando os erros que achamos para que a burguesia e a direita explorem nossa imagem”.
          A líder petista mirou seu foco para o regime ditatorial da Venezuela, ao tecer elogios e gestos de solidariedade ao governo bolivariano, inclusive quanto à criação da Constituinte, tendo dito que “O PT manifesta o seu apoio e solidariedade ao PSUV, seus aliados, e ao presidente Nicolás Maduro, frente à violenta ofensiva da direita pelo poder na Venezuela. Temos a expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergências políticas se resolvam de forma pacífica”.
Esse desgraçado endosso da líder petista à Constituinte bolivariana evidencia marcante significado, o de que há escancarado, translúcido e irrefreável sentimento do PT de executar tal qual programa bolivariano aqui no Brasil, porquanto era esse o seu desejo de fazê-lo por ocasião dos 13 anos em que ele esteve no poder, mas as inúmeras tentativas de aplicá-lo resultaram em fracasso, em razão da solidez das instituições brasileiras.
Não obstante, o programa de censura dos meios de comunicação e de perseguição a adversários políticos, caso o partido retorne ao poder, já não constitui mais segredo a se manter em sigilo pelo partido, a se intuir pelos recentes discursos inflamados do todo-poderoso de que haverá regulação da mídia, caso ele seja eleito presidente do país.
Não há a menor dúvida de que o apoio explícito à sanguinária ditadura bolivariana representa página negra que envergonha ainda mais a história do PT, diante do assombroso rastro de atrocidade comandada por pessoas insanas e desumanas que lideram verdadeira catástrofe humanitária sem precedentes naquele país.
As estatísticas da destruição humana são eloquentes e desoladoras, quando são relatados que, em apenas quatro estados venezuelanos, a desnutrição infantil já alcança 20% das crianças com menos de cinco anos de idade; o país amarga a segunda maior taxa de homicídios do mundo; o índice de assassinatos em Caracas é 14 vezes maior que o de São Paulo; a inflação projetada para este ano é de 2.200%; a desestruturação do estado contribuiu para que a violência partisse do palácio presidencial, na tentativa de conter o caos que dissemina no país todo, havendo registro de mais de 130 mortes decorrentes dos confrontos da população com o aparato de repressão policial.
A diretora da Anistia Internacional para as Américas declarou que, “Na Venezuela, toda a gama de direitos humanos é violentada. Direitos econômicos, sociais, culturais. As liberdades fundamentais, o direito à associação, a liberdade de expressão. Está havendo um contexto repressivo e militarizado diante das demonstrações de descontentamento social, no qual, além disso, são feitas detenções arbitrárias como ferramenta de controle, de calar as vozes da dissidência”.
A presente reportagem mostra o retrato irretocável da decadência de um partido que não teve o mínimo de escrúpulo para implantar sistemas sofisticados de roubalheira na administração pública, a exemplo dos escândalos do mensalão e petrolão, tendo por finalidade a compra de parlamentares para garantir não somente a absoluta dominação das classes política e social, mas também e especial a perenidade no poder, conforme mostram os resultados de investigações e julgamentos de diversos casos cuidados na Polícia Federal, no Ministério Público Federal e na Justiça Federal.
O grau máximo de desmoralização do partido fica patente no reconhecimento da senadora de que a agremiação não comentaria a trágica gestão de seu partido, quanto aos citados escândalos, pasmem, para não fornecer elementos para a oposição criticar a desastrada atuação dele, dando a entender que a roubalheira dos cofres públicos é de somenos importância, em termos da responsabilidade objetiva do partido, porquanto o que o preocupa mesmo é a opinião da oposição e das elites, quanto às graves irregularidades protagonizadas nos governos petistas, quando lhes cabem assumir a culpa por todo desastre que foi capaz de destruir uma nação com as grandezas do Brasil.
Outra situação inaceitável é o descarado apoio do PT às ações de desumanidade implementadas pela ditadura venezuelana, quando a senadora escreveu artigo respaldando as atrocidades e truculências daquele governo, dando a entender que o Brasil ressente de medidas semelhantes adotadas pela tirania bolivariana, como se elas representassem o fino da democracia, evidentemente na concepção do partido que apoia e incentiva o famigerado regime socialista, que simplesmente eliminou do país os direitos humanos e os princípios democráticos, onde se imperam a repressão, a violência e a desumanidade.
Urge que os brasileiros tenham a lucidez de refletir sobre as trogloditas ideologias de partido que pensa em socialismo exclusivamente com a finalidade de satisfazer seus objetivos políticos, não importando os fins para se atingir os meios, a exemplo do que ocorre na Venezuela, onde a violência come solta em nome da perenidade no poder de tirania destruidora dos direitos humanos, dos princípios democráticos e das liberdades individuais, sob os holocaustos da fome, da miséria e da desumanidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 20 de agosto de 2017

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