segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A dignificação humana

O deputado federal carioca que vem se destacando na corrida presidencial concedeu entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio Sat/98FM, da Paraíba, tendo discorrido em especial sobre combate à violência - que é a sua área preferida -, homofobia, crise política, adversários e Bolsa Família.
Como de costume, ele preferiu não se incursionar em temas que agitam a sociedade e podem causar maiores polêmicas, mas com relação ao Bolsa Família, o parlamentar se posicionou dizendo que é preciso ensinar as pessoas a ganharem dinheiro com o próprio suor e que “Ninguém quer acabar o Bolsa Família, mas temos que ter uma saída. Essas pessoas têm que trabalhar e ter como ganhar dinheiro do próprio bolso (sic)”.
A par de defender o fim do programa Bolsa Família, como visto acima, o parlamentar disse que “Eu não confio na Justiça Eleitoral”.
No que diz respeito ao combate à violência, ele foi radical, ao afirmar que “Você não vai combater a violência soltando pombas brancas, botando lencinhos brancos na janela de sua casa. Tem que combater com mais violência, porque a bandidagem está aí e não tem pena de ninguém. Temos contra nós a política de direitos humanos, de desencarceramento. Todo mundo tem pena dos encarcerados”.
Ele defendeu a revisão das leis penais, para combater a criminalidade com firmeza, tendo dito: “A tal da audiência de custódia, o marginal sai para responder em liberdade e muitas vezes é liberado ainda na frente da polícia que o prendeu. Não podemos ter pena desse tipo de gente. Temos que mudar o Código Penal. Existe legitima defesa no Brasil? Veja o caso da apresentadora Ana Hickman, o marginal invade o apartamento, o cunhado dela consegue atracar o bandido, dá dois tiros no bandido e o Ministério Público decidiu mandar ele para o Tribunal do Júri. Temos que garantir a legítima defesa no Brasil (sic)”.
O parlamentar negou que seja homofóbico, ao enfatizar que "O que não admito é o material escolar ensinar a criança a fazer sexo a partir de seis anos de idade. Eu vi lá o cara dizendo que estava estudando para fazer o vídeo de como a língua de uma menina é beijando outra menina. Você quer que seu filho de 7 anos vá para a escola e assista duas crianças se beijando, que seja apresentado esse tipo de conteúdo. Estão estimulando nossos filhos para o sexo precoce, daí vem a fama que sou homofóbico. Quem já me viu falando que tem que espancar homossexual? Essas pessoas não têm argumento e ficam mentindo".
Ele acha complicado o quadro político, tendo dito que “A crise tem contaminado todo o Brasil, na economia, na segurança, nos acordos internacionais. É muito difícil resolver a crise, mas cada um tem que fazer sua parte. Mas o que é que estão tentando mudar? A forma de escolher os deputados com o tal do distritão, mas não é assim”.
O deputado também comentou sobre o ex-presidente da República petista e que não acredita nas pesquisas que mostram ele como um dos favoritos a concorrer à Presidência. Ele disse que “Cada dia que passa o pessoal vai se conscientizando que quem colocou o Brasil nessa miséria foi o PT. É um governo que quebrou a Petrobras, basicamente tirou a capacidade produtiva do Porto de Suape, que é de sua terra, e investiu em Cuba. Esse homem aí enganou a população brasileira”.
O deputado que faz parte do Legislativo, já poderia ter apresentado os projetos pertinentes à atualização e ao aperfeiçoamento da legislação penal, reclamada por ele, de modo a contribuir para o efetivo combate à criminalidade, porque somente criticar, na forma como ele fez, não adianta absolutamente nada.
Não há a menor dúvida de que muitas ou todas políticas do governo e do Estado precisam mudar de maneira radical, como forma de, por meio de gigantesca chacoalhada de tudo que se encontra aí, se imprimir ações verdadeiramente compatíveis com o interesse público e o bem da população, de modo que possa se alcançar o mínimo de competência, eficiência, efetividade e principalmente economicidade na implementação dos gastos públicos, sem olvidar que a arrecadação precisa ser otimizada, com o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle, principalmente com a redução da pesadíssima carga tributária, que tanto sacrifica o bolso dos contribuintes.
Convém que o candidato tenha inteligência suficientemente capaz para fazer constar de seu programa de governo políticas efetivamente em condições de realmente executá-las, sob pena de cair no ridículo de ficar priorizando ações exclusivamente em benefício de determinada situação ou de interesse especifico, como no caso da distribuição de renda, que é indiscutivelmente importante para o desenvolvimento social, mas perversamente porque estimula o terrível populismo de esquerda e estrangula e estagna as demais políticas de Estado, que são essenciais ao desenvolvimento integrado da nação, considerando que não convém desenvolver setores específicos em detrimento de outros que são indispensáveis ao progresso socioeconômico da nação.
A questão do programa assistencial do Bolsa Família não tem como solução plausível a sua simples eliminação dos programas de governo, ante a imperiosa necessidade de se cuidar da criação de política sensata e responsável para essa área social, de modo a estimular o interesse dos beneficiários para o trabalho, porque eles são eternos e crônicos dependentes da assistência do Estado, a exemplo da instituição da obrigatoriedade de as pessoas (os titulares) serem obrigadas a participar de cursos de especialização, quando então, depois de devidamente profissionalizadas, puderem ser conduzidas ao emprego já devidamente estruturado, mediante convênios com empresas subsidiadas com recursos economizados do próprio Bolsa Família, com a saída desses beneficiários, de modo que os pais de família possam ser tocados nas suas autoestima e dignidade de que são capazes de sustentar e manter a sua família com o seu esforço.
Além disso, é muito importante que o responsável pela família saiba que o seu trabalho contribui para a produção e o desenvolvimento do país e que um dia ele pode se aposentar por tempo de serviço prestado como profissional, tudo permitindo que os recursos públicos possam cumprir fiel e realmente a sua finalidade social de distribuição de renda que condiz, de forma efetiva e definitiva, para dignificar os país de família, que precisam da assistência do Estado não, em última análise, como formador de curral eleitoral, que tem sido eterna forma de desmoralização e indignidade do ser humano, para constituir, enfim, a esperança do Brasil, com os seus efetivos esforço e trabalho. 
Convém que o estadista não aja apenas pelo instinto pessoal, por imaginar que o seu pensamento é perfeito e acabado, quando é preciso se avaliar a conjuntura social da época, para que a finalidade pública seja fielmente cumprida, de forma satisfatória, sem prejudicar os programas assistenciais, que devem isto sim ser aperfeiçoados e adequados às circunstâncias, para o atendimento do bem comum.  Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de agosto de 2017

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