A
ditadura bolivariana pode ter sido consolidada com a criação da Assembleia
Constituinte eleita exclusivamente por pessoas simpatizantes integradas ao
chavismo, cujas consequências certamente serão potencializadas com mais tragédias
em todos os segmentos da administração do país.
Aquele
país se encontra sufocado e mergulhado em verdadeiro mar de graves crises econômica,
política, social, administrativa, entre outras que refletem diretamente na vida
dos venezuelanos, principalmente no que diz respeito à fome, diante da falta
crônica de alimentos e de dinheiro para se comprar comida e das doenças se
acumulam por falta de assistência médico-hospitalar, com o aparecimento de
doenças endêmicas, como difteria e malária, que começam a causar mortalidade na
classe mais pobre.
A
falta de remédios se confirma com o desabastecimento das farmácias, que não têm
condições de reabastecer seus estoques, enquanto os hospitais e as unidades de
saúde funcionam praticamente em precariedade como se o país estivesse em plena
situação de intensa guerra, cheios de doentes e sem condições de atendimento
mínimo aos necessitados.
A
tragédia que se abate sobre a Venezuela vem se arrastando de longo data, a
partir desde quando a revolução bolivariana vem governando sob excepcionais
poderes concedidos ao presidente do pais, que, com mão de ferro, impôs ferrenho
controles sobre a sociedade, a imprensa, o Judiciário e o Legislativo, cujo
governo ainda cuidou de criar milícia própria para agredir, sem piedade, a população
que se opõe ao sanguinário regime socialista.
Desde
o começo dos conflitos entre a população e os defensores do chavismo, o país já
contabiliza aproximadamente 120 mortes, que é o resultado da luta fraticida,
extremamente injusta que jamais poderia ter acontecido, caso o governo tivesse
agido com o sentimento humanitário, evitando o enfretamento desnecessário
contra pessoas desarmadas.
Não
há a menor possibilidade de a violência ser arrefecida naquele país, tendo em
vista que a implementação das medidas necessárias à consolidação dos poderes
ditatoriais atropela, de forma truculenta, os direitos humanos, a
individualidade das pessoas e os princípios democráticos, em total contrariedade
aos comezinhos sentimentos de civilidade.
Agora,
os Estados Unidos, a par de qualificar o presidente venezuelano de
"ditador" e de lhe aplicar punição individual, consideraram a votação
da Constituinte de “ruptura da ordem
institucional”.
Por
sua vez, o Mercosul deverá impor suspensão à Venezuela, com base na cláusula
democrática, depois da recusa da oferta de o bloco mediar a disputa com a
oposição.
No
passado, os governos petistas demonstravam incontida simpatia pelos ditadores venezuelanos,
o que se foi e o atual, cortejando-os com substanciosos financiamentos para
obras naquele país, que beneficiaram o seu povo, ficando os brasileiros a ver
navios carregados de dinheiro para aquele país.
O
certo é que os governos brasileiros anteriores contribuíram para fomentar o crescimento
da monstruosidade de governo ditatorial, bem próximo das fronteiras brasileiras,
sob o risco de se ameaçar a estabilidade regional e se consolidar verdadeira tragédia
humanitária, como mostram os fatos.
No
âmbito da sua liderança regional, o Brasil deixou de construir mecanismos que pudessem
ter contribuído para minimizar a fúria chavista pela absoluta dominação da
população, de forma ditatorial como se vê agora, de modo que o monstro não
teria as garras tão fiadas e potentes com a capacidade de esmagar tudo à sua
frente, se tornando o senhor do poder e da razão.
À
toda evidência, o desastre que ocorre na Venezuela se circunscreve no âmbito do
seu território, mas os organismos internacionais, liderados pela Organização
das Nações Unidas, não podem ficar de braços cruzados diante brutal tragédia,
tendo o dever especialmente humanitário de intervir e pressionar o governo daquele
país com ações contra a tirania e a opressão, por meio de medidas comerciais e
diplomáticas capazes de exigir dele o respeito aos direitos humanos e aos
princípios democráticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 2 de agosto de 2017
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