domingo, 27 de agosto de 2017

A estupidez política

Ao participar de caravana pelos Estados do Nordeste, o ex-presidente da República petista descreveu cenário nebuloso para o país, ao afirmar, ao seu estilo próprio de querer sempre ser notado pelo diz, que "Este país tem jeito. Não nasceu para ser a merda que ele é. Este país é grande demais", tendo aproveitado para declarar, para simpatizantes do MST e sindicalista, a base da sua plateia, que pretende retornar ao Palácio do Planalto, no próximo ano.
É evidente que a tentativa de voltar ao trono presidencial somente será possível se o político conseguir se livrar das garras da Justiça, que já o condenou a nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no que se refere somente ao clamoroso caso do tríplex de Guarujá (SP).
O político não poderia ter sido tão preciso na sua afirmação de que, lamentavelmente, o país se encontra completamente mergulhado em um mar pútrido, respirando por aparelhos, mas ele foi extremamente impreciso quando não teve a humildade de assumir a culpa e a responsabilidade por tal estado de decadência e precariedade.
          Nos treze anos e cinco meses que o Brasil foi governador pelo PT, o político teve excelente oportunidade de mudar esse conceito que ele acaba de atribuir ao país, mas faltou competência para tanto, tendo em vista que nenhum governo foi tão irresponsável com a administração do Brasil, à vista dos resultados da economia, como o da ex-presidente petista, que foi justamente indicada pelo político que acha o país um estrume.
Como se sabe, a última presidente brasileira, da lavra petista, foi defenestrada do Palácio do Planalto pela porta do fundo, exatamente por ter praticado o crime de responsabilidade fiscal, em razão de maus-tratos das contas públicas, a ponto de os gastos públicos ultrapassarem as receitas arrecadadas, causando rombo nos orçamentos, cujos déficits são transformados em dívidas públicas, que se elevaram de forma assustadora nos governos petistas.
Outra evidência da incompetência petista ocorreu em especial com a economia, que nunca havia sido tão judiada, quando todos seus fatores foram precariamente ao caos, a começar pela recessão, que foi coadjuvada pela inflação acima de dois dígitos, juros também de dois dígitos, desemprego de mais de treze milhões de pessoas, desindustrialização, queda da arrecadação, falta de investimentos em obras e, enfim, completa tragédia na economia que levaram as agências de classificação de risco a retirarem o grau de investimento do Brasil, permitindo, com a devida justiça, como dito pelo maior político tupiniquim, que o país se encontre na situação de putrefacção mencionada por ele.
Em que pese a situação de penúria das contas públicas, a incompetência dos governos petistas ainda teve a insensatez de fazer empréstimos, com recursos públicos, para financiamento de obras em países das Américas do Sul e Caribenha e da África, a custos camaradas, quando o Brasil foi prejudicado pela falta dessas obras que poderiam ter sido realizadas em terras tupiniquins, para benefício dos brasileiros.
Em termos de extrema excrescência, os governos petistas vão ficar marcados na história do país, de forma indelével, pela herança maldita da arraigada, sistêmica e endêmica corrupção, que foi chaga que contribuiu para a completa desmoralização da administração pública, chegando ao ponto de quase inviabilizar, em termos financeiros e operacional, a gestão da Petrobras, que deixou de ser a 12ª empresa de porte mundial para, de repente, ser classificada acima das 410 empresas do mundo, tamanho o abalo econômico-financeiro causado nas suas estruturas.
Em relação às reformas do Estado, a incompetência do petismo se fez presente em plenitude, diante da inexistência de qualquer iniciativa nesse sentido, permitindo que o país continuasse no breu do subdesenvolvimento, funcionando por meio de instrumentos obsoletos e desatualizados, o que muito contribuiu para que imperasse a putrefação a que se refere o político-mor do petismo.
À toda evidência, se o Brasil verdadeiramente se encontra nesse situação deprimente, é fácil compreender que os últimos governos deram suas generosas contribuições, porque tudo o que se pode avaliar é o resultado do trabalho deles, que não tiveram competência senão para deixar a nação exatamente na situação deplorável referida pelo político que deveria, no mínimo, ter a humildade de reconhecer a sua expressiva parcela de culpa pelo estado de calamidade apenas reconhecida por ele, quando deveria ter a dignidade de assumi-la na sua plenitude.
Não obstante, mesmo sem a dignidade para admitir a culpa pelo cadafalso a que foi conduzido o pais, ele ainda tenta se apresentar para ruralistas, a classe manipulada por sindicalistas e petistas, como verdadeiro salvador da pátria, ao bradar que o governo está precisando de gente competente como ele, que sabe perfeitamente como consertar as mazelas que estão contribuindo para travar o desenvolvimento do país.
 A população precisa ser esclarecida e conscientizada sobre a real finalidade de homem público fazer companha eleitoral antecipada, com infringência da legislação eleitoral, que nada mais é do que tentar atrair a atenção da população mais desinformada do pais para defender uma causa que é exclusivamente pessoal e que cabe ao próprio interessado produzir seus elementos de prova contrária aos fatos da denúncia de que trata a sentença condenatória, que nem deveria ter sido expedida caso o réu tivesse apresentado provas juridicamente válidas para contestar, de forma convincente e plausível, os fatos que deram causa à condenação.
É muito difícil se acreditar que políticos com mentalidade tão insignificante ainda tenham vez em um mundo que já evoluiu ano-luz, em relação ao que eles imaginam, mas ainda há espaço no Brasil para homens públicos que fariam grande sucesso há pelo menos um século, considerando que, nos países sérios, civilizados e evoluídos político e democraticamente, eles simplesmente seriam ignorados, uma vez que suas ideologias, de cunho estritamente populista, foram substituídas por formas modernas e inteligentes de satisfação do interesse público, em que o Estado é um conjunto de programas de governo planejado para a execução de políticas públicas focadas exclusivamente no desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de agosto de 2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário