Ao
participar de caravana pelos Estados do Nordeste, o ex-presidente da República
petista descreveu cenário nebuloso para o país, ao afirmar, ao seu estilo
próprio de querer sempre ser notado pelo diz, que "Este país tem jeito. Não nasceu para ser a merda que ele é. Este país é
grande demais", tendo aproveitado para declarar, para simpatizantes do
MST e sindicalista, a base da sua plateia, que pretende retornar ao Palácio do
Planalto, no próximo ano.
É
evidente que a tentativa de voltar ao trono presidencial somente será possível
se o político conseguir se livrar das garras da Justiça, que já o condenou a
nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, no que se refere somente ao clamoroso caso do tríplex de Guarujá (SP).
O
político não poderia ter sido tão preciso na sua afirmação de que,
lamentavelmente, o país se encontra completamente mergulhado em um mar pútrido,
respirando por aparelhos, mas ele foi extremamente impreciso quando não teve a humildade
de assumir a culpa e a responsabilidade por tal estado de decadência e
precariedade.
Nos
treze anos e cinco meses que o Brasil foi governador pelo PT, o político teve
excelente oportunidade de mudar esse conceito que ele acaba de atribuir ao
país, mas faltou competência para tanto, tendo em vista que nenhum governo foi
tão irresponsável com a administração do Brasil, à vista dos resultados da economia, como o da ex-presidente
petista, que foi justamente indicada pelo político que acha o país um estrume.
Como
se sabe, a última presidente brasileira, da lavra petista, foi defenestrada do
Palácio do Planalto pela porta do fundo, exatamente por ter praticado o crime
de responsabilidade fiscal, em razão de maus-tratos das contas públicas, a
ponto de os gastos públicos ultrapassarem as receitas arrecadadas, causando
rombo nos orçamentos, cujos déficits são transformados em dívidas públicas, que
se elevaram de forma assustadora nos governos petistas.
Outra
evidência da incompetência petista ocorreu em especial com a economia, que
nunca havia sido tão judiada, quando todos seus fatores foram precariamente ao
caos, a começar pela recessão, que foi coadjuvada pela inflação acima de dois
dígitos, juros também de dois dígitos, desemprego de mais de treze milhões de
pessoas, desindustrialização, queda da arrecadação, falta de investimentos em
obras e, enfim, completa tragédia na economia que levaram as agências de
classificação de risco a retirarem o grau de investimento do Brasil,
permitindo, com a devida justiça, como dito pelo maior político tupiniquim, que
o país se encontre na situação de putrefacção mencionada por ele.
Em
que pese a situação de penúria das contas públicas, a incompetência dos
governos petistas ainda teve a insensatez de fazer empréstimos, com recursos
públicos, para financiamento de obras em países das Américas do Sul e Caribenha
e da África, a custos camaradas, quando o Brasil foi prejudicado pela falta
dessas obras que poderiam ter sido realizadas em terras tupiniquins, para
benefício dos brasileiros.
Em
termos de extrema excrescência, os governos petistas vão ficar marcados na
história do país, de forma indelével, pela herança maldita da arraigada,
sistêmica e endêmica corrupção, que foi chaga que contribuiu para a completa
desmoralização da administração pública, chegando ao ponto de quase
inviabilizar, em termos financeiros e operacional, a gestão da Petrobras, que
deixou de ser a 12ª empresa de porte mundial para, de repente, ser classificada
acima das 410 empresas do mundo, tamanho o abalo econômico-financeiro causado
nas suas estruturas.
Em
relação às reformas do Estado, a incompetência do petismo se fez presente em
plenitude, diante da inexistência de qualquer iniciativa nesse sentido,
permitindo que o país continuasse no breu do subdesenvolvimento, funcionando por
meio de instrumentos obsoletos e desatualizados, o que muito contribuiu para
que imperasse a putrefação a que se refere o político-mor do petismo.
À
toda evidência, se o Brasil verdadeiramente se encontra nesse situação
deprimente, é fácil compreender que os últimos governos deram suas generosas
contribuições, porque tudo o que se pode avaliar é o resultado do trabalho
deles, que não tiveram competência senão para deixar a nação exatamente na
situação deplorável referida pelo político que deveria, no mínimo, ter a
humildade de reconhecer a sua expressiva parcela de culpa pelo estado de calamidade
apenas reconhecida por ele, quando deveria ter a dignidade de assumi-la na sua
plenitude.
Não
obstante, mesmo sem a dignidade para admitir a culpa pelo cadafalso a que foi
conduzido o pais, ele ainda tenta se apresentar para ruralistas, a classe
manipulada por sindicalistas e petistas, como verdadeiro salvador da pátria, ao
bradar que o governo está precisando de gente competente como ele, que sabe
perfeitamente como consertar as mazelas que estão contribuindo para travar o
desenvolvimento do país.
A população precisa ser esclarecida e
conscientizada sobre a real finalidade de homem público fazer companha
eleitoral antecipada, com infringência da legislação eleitoral, que nada mais é
do que tentar atrair a atenção da população mais desinformada do pais para
defender uma causa que é exclusivamente pessoal e que cabe ao próprio
interessado produzir seus elementos de prova contrária aos fatos da denúncia de
que trata a sentença condenatória, que nem deveria ter sido expedida caso o réu
tivesse apresentado provas juridicamente válidas para contestar, de forma
convincente e plausível, os fatos que deram causa à condenação.
É
muito difícil se acreditar que políticos com mentalidade tão insignificante
ainda tenham vez em um mundo que já evoluiu ano-luz, em relação ao que eles
imaginam, mas ainda há espaço no Brasil para homens públicos que fariam grande
sucesso há pelo menos um século, considerando que, nos países sérios,
civilizados e evoluídos político e democraticamente, eles simplesmente seriam ignorados,
uma vez que suas ideologias, de cunho estritamente populista, foram
substituídas por formas modernas e inteligentes de satisfação do interesse
público, em que o Estado é um conjunto de programas de governo planejado para a
execução de políticas públicas focadas exclusivamente no desenvolvimento
socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de agosto de 2017
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