Conforme levantamentos realizados pelo instituto
Paraná Pesquisas, com exclusividade para a revista ISTOÉ, o mais importante
político do país, no momento, seria o candidato presidencial com maior índice
de rejeição popular, tendo atingido 55,8%.
Essa extraordinária rejeição indicaria que, mesmo
liderando as intenções de voto no primeiro turno, teria muita dificuldade para
vencer no segundo turno, a depender do seu adversário, visto que outros
pretendentes ao Palácio do Planalto também têm rejeição altíssima, a exemplo do
governador de São Paulo e o deputado do PSC do Rio de Janeiro, que, um ou
outro, podem passar do primeiro turno, mas experimentam idêntico infortúnio da
reprovação, com os percentuais, respectivamente, de 54,1% e 53,9%, os quais teriam
dificuldades para ganhar do petista, porque a rejeição desses candidatos está
praticamente parelha, com pequena diferença entre eles.
Salvo a disputa entre dois dos três candidatos
acima, um deles poderá se eleger, a depender da superação de sua reprovação
popular, mas qualquer um terá dificuldade se disputar contra quem tiver menos
rejeição.
No caso do governador tucano, ele terá que se
preocupar com seu alto índice de rejeição justamente no Sudeste, região onde
ele deveria esbanjar preferência de intenção de voto, mas as pessoas ouvidas
disseram que votariam nele em percentual de apenas 10,6%, o que demonstra
sofrível desempenho, muito abaixo para quem governa o Estado mais desenvolvido
do país.
Não que os candidatos com rejeição alta não possam
ser eleitos, mas há a evidência de que eles já começam com a obrigação de
reverter o quadro que representa desvantagem na aprovação do eleitorado,
estando com muito mais predisposição para perder para o adversário.
A despeito de ser imbatível no primeiro turno,
conforme mostram as pesquisas já realizadas, o principal político é aquele moldado
para perder na segunda fase da eleição, evidentemente se ele conseguir escapar
da condenação e homologar sua candidatura.
O mais surpreendente é que o levantamento em apreço
revelou algo inusitado, que foi a juntada ao ex-presidente de outros candidatos
que estão em igualdade de condições para assumir o rótulo de “candidato
destinado à derrota” num segundo turno, ante a sua rejeição popular superior a
50%.
O prefeito de São Paulo, talvez por ter sido
introduzido há menos tempo no cenário político, é o possível candidato menos
rejeitado da lista de sete presidenciáveis, segundo a pesquisa em comento, que
revelou que 42,5% dos entrevistados disseram que não votariam nele. Ele também
é o menos conhecido entre os nomes relacionados no levantamento de intenção de voto,
tendo seu nome não lembrado por 15,4%, que disseram não o conhecer o suficiente
para opinar.
Além dos nomes referidos acima, o levantamento
incluiu os nomes de um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, da
ambientalista e do ex-governador do Ceará.
A pesquisa procurou identificar o candidato com potencial
para disputar a Presidência da República contra o maior político, aquele com
mais condições de derrotá-lo, por meio da simulação de “Lula contra todos”, individualmente.
Os mais bem avaliados foram o deputado pelo Rio de Janeiro
e o prefeito de São Paulo, respectivamente com 32,3% e 32,2% - o que significa
empate técnico -, vindo em seguida o ex-ministro do Supremo (31,1%), a
ambientalista (29%) e o governador de São Paulo (26,9%).
Em projeção para o segundo turno, o político-mor também
supera os adversários nas pesquisas, ressalvado o “fator rejeição”, que, no
geral, se faz menos presente nesse tipo de simulação.
Nos levantamentos de primeiro turno, realizados
pela Paraná Pesquisas, o político-mor lidera a disputa, com 26,1%, no cenário
em que o candidato do PSDB é o governador de São Paulo. Quando o candidato
tucano é o prefeito de São Paulo, o petista toma a dianteira com 25,8%, seguido
pelo deputado carioca, com 18,7% e o prefeito com 12,3%.
Com todo respeito aos nomes indicados na pesquisa
em apreço, mas é difícil de acreditar que não apareça um nome que se
identifique com a possibilidade de efetivas mudanças no quadro político,
principalmente no que diz respeito a liderança absolutamente confiável e capaz
de alterar essa situação em que o petista é o centro das atenções, embora a
desgraça que se abateu sobre o país teve a participação dele, no caso dos
escândalos do mensalão e do petrolão, segundo as conclusões do Ministério
Público.
É difícil se acreditar que as pessoas tenham
dificuldade para entender que o país não pode ser entregue a políticos que já
demonstraram sua completa incapacidade de administrar com competência e
eficiência, à vista dos resultados que levaram à recessão, ao desemprego, aos
juros altos, à elevação da inflação, ao rombo das contas públicas, ao
descrédito das agências de classificação de risco, à falta de investimentos,
contando ainda com a nitroglicerina da corrupção, que tem sido fator
preponderante para neutralizar a tão ansiada moralização das atividades
político-administrativas.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que a
classe política dominante, boa ou ruim, já deu a sua contribuição e o resultado
é isso ai, mostrando o país mergulhado em enormes dificuldades para superar as
graves crises política e econômica, a indicar que a alternativa é a renovação
completa dessa geração de homens públicos por estadistas que tenham mentalidade
arejada e totalmente abastecida com ideias revolucionárias de reformulação das
estrutura e conjuntura do Estado falido, poluído, incompetente e ineficiente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º/08/2017
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