O
juiz federal responsável pela Operação Lava-Jato disse que os trabalhos dessa importante
e imprescindível operação, em Curitiba, estão perto do fim, tendo considerado,
ao mesmo tempo, difícil se prever qual seja seu futuro pessoal, após a sua
atuação nessa missão especial, a par de voltar a afastar, de forma enfática, a
possibilidade de ser candidato à Presidência da República.
O
magistrado declarou que “A operação Lava
Jato em Curitiba está, possivelmente, chegando ao fim”, por ocasião de
evento onde ele recebeu prêmio da Universidade Notre Dame, dos Estados Unidos
da América, por sua atuação como juiz responsável pelos casos da Lava-Jato, em
primeira instância, na capital paranaense.
Ele
disse que “Ainda existem investigações
relevantes em andamento, mas uma grande parte do trabalho já foi feito”.
O
juiz afirmou que "Em Curitiba a
investigação sempre foi sobre os contratos da Petrobras que geraram valores e
as pessoas que pagavam (propinas).
Grande parte já foi processada. As que recebiam e não tinham foro privilegiado,
igualmente. Daí a minha afirmação de que acredito que está indo para o final,
em Curitiba.".
O
juiz chegou a reconhecer que está “um
pouco cansado” por conta do grande volume de trabalho sob a sua jurisdição,
mas afirmou, apesar disso, que não prevê, neste momento, a possibilidade de
deixar o comando da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava-Jato,
por se achar que é juiz profissional, tendo afastado a possibilidade de migrar
da magistratura para a política.
O
magistrado ponderou que “Não existe
nenhuma expectativa” sobre a possibilidade de buscar um cargo eletivo no
ano que vem, tendo acrescentado, em garantia, que “Pesquisas que incluem o meu nome estão perdendo tempo, porque não vai
acontecer. Isso é simples assim”.
A
propósito, o juiz da Lava-Jato aparece em pesquisas de intenção de voto, para a
corrida presidencial do ano que vem, como no levantamento do Datafolha
divulgado recentemente, entre os candidatos que despontam na preferência dos
eleitores, evidentemente em razão do seu excelente trabalho realizado em prol
da moralização do país.
O
magistrado lembrou que existem casos ligados à Lava-Jato tramitando nas varas
federais de outras cidades, assim como no Supremo Tribunal Federal.
O
juiz lembra que os brasileiros têm a expectativa de que o Supremo julgue os
políticos com prerrogativa de foro citados na Lava Jato, da mesma maneira e com
a mesma correção que julgou, em 2012, o mensalão do PT, sendo que, naquela
ocasião, a maioria dos políticos foi condenada pelos ministros da corte.
Na
ocasião, o juiz também elogiou as decisões do Supremo que acabaram com a doação
empresarial para campanhas eleitorais e que permitiu a prisão dos condenados em
segunda instância, que ele apontou como especialmente importante para o combate
à corrupção, tendo ressaltado que “O
Supremo deve ter a percepção da relevância da manutenção desse precedente para
o enfrentamento dessa corrupção sistêmica”.
O
juiz reconheceu a existência de fortes reações ao que chamou de "movimento brasileiro anticorrupção",
do que ele disse ser um dos agentes, mas afirmou que não se pode ceder a essas
reações, porque "A vergonha está com
eles", com referência aos autores dessa reação, tendo reafirmado, como
sentença, que "Nós nunca nos
renderemos à corrupção... A era dos barões da corrupção está chegando ao fim".
O
juiz de Curitiba, como é reconhecido, é o verdadeiro magistrado símbolo da
Operação Lava-Jato, que vem, há mais de três anos e meio, à frente da 13ª Vara
Federal, de Curitiba, sendo responsável pela autorização dos avanços da maior
investigação contra a corrupção já promovida no país.
Sem
sombra de dúvida, essa não poderia ser melhor notícia para as organizações e
quadrilhas de criminosos que se enriqueceram com o desvio de recursos públicos
e tanto trabalho deram à força-tarefa da operação comandada com o maior êxito
pela competência de magistrado experiente e capacitado para combater a
corrupção e a impunidade.
Diante
da efetividade dos trabalhos sob a direção do juiz de Curitiba, a Operação Lava-Jato
não poderia se esgotar nunca, ante os esquemas de roubalheira espraiados nas
demais estatais, que precisam passar por pente fino, a exemplo da Eletrobrás,
BNDES e todas aquelas que foram aparelhadas pelos governos que comandaram a
Petrobras, cujos resultados estão aí para quem acredita na verdade sobre os
fatos investigados, que noticiam enormes rombos confirmados pela própria
estatal.
À
vista da competência, da coragem e do amor ao Brasil, demonstrados pelos
integrantes da Operação Lava-Jato, os trabalhos dessa imprescindível força-tarefa
jamais deveriam se encerrar, pondo fim às investigações referentes aos desvios de
recursos protagonizados na Petrobras, porque a corrupção era generalizada e não
faz sentido se permitir que a impunidade seja premiada com o encerramento das profícuas
investigações.
No
caso específico do juiz da Lava-Jato, ele tem absoluta consciência sobre a
dimensão de seu trabalho em prol da moralização da administração do país e a
importância da continuidade dele, o que vale dizer que a sua saída prematura da
direção dessa fundamental missão poderia causar imensurável desserviço ao
Brasil e, obviamente, enorme contribuição à serventia da criminalidade, principalmente
da organização integrada pelos delinquentes do colarinho branco, que foram e
ainda estão sendo, de forma extrema, incomodados pela implacabilidade do
magistrado de Curitiba.
Os
brasileiros honrados e ávidos pela verdade, clamam não somente pela
continuidade da Operação Lava-Jato, evidentemente sob o comando do símbolo
dessa magnífica missão, mas por que outras operações análogas a ela sejam
criadas, com a mesma desenvoltura, tendo por finalidade se auditar os contratos
celebrados pelas empresas estatais, pelo menos nos últimos quinze anos, como
forma de se certificar sobre a regularidade e a efetividade na aplicação dos
recursos públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 9 de outubro de 2017
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