terça-feira, 31 de outubro de 2017

O concurso de novos candidatos

O líder-mor do PT afirmou, durante a caravana que fez por Minas Gerais, que "estão tentando inventar candidato" para a corrida presidencial.
O político disse que "Estou vendo o que está acontecendo na política. Tem muito diz-que-diz. Tem muito pré-candidato. Estão tentando inventar candidato. E isso só vai se acertar lá para o mês de maio, junho".
Em seus discursos pelo interior de Minas Gerais, ele começou a citar o nome de um apresentador de televisão como possível adversário e sugeriu "Que coloquem o Ministério Público, que coloquem a Globo, que coloquem Luciano Huck, o Moro, para concorrer".
Segundo o ex-presidente, o quadro só estará definido daqui a oito meses. Sobre sua própria candidatura para 2018, tendo reconhecido que "vai depender do comportamento da Justiça".
O político precisa saber que não há invenção alguma de candidatos, mas se alguém pretender se incursionar no mundo da política, nada mais justo, porque isso faz parte do direito de experimentar participação no jogo próprio da democracia, que propicia aos cidadãos mostrar aos eleitores a sua capacidade para representá-los, de forma absolutamente normal e em consonância com os princípios próprios de que trata o Estado Democrático de Direito.
Compete exclusivamente aos eleitores e não aos políticos a decisão de aceitar ou não o concurso de novos candidatos na corrida presidencial, que tem, em princípio, o condão de aparecer com o sangue revigorado e renovado na política, que tanto tem sido maltratada pelos homens públicos calejados e enraizado nas práticas políticas saturadas e ultrapassadas que se tornaram perniciosas às atividades públicas e ultra prejudiciais à modernização e ao aperfeiçoamento dos princípios democráticos.
Convém que o sistema democrático seja dinâmico e capaz de oferecer opções aos eleitores, em que pese o obsoletismo das normas eleitorais, que foram estratificadas graças à vontade da velharia política, que resiste às reformas modernizantes e evoluídas, que viriam em benefício da sociedade, mas certamente seriam prejudiciais aos interesses dela, diante da possibilidade da introdução de novas mentalidades na vida pública.
A política moderna não compactua mais com o proselitismo e o populismo míopes e atrasados, que só tem olhos para políticas sociais, em detrimento das ações inerentes ao desenvolvimento das demais políticas de Estado, principalmente no que se refere à economia, que precisa ser priorizada como carro-chefe dos governos democráticos, modernizantes e voltados parta o progresso socioeconômico.
Os brasileiros aspiram pelo concurso de político que seja capaz de trazer com ele a revitalização dos princípios democráticos da ética, moralidade, legitimidade, dignidade, honorabilidade, transparência e demais conceitos de idoneidade e conduta insuspeitas de qualquer mácula na vida pública ou privada e que possa se comprometer com a defesa exclusivamente do interesse público, como forma de recuperar a confiança da população, que foi simplesmente estraçalhada por políticas com viés populista e caudilhista que se destinaram a beneficiar grupos, organizações e partidos políticos, como forma da absoluta dominação de classes política e social e da perenidade no poder, em clara degeneração dos princípios democrático e republicano.
Convém que apareçam novos candidatos à corrida presidencial, trazendo no seu bojo pessoal a marca indelével da ética, moralidade, dignidade, honorabilidade, entre princípios próprios dos sentimentos de patriotismo, civilidade e brasilidade, com o firme propósito de conduzir a nação à superação das crises política, moral, social, econômica e administrativa, e tenha capacidade para mostrar a verdade dos fatos para a população, sem medo de perder o poder ou os benefícios proporcionados por ele, que são sedutores e capazes de levar os homens públicos fracos à loucura de arquitetar, criar e chefiar organizações criminosas, a exemplo dos escândalos do mensalão e do petrolão, que se transformaram em evidente desmoralização de descrédito dos governos que conviveram com eles e não tiveram capacidade para abrir sequer um inquérito ou uma investigação para apurar os fatos e punir os envolvidos na roubalheira.
O país precisa sim de estadista que ouça o povo e faça programa de governo centrado, com estrita fidelidade, na vontade popular, evidentemente sem se desviar dos temas centrais do interesse nacional, com destaque para os programas voltados para a retomada do crescimento socioeconômico, principalmente com prioridade para o aperfeiçoamento e a modernidade dos pilares da conjuntura e da estrutura do Estado, que atualmente funciona em bases empíricas, desatualizadas e anacrônicas, a exigirem urgentes reformas gerais e abrangentes, de modo que os gargalos possam ser imediatamente escoimados, permitindo que o país fique imune às perniciosas ideologias populistas, partidárias de conveniência política e outros sentimentos contrários ao interesse público.
É conveniente que modelo de homem público venha acompanhado de nova mentalidade político-administrativa que tenha por escopo à melhoria geral e integrada do país, não levando em conta apenas a distribuição de renda para determinada classe social, que é importante, mas é preciso que o processo de desenvolvimento seja priorizado no contexto generalizado, compreendendo a adoção de medidas de racionalidade na arrecadação das receitas, de forma justa e equitativa, e priorização das ações políticas próprias do Estado, com relação às despesas, que precisam ser submetidas a rigoroso controle orçamentário, com a finalidade de haver prestação dos serviços públicos de qualidade e que os brasileiros possam se sentir felizes, em especial diante da certeza da manutenção da ordem e da segurança públicas, da garantia de educação de qualidade e de saúde pública em nível satisfatório para todos.
O país precisa, com urgência, de homens públicos íntegros nos seus atos, que sejam incapazes de proselitismo, demagogia, hipocrisia e tantos predicados incompatíveis e impróprios com as atividades políticas, que tenham por essencial escopo a satisfação do interesse público, que há muito tempo deixou de fazer sentido no contexto político-administrativo do país, à vista das mazelas imperantes nas práticas político-administrativas que conduziram a nação às graves crises de difícil superação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de outubro de 2017

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