O presidenciável pelo PDT, em 2018, e ex-governador
do Ceará disse que eventual candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente
da República petista não seria boa para o Brasil, e, ao ensejo, aproveitou para
detonar as pretensões do deputado federal ultradireitista pelo PSC-RJ e do
prefeito tucano de São Paulo.
O
pedetista descartou formar chapa com o PT, que tem, segundo ele, como
característica a "solidão no
processo político-eleitoral, é um cacoete da esquerda velha. Não é provável que
eu componha chapa com o PT, menos por mim, mais porque o PT tem a natureza do
escorpião, eles votam em si próprio e não parecem sequer aprender com os erros
que cometeram recentemente".
Ele
afirmou que não gostaria nem de disputar eleição com a presença do
ex-presidente, porque ela tende a estressar "o processo político eleitoral brasileiro de um jeito tal que os ódios e
paixões vão domina. Nós não teremos um minuto para discutir o futuro do país".
Ele
disse mais que "Eu respeito. Nem
amo, nem odeio. O Lula, para mim, é um grande brasileiro, mas nunca foi mito, nunca
foi santo, ele não tem a faculdade da infalibilidade papal".
Ao
se referir a outros possíveis concorrentes à Presidência da República, o tom da
conversa não foi tão generoso, tendo questionado os reais motivos pelos quais o
deputado carioca se interessa em governar o país, uma vez que ele "não experimentou governar o Rio, que está
nesse caos de segurança, nesse caos de corrupção. Quer como primeira experiência executiva a Presidência da República,
numa hora como essa?".
Mas
o tom subiu ainda mais quando começou a se referir ao prefeito de São Paulo,
que, segundo ele, "não entrega nada
e quer como primeira vivência a Presidência da República. Reparem uma coisa:
isso é suicídio coletivo".
O
pedetista avaliou que, "se tiver
juízo", o PSDB deverá lançar o governador de São Paulo como o seu
candidato, porque "Seria uma espécie
de direita votável".
Já
a indicação do prefeito de São Paulo para o Palácio do Planalto foi
classificada pelo pedetista como erro, por se tratar de "farsante. Não dura mais seis meses, não aguenta mais seis meses essa pseudo
imagem de novo, de gestor, de não sei o que, de gari, não sei o que tal. Isso
tudo, daqui a pouco, a turma na rua vai dizer a ele 'vai trabalhar, vagabundo'.
Se fosse no Ceará, já tinha começado. Aqui em São Paulo é que a turma é mais
tolerante, aceita mais as coisas. Como é que pode o cara se eleger e
passar o dia no avião, viajando?".
O
pedetista afirmou que quer ser candidato para "unir o povo brasileiro e restaurar a confiança do nosso povo no futuro
do país. Eu quero esse lugar na história para mim, para os meus filhos terem
orgulho disso e eu me preparei a vida inteira para isso. Meu amor, minha paixão
é o Brasil, enfim, eu quero ajudar o Brasil a sair dessa".
Concluindo,
o pedetista disse que o seu maior adversário já foi eleito e é "A ignorância. Meu único rival nessa eleição
é a ignorância. E os seus intérpretes. A ignorância tem seus intérpretes".
O
pensamento do ex-governador do Ceará deixa muito clara a sua velha e arraigada
ideologia política de esgarçar ao máximo a alma de seus adversários, procurando
mostrar que todos têm muito defeito e não prestam para representar o povo,
enquanto ele é urgido pelas competência e eficiência que serão capazes de
consertar os graves erros que levaram o país às profundezas das piores crises.
O seu
caráter se mede exatamente pela maneira como muda de pensamento sobre as
pessoas e os fatos, a exemplo da sua ameaça à Operação Lava-Jato, que se falava
em prender o maior líder petista e, na ocasião, o pedetista disse que iria sequestrá-lo
e escondê-lo, para protegê-lo e ainda falou que iria receber a Polícia Federal
e os procuradores da Lava-Jato à bala, para defender o seu ídolo de então, que
já assegura, agora, que a
candidatura dele ao Palácio do Planalto não seria boa para o Brasil, porque ele “... nunca foi mito, nunca foi santo, ele não tem a faculdade da
infalibilidade papal”.
O pedetista
escancara de vez a má qualidade dos políticos tupiniquins, quando ele põe às claras
contradições de ideologias e pensamentos, mostrando que eles são capazes de se
abraçarem e se beijarem por interesses e conveniências políticos, mas eles
também têm a capacidade de mudar de atitude num piscar de olhos, a depender,
evidentemente, quando a situação não é favorável às suas conveniências, a
exemplo do discurso do pedetista, que enaltece suas qualidades e denigre até
mesmo aquele que ele pretendia sequestrar e proteger, com o uso de armas.
Os
brasileiros precisam avaliar, com cuidado e critério, os discursos oportunistas
dos homens públicos, com vistas a serem avaliadas as suas reais capacidades
políticas e os seus pensamento e caráter na vida pública, para o fim de se
decidirem, com base neles e com a devida segurança, pela completa renovação da
atual classe política, como forma de radical transformação dessa medíocre e
ultrapassada mentalidade que precisa ser renovada, com urgência, para atender e
satisfazer exclusivamente ao interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 2 de outubro de 2017
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