O
juiz mais celebrado do país disse algo que os brasileiros honrados não
gostariam de ouvir tão cedo, de que, “Possivelmente,
a Operação Lava-Jato em Curitiba está chegando ao fim”.
A
surpreendente expressão foi dita por ocasião do discurso de agradecimento pela
homenagem que acabara de receber da Universidade americana de Notre Dame, tendo
suscitado, como era de se esperar, apreensão tanto no seio da sociedade como no
mundo jurídico e entre as entidades que defendem o combate à corrupção no país.
É
evidente que ninguém crédulo do trabalho que deu certo no país ficou satisfeito
em saber que a Operação Lava-Jato vai acabar e que o seu timoneiro, esteio da
maior e bem-sucedida ação de combate ao crime organizado no país, vai desistir
da importante missão, mas ele garantiu que não vai abandonar a operação,
conforme assim ele se expressou: “Estou
cansado, mas isso não significa que vou deixar a Lava-Jato. Vou até o fim”,
logo depois de receber o aludido prêmio, como “alguém comprometido com a preservação da integridade de sua nação,
através da aplicação imparcial da lei”.
O
juiz explicou que “Vários casos já foram
julgados e vários criminosos poderosos estão cumprindo pena após terem sido
condenados em um julgamento público e com o devido processo legal. Ainda há
investigações e casos relevantes em andamento em Curitiba, mas uma grande parte
do trabalho já foi feita”.
A
estatística da Lava-Jato evidencia excelente produtividade em quatro anos, com
a contabilização de 67 processos julgados, que resultaram 34 sentenças, 165
condenações a pessoas e 1.634 dias de prisão, além do retorno aos cofres
públicos de bilhões de reais. São fatos que mostram, com base em algo palpável
e material, a expressiva importância do trabalho profícuo, exitoso e benéfico para
o interesse dos brasileiros, além de servir como modelo para o Poder
Judiciário, que tem sido exemplo de morosidade e indiscutível ineficiência.
O
juiz da Lava-Jato deu a entender que a operação não se concentra somente na
pessoa dele, porque “... atualmente,
outros juízes estão desempenhando um papel importante e realizando um trabalho
fantástico em outras jurisdições, por exemplo em Campo Grande, Rio de Janeiro,
Porto Alegre e Brasília”, mas é notório que ninguém consegue imitá-lo, em
termos de eficiência e dinamismo no julgamento de processos complexos.
Por
seu turno, o cansaço a que o juiz se refere não diz respeito ao árduo trabalho
à frente de diversas ações penais ao mesmo tempo, quando ele ouve centenas de
acusados e milhares de testemunhas em pequeno espaço de tempo, mas sim à sua
vida pessoal, por praticamente ficar privado do convívio da família e da
liberdade de viver normalmente como pessoa do povo, sem necessidade de rígido
sistema de segurança, depois de ter condenado à prisão pessoas poderosas e
importantes.
Os
brasileiros honrados e com a índole do bem reconhecem, admiram e agradecem pelo
fantástico trabalho desempenhado por esse notável servidor público, da melhor
cepa de juristas, que tem demonstrado que, quando há dedicação, empenho e
altruísmo em prol de determinado objetivo, o resultado é sempre maravilhoso e
benéfico à causa da moralização do país, como esse mostrado em tão pouco tempo
por grande patriota, que tantas lições de equilíbrio, serenidade, experiencia,
eficiência e competência já foram dadas ao Brasil e ao mundo, sendo ele mais do
que merecedor dos aplausos dos brasileiros honrados, que sabem perfeitamente reconhecer
as boas ações em prol da dignidade e do bem comum.
Não
há a menor dúvida de que o juiz de Curitiba é merecedor de incontáveis prêmios
por seu magnífico trabalho, que tem a sua marca de competência e eficiência
contra a corrupção e a impunidade, sendo considerado magistrado implacável contra
os criminosos de colarinho branco, que jamais acreditavam que pudesse aparecer
juiz com coragem, bravura e capacidade para encarar os poderosos e tubarões,
empunhando apenas a sua toga na trincheira para lutar e vencer os obstáculos.
Os
brasileiros esperam que o juiz guerreiro de Curitiba se espelhe no seu passado
glorioso e consiga recarregar as suas baterias para as batalhas seguintes e
derradeiras, porque a vitória está muito próxima e somente com a sua destemida
coragem será possível ganhar as lutas que ainda precisam ser enfrentadas, com a
mesma bravura já demonstrada até o momento.
Lembre-se,
senhor juiz, que o seu afastamento desse espinhoso trabalho pode servir de redobrada
esperança para os criminosos que ainda precisam ser julgados com a
imparcialidade e a implacabilidade que lhe são peculiares e que os brasileiros
honrados já estão acostumados com o seu estilo próprio de julgamento, com
retidão e integridade, que devem imperar contra os criminosos que se enriqueceram,
de forma indevida, e denegriram a imagem do Brasil, mas eles precisam pagar por
seus pecados, em especial por haver o envolvimento de marginais poderosos e
influentes na política e no mundo dos negócios.
Convém
que o juiz de Curitiba saiba que os
brasileiros honrados compreendem, nas circunstâncias, o seu notório cansaço e o
seu prejuízo pela abdicação obrigatória do convívio com a família, mas é
extremamente inconcebível a continuidade da Operação Lava-Jato sem o comandante
que já venceu múltiplas batalhas contra tudo e todos e não será no momento
glorioso, do seu desfecho exitoso e maravilhoso que o seu principal ator decida
abandonar a arena onde já aconteceram atos importantíssimos em prol da
moralização e do engrandecimento do Brasil. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de outubro de 2017
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