quarta-feira, 20 de setembro de 2023

À busca de liderança

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, um jornalista disseca com propriedade as causas da crise institucional brasileira, mostrando as dificuldades para o controle dela, quando o sistema não encontra qualquer obstáculo à sua ação, uma vez que o órgão que tem a incumbência de fiscalizá-lo já demonstrou o seu total desinteresse nesse mister.

Na teoria, a palavra fica muito fácil de ser empregada no caso da análise em causa, tal qual como discorre o versátil jornalista, que disseca com bastante propriedade a principal causa das asfixias das liberdades dos brasileiros, mostrando a facilidade por parte do sistema para atuar sobre pontos nevrálgicos e atacar de forma cirúrgica, tendo o poder de silenciar aqueles que se atrevem a atacá-lo, de tal modo que as reações, se existentes, são isoladas, inócuas e inconsequentes.

Na acertadíssima concepção do jornalista, essa forma de reação contra as arbitrariedades e os abusos se encaixam perfeitamente no perfil preferido pelo sistema, porque essa maneira frágil de atuação é absolutamente inofensiva contra ele.

O articulista acerta na mosca quando afirma que somente o Senado Federal e o povo são capazes de ameaçar a impoluta atuação do sistema dominante, o que é pura verdade.

Não obstante, o Senado já demonstrou que não tem interesse algum em exercer o seu papel reservado na Constituição de processar e julgar os ministros da maior corte do país, nos crimes de responsabilidade, que é o caso de abuso de autoridade.

De outra feita, o povo também já demonstrou sua incapacidade de agir contra o sistema, justamente por faltar de precisa orientação com vistas à mobilização e à luta contra as barbáries e as inconstitucionalidades.

Ou seja, falta ao povo lideranças com capacidade suficiente para agir em nome da garantia da lei e da ordem, sendo implacável contra os abusos de autoridade, exigindo o devido respeito aos princípios individuais, democráticos e constitucionais, tal qual com base na forma assentada no Estado Democrático de Direito, que precisa voltar a prevalecer, na sua plenitude, como tal garantir a firmeza dos sagrados princípios de civilidade e humanitários, no Brasil.

Enfim, não adianta disseminar as premissas contra o arcabouço estruturado do sistema, quando faltam os alicerces necessários para contrapô-lo, ao menos, em igualdade de condições, não permitindo a continuidade dos abusos e das arbitrariedades.

Apelam-se por que surjam, com urgência, lideranças capazes de mobilização do povo, de forma pacífica e ordeira, contra as perseguições e os abusos praticados pelo sistema, porque é preciso pôr fim ao desprezo aos princípios constitucionais e legais, que estão causando enorme estrago aos direitos e aos princípios humanitários.

Brasília, em 20 de setembro de 2023

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