Conforme
vídeo postado nas redes públicas, o então presidente do país defendia, com
veemência a substituição de delegado da Polícia Federal, no Rio de Janeiro,
para que fosse protegida a família e o amigo, que eram alvo de investigação sob
envolvimento em suspeitas de irregularidades com dinheiro público.
O
discurso constante do vídeo trata de desabafo dele sobre a impossibilidade da substituição
do referido delegado certamente por pessoa da confiança dele, com o que,
possivelmente, se evitaria a continuidade das investigações.
Na
verdade, o discurso mostra o tamanho da ilimitada impaciência do então
presidente do país, por declarar incapacidade de agir como bem queria, até ali,
no caso, em fazer as mudanças pretendidas por ele, como forma de propiciar a tranquilidade
dele, de familiares e amigos.
Eis
o discurso do então presidente do país, in verbis: “Já tentei trocar gente
da segurança nossa, no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui. Isso
acabou. Eu não vou entrar “f....” minha família toda, de sacanagem, ou amigo
meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta da linha que
pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele.
Troca o ministro e ponto final.”.
Por
conta desse infeliz discurso, o então ministro da Justiça pediu exoneração e
foi quando houve a substituição do diretor da Polícia Federal e do
superintendente do órgão, no Rio de Janeiro.
Esse
vídeo mostra, com todas as letras, a falta de sensibilidade pública da então principal
autoridade do país, que não teve o menor escrúpulo em afirmar, em reunião
ministerial, que seria capaz de fazer qualquer coisa para impedir que a família
e amigos dele não fossem investigados, pois essa era a intenção dele de fazer a
tão ansiada mudança de “segurança, na ponta da linha”.
Isso
mostra também que o então presidente do país não tinha a mínima dignidade como
estadista, que, ao contrário, se ele tivesse resquício de homem público de
verdade, faria precisamente o contrário, determinando que as investigações
fossem aprofundadas ao máximo, de modo que se permitisse a constatação da
verdade sobre as suspeitas de irregularidades, ao contrário da pretensão de se
jogar a sujeira para debaixo do tapete.
Na
forma como decidido pelo então presidente do país, fica a nítida caracterização
de que ele não tinha interesse que a sua família e seus amigos fossem
investigados, posto que a troca de delegados, no Rio de Janeiro, se permitiria
a imunidade deles, ficando explícita a índole nada republicana dele, que
preferiu proteger, a qualquer custo, conforme mostra o vídeo, pessoas da sua
intimidade.
À
toda evidência, nessas circunstâncias, o correto seria exatamente se
sacrificar, se fosse o caso, permitindo a revelação da verdade, doa a quem
doesse, porque é precisamente assim que agem os verdadeiros homens públicos, em
respeito aos sagrados princípios da honestidade, da moralidade e da dignidade,
exatamente ao contrário do fez o presidente do país, que preferiu o cominho da
contramão, conforme o seu pronunciamento, mostrando o desconforto das
investigações, que seriam para o bem do governo dele e do Brasil, em termos de
moralização.
Para
quem tem o mínimo de puder para com a coisa pública, se envergonharia em apoiar
político com índole tão contaminada de desonestidade, quando deixa claro que a
família e os amigos têm a primazia de proteção dele, que não devem ser sequer
investigados, em caso de suspeita de irregularidades os envolvendo.
Esse
vídeo é de suma importância, para revelar, de vez, a falta de sensatez pública
de político que vem sendo eternizado como o paradigma da moralidade, quando foi
capaz de proteger a sua família e seus amigos contra investigações necessárias
à elucidação de fatos suspeitos de irregularidades, os quais permanecem
pendentes de esclarecimentos, uma vez que os delegados do Rio de Janeiro foram
sim substituídos.
É
extremamente lamentável que político com índole decrépita como essa ainda
mereça a avaliação de honestidade e moralidade, certamente em absoluto
sentimento de apoio induzido pela conveniência ideológica, cujos seguidores
desse político somente demonstram enxergar aquilo que for do seu interesse,
infelizmente.
Em
conclusão pode-se afirmar que o povo tem o seu representante político que bem
merece, conquanto o vídeo em apreço tem o condão de mostrar a verdadeira face
de homem público que pouco se importa para a necessidade da fiel observância
dos salutares princípios republicanos e democráticos.
Brasília, em 7 de setembro de 2023
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