quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Dignidade

 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um brigadeiro cumprimentando o último ex-presidente do país e conversando com ele, cujo militar, posteriormente, passou para a reserva remunerada, sob a alegação de que ele decidiu que não bateria continência para político sem qualquer significância, à vista da ausência, na pessoa dele, dos requisitos de moralidade e dignidade, na vida pública, porque isso não condiz com os princípios ínsitos do militar digno e honrado.    

Certamente que o mencionado brigadeiro não pediu exoneração do cargo, como frisado na mensagem, mas sim reserva remunerada, por tempo de serviço, como é a praxe na vida militar.

A atitude desse nobre militar tem a significância de não compactuar com a completa e afirmativa degeneração ética e moral das Forças Armadas, como foi o que realmente aconteceu com a falta de sentimento dos militares que fazem continência, sem o menor escrúpulo, para político que demonstra não ter qualquer pudor em praticar atividades políticas e exercer cargo público eletivo, quando a sua notória e indigna índole é completamente incompatível com os princípios de decência disseminada na vida militar.

À toda evidência, os integrantes das Forças Armadas não tiveram o menor escrúpulo em se alinharem ao governo que é símbolo de desonestidade e aderência aos deploráveis esquemas criminosos de corrupção, à vista dos horrorosos escândalos do mensalão e do petrolão, cujos atos, a tanto, foram investigados pela Polícia Federal e julgados pela Justiça, concluindo por momentosas monstruosidades causadas aos cofres públicos, fatos estes que dissentem dos verdadeiros princípios da moralidade, da dignidade e da honestidade exigidos na administração pública.

Isso é a marca registrada da indignidade na administração pública, em clara dissonância com os bons princípios e condutas hauridos desde a Academia da Força Brasileira até depois dela, pela passagem do brigadeiro pela caserna, cujas unidades por onde ele tenha militado somente ensinaram importantes disciplinas senão voltadas para a consolidação dos salutares princípios da honradez, da decência e da moralidade, que certamente foram corretamente compreendidos com pleno aproveitamento por ele.

Na prática, o gesto de se bater continência para político em plena decadência moral e política significa total desprezo ao que de melhor foi obtido de ensinamentos sobre os princípios de decência e dignidade pessoais, ao longo da vida militar, cujo patrimônio cultural e moral é extremamente valioso para quem realmente se sacrificou para honrar os sentimentos ínsitos de honradez e civismo patrióticos.

Causa enorme perplexidade que poucos militares tenham assimilado o verdadeiro espírito de grandeza verdadeiramente militar que teve o brigadeiro, uma vez que aquele que bate continência para político insignificante e desprezível se equipara a ele em concordância com as mesmas atividades de desprezo aos princípios de honradez, dignidade e moralidade, também não merecendo senão o desprezo da sociedade.

Brasília, em 7 de setembro de 2023

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