sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

2021: o ano da esperança?

 

Já se pode sentir os ares do tão ansiado 2021 e de logo cuidar de deletar as tristes e profundas marcas deixadas pelo difícil e deformado 2020, que nunca deveria ter existido para a humanidade, porque ele se firmou como o pior ano da história recente, quando foi obrigado a adotar e manter a desumana pandemia do novo coronavírus.

Certamente que, dele, vão restar apenas lembranças amargas, que, se fosse possível a reprogramação de memória humana, elas seriam apagadas ou substituídas por fatos agradáveis.

Com a confirmação da pandemia do novo coronavírus, a partir do primeiro caso ainda em 2019, a humanidade passou a viver sob a ameaça do grande e temível inimigo da Covid-19, com a agregação de muito medo, preocupação e insegurança, que passaram a fazer parte do dia a dia da população mundial, sem exceção.

A verdade é que até houve quem não considerasse a pandemia terrível e horroroso inimigo, tendo classificado a Covid-9 como apenas “gripezinha”, na concepção própria do indigesto negativismo que desrespeita a ciência, certamente por se achar que esteja acima dela, mantida a teimosia na ignorância, em que pese o repúdio social.

Diante da  gravidade da pandemia, com o seu rastro mortífero e destruidor da saúde, surgiram as inevitáveis recomendações dos infectologistas, para os cuidados capazes de minimizar os riscos de infecção em massa, como lavar as mãos com sabão, muitas vezes; usar álcool em gel; manter distanciamento físico; usar máscara; não tocar nos olhos, no nariz ou na boca; ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com o braço dobrado ou usar lenço.

Muitos pessoas seguiram e continuam observado as orientações, mas há quem não acredita na ciência e prefere dar péssimos exemplos, se comportando de maneira refratária e incivilizada, embora isso tenha o condão de induzir parte da população a desrespeitar regras saudáveis e úteis à população.

É bem possível que muita gente possa ter seguido até para a eternidade, quando deixou de observar os bons exemplos de civilidade.

O ano de 2020 deixa forte e marcante impressão de ter apenas existido praticamente no calendário, precisamente porque ele não pode ser passado à diante com a simples virada da folhinha de um ano, como se faz depois do término de um dia, como forma de se dizer que sequer existiu, diante das imagináveis situações decorrentes da crise pandêmica.  

Ele se fez presente em quase todos os dias do ano, que se passaram com as mesmas características do dia anterior, que foi igual ao anterior dele e assim se viu a contagem do ano com o aproveitamento da contagem da preciosa idade, para todas as pessoas que continuam vivas e dispostas a ainda se sacrificar prestigiando as belezas da própria vida, sempre na esperança de que dias hão de vir sem precisar temer por mais nada sobre o mal do século: a Covid-19.

Não há a menor dúvida de que o ano que se acaba foi só de sufoco e sacrifício para o próprio bem de cada um, que reclamava, por direito, mas essa era a única condição possível e permitida, sempre na expectativa do surgimento de medicação para resolver os empecilhos decorrentes da ameaça da Covid-19, que não faz seleção sobre as suas vítimas.

A verdade é que os brasileiros que conseguiram atravessar o ano estão se arrastando, à exaustão, dando o maior duro para dizerem presente na porta de entrada do Ano-Novo, ainda vivos e ilesos, na esperança de que 2021 seja recompensador pelos maus-tratos acontecidos no ano velho, que foi completamente atípico, como experiência de vida, onde prevaleceu a padronização que se encaixou perfeitamente no perfil dos brasileiros, que anseiam ardentemente por dias mais alegrias e harmoniosos com a vida, na sua plenitude maravilha, prazer e felicidade.

          O Brasil que se apresenta para encarar 2021 se encontra arrasado e bastante desgastado, em especial diante do sofrimento pela perda de quase 200 mil cidadãos, cuja quantidade catastrófica de morte certamente poderia ter sido minimizada, caso o governo tivesse tido a mínima sensibilidade para a gigantesca gravidade da pandemia, de modo a ter liderado importante mobilização quanto às medidas em condições mais favoráveis aos cuidados, com competência e eficiência, de todas as questões pertinentes à crise, que se faziam urgentes, essenciais e prioritárias, nas circunstâncias, em que, ao contrário,  a população foi martirizada pela permanente exposição de malquerer protagonizada pelo presidente do país, declaradamente avesso aos comezinhos princípios da civilidade.

A verdade é que os maus exemplos e as desastradas lições, que não foram poucos, prejudicaram em muito os brasileiros, que têm motivos suficientes para se angustiarem diante das perspectivas sombrias, à vista do descaso cruel e contumaz com que o Palácio do Planalto hostiliza o interesse da população, fato este que contribui para inquietar o povo, ante a sensação da insensibilidade, da falta de bom senso, da incompetência e do desamparo.

O desvario que domina as autoridade públicas, desde o início da pandemia, sem a menor trégua, tem o condão de disseminar incerteza sobre incerteza, precisamente porque, em se tratando de crise que a afeta a saúde da população, seria ideal que houvesse estrutura governamental de alto nível, em condições de estudar, regulamentar e fomentar medidas capazes de contraporem aos males expostos à população.

Não obstante, à toda evidência, o que existe mesmo é a ausência de tudo que pudesse contribuir para minorar as dificuldades naturais da pandemia, a exemplo do principal órgão da saúde pública, que não tem comando com especialização profissional e técnica em assuntos de medicina nem saúde pública, o que já escancara a completa insensibilidade gerencial para se cuidar de assunto da maior relevância da saúde da população.

O governo produziu, sem fazer absolutamente nada, um monstro que se encarregou de sobrepor-se a ele, quando foi deixado que tudo, como escolas, lojas, comércio, clubes, atividades diversas e tudo o mais ficassem sem as devidas orientações para possibilitar o seu funcionamento, permitindo que a baderna imperasse e predominasse ao seu bel-prazer.

Certamente que tudo poderia ter sido diferente se as autoridades públicas se preocupassem em estudar e equacionar o devido funcionamento das atividades comerciais, escolares, esportivas, produtivas etc. e apresentassem normas capazes de informar e orientar caso a caso, de modo a facilitar a compreensão sobre o combate à pandemia.

Ou seja, em se tratando pandemônio, o governo foi capaz de contribuir para potenciar a piora da compreensão e do acompanhamento sobre os fatos, exatamente por ter se tornado elemento absolutamente omisso e ausente no processo que ele tem a incumbência constitucional e legal de ser o principal agente, com a incumbência de tudo equacionar, levantar, estudar, examinar e solucionar, quer por iniciativa própria ou sob a forma de orientação e coordenação em conjunto com os estados e municípios, em estrutura com competência e eficiência suficientes para o imediato e completo domínio de qualquer situação relacionada com a pandemia, porque isso era precisamente o mínimo que a sociedade esperava que deveria ter acontecido, evidentemente para o bem e a facilitação da população.

Não há a menor dúvida de que o buraco negro brasileiro tem endereço certo e fica logo ali, no Palácio do Planalto, cuja opacidade crônica evita a transmissão de luzes que poderiam ser bastante úteis em tempos de pandemia, com o vislumbre de alguma ideia favorável à compreensão sobre o combate à tragédia que se abateu, de maneira drástica, sobre as cabeças dos brasileiros.

É preciso se acreditar que o ano de 2021 trará a cura para a Covid-19, quer por meio de remédios ou vacinação, o que melhor possa satisfazer à necessidade da saúde e da vida humana, tão sacrificada pelo visível descaso das autoridades públicas do país, que estão muito mais preocupadas com interesses políticos pessoais.

Convém se depositar total esperança na recuperação das atividades produtivas, com a forte volta do emprego, na possibilidade do abraço, na aproximação das pessoas, na intensificação da alegria e do amor, com a reafirmação das maravilhas inerentes à vida humana, que, enfim, que é algo especial que precisa ser tratada com carinho e os melhores cuidado e zelo.

É assim que imagino que o Ano-Novo se vislumbre para novas perspectivas de vida para toda a humanidade, com possiblidade do império da luz nas mentes dos homens públicos, que precisam, com urgência, da conscientização sobre a importância da saúde e da vida do ser humano.   

Desejo para todos maravilhoso 2021!

Brasília, em 1° de janeiro de 2021

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

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