Já se pode sentir os ares do tão ansiado 2021 e de
logo cuidar de deletar as tristes e profundas marcas deixadas pelo difícil e
deformado 2020, que nunca deveria ter existido para a humanidade, porque ele se
firmou como o pior ano da história recente, quando foi obrigado a adotar e manter
a desumana pandemia do novo coronavírus.
Certamente que, dele, vão restar apenas lembranças
amargas, que, se fosse possível a reprogramação de memória humana, elas seriam apagadas
ou substituídas por fatos agradáveis.
Com a confirmação da pandemia do novo coronavírus,
a partir do primeiro caso ainda em 2019, a humanidade passou a viver sob a ameaça
do grande e temível inimigo da Covid-19, com a agregação de muito medo, preocupação
e insegurança, que passaram a fazer parte do dia a dia da população mundial,
sem exceção.
A verdade é que até houve quem não considerasse a pandemia
terrível e horroroso inimigo, tendo classificado a Covid-9 como apenas “gripezinha”,
na concepção própria do indigesto negativismo que desrespeita a ciência,
certamente por se achar que esteja acima dela, mantida a teimosia na
ignorância, em que pese o repúdio social.
Diante da gravidade
da pandemia, com o seu rastro mortífero e destruidor da saúde, surgiram as inevitáveis
recomendações dos infectologistas, para os cuidados capazes de minimizar os
riscos de infecção em massa, como lavar as mãos com sabão, muitas vezes; usar álcool
em gel; manter distanciamento físico; usar máscara; não tocar nos olhos, no nariz
ou na boca; ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com o braço dobrado ou
usar lenço.
Muitos pessoas seguiram e continuam observado as orientações,
mas há quem não acredita na ciência e prefere dar péssimos exemplos, se
comportando de maneira refratária e incivilizada, embora isso tenha o condão de
induzir parte da população a desrespeitar regras saudáveis e úteis à população.
É bem possível que muita gente possa ter seguido até
para a eternidade, quando deixou de observar os bons exemplos de civilidade.
O ano de 2020 deixa forte e marcante impressão de ter
apenas existido praticamente no calendário, precisamente porque ele não pode
ser passado à diante com a simples virada da folhinha de um ano, como se faz
depois do término de um dia, como forma de se dizer que sequer existiu, diante das
imagináveis situações decorrentes da crise pandêmica.
Ele se fez presente em quase todos os dias do ano, que
se passaram com as mesmas características do dia anterior, que foi igual ao
anterior dele e assim se viu a contagem do ano com o aproveitamento da contagem
da preciosa idade, para todas as pessoas que continuam vivas e dispostas a
ainda se sacrificar prestigiando as belezas da própria vida, sempre na
esperança de que dias hão de vir sem precisar temer por mais nada sobre o mal
do século: a Covid-19.
Não há a menor dúvida de que o ano que se acaba foi
só de sufoco e sacrifício para o próprio bem de cada um, que reclamava, por
direito, mas essa era a única condição possível e permitida, sempre na expectativa
do surgimento de medicação para resolver os empecilhos decorrentes da ameaça da
Covid-19, que não faz seleção sobre as suas vítimas.
A verdade é que os brasileiros que conseguiram atravessar
o ano estão se arrastando, à exaustão, dando o maior duro para dizerem presente
na porta de entrada do Ano-Novo, ainda vivos e ilesos, na esperança de que 2021
seja recompensador pelos maus-tratos acontecidos no ano velho, que foi
completamente atípico, como experiência de vida, onde prevaleceu a padronização
que se encaixou perfeitamente no perfil dos brasileiros, que anseiam ardentemente
por dias mais alegrias e harmoniosos com a vida, na sua plenitude maravilha, prazer
e felicidade.
O
Brasil que se apresenta para encarar 2021 se encontra arrasado e bastante
desgastado, em especial diante do sofrimento pela perda de quase 200 mil
cidadãos, cuja quantidade catastrófica de morte certamente poderia ter sido
minimizada, caso o governo tivesse tido a mínima sensibilidade para a
gigantesca gravidade da pandemia, de modo a ter liderado importante mobilização
quanto às medidas em condições mais favoráveis aos cuidados, com competência e
eficiência, de todas as questões pertinentes à crise, que se faziam urgentes,
essenciais e prioritárias, nas circunstâncias, em que, ao contrário, a população foi martirizada pela permanente exposição
de malquerer protagonizada pelo presidente do país, declaradamente avesso aos comezinhos
princípios da civilidade.
A verdade é que os maus exemplos e as desastradas lições,
que não foram poucos, prejudicaram em muito os brasileiros, que têm motivos
suficientes para se angustiarem diante das perspectivas sombrias, à vista do descaso
cruel e contumaz com que o Palácio do Planalto hostiliza o interesse da população,
fato este que contribui para inquietar o povo, ante a sensação da
insensibilidade, da falta de bom senso, da incompetência e do desamparo.
O desvario que domina as autoridade públicas, desde
o início da pandemia, sem a menor trégua, tem o condão de disseminar incerteza sobre
incerteza, precisamente porque, em se tratando de crise que a afeta a saúde da população,
seria ideal que houvesse estrutura governamental de alto nível, em condições de
estudar, regulamentar e fomentar medidas capazes de contraporem aos males expostos
à população.
Não obstante, à toda evidência, o que existe mesmo é
a ausência de tudo que pudesse contribuir para minorar as dificuldades naturais
da pandemia, a exemplo do principal órgão da saúde pública, que não tem comando
com especialização profissional e técnica em assuntos de medicina nem saúde pública,
o que já escancara a completa insensibilidade gerencial para se cuidar de
assunto da maior relevância da saúde da população.
O governo produziu, sem fazer absolutamente nada,
um monstro que se encarregou de sobrepor-se a ele, quando foi deixado que tudo,
como escolas, lojas, comércio, clubes, atividades diversas e tudo o mais ficassem
sem as devidas orientações para possibilitar o seu funcionamento, permitindo
que a baderna imperasse e predominasse ao seu bel-prazer.
Certamente que tudo poderia ter sido diferente se
as autoridades públicas se preocupassem em estudar e equacionar o devido
funcionamento das atividades comerciais, escolares, esportivas, produtivas etc.
e apresentassem normas capazes de informar e orientar caso a caso, de modo a
facilitar a compreensão sobre o combate à pandemia.
Ou seja, em se tratando pandemônio, o governo foi
capaz de contribuir para potenciar a piora da compreensão e do acompanhamento
sobre os fatos, exatamente por ter se tornado elemento absolutamente omisso e ausente
no processo que ele tem a incumbência constitucional e legal de ser o principal
agente, com a incumbência de tudo equacionar, levantar, estudar, examinar e
solucionar, quer por iniciativa própria ou sob a forma de orientação e coordenação
em conjunto com os estados e municípios, em estrutura com competência e
eficiência suficientes para o imediato e completo domínio de qualquer situação relacionada
com a pandemia, porque isso era precisamente o mínimo que a sociedade esperava
que deveria ter acontecido, evidentemente para o bem e a facilitação da população.
Não há a menor dúvida de que o buraco negro brasileiro
tem endereço certo e fica logo ali, no Palácio do Planalto, cuja opacidade crônica
evita a transmissão de luzes que poderiam ser bastante úteis em tempos de
pandemia, com o vislumbre de alguma ideia favorável à compreensão sobre o
combate à tragédia que se abateu, de maneira drástica, sobre as cabeças dos
brasileiros.
É preciso se acreditar que o ano de 2021 trará a cura
para a Covid-19, quer por meio de remédios ou vacinação, o que melhor possa
satisfazer à necessidade da saúde e da vida humana, tão sacrificada pelo
visível descaso das autoridades públicas do país, que estão muito mais preocupadas
com interesses políticos pessoais.
Convém se depositar total esperança na recuperação das
atividades produtivas, com a forte volta do emprego, na possibilidade do
abraço, na aproximação das pessoas, na intensificação da alegria e do amor, com
a reafirmação das maravilhas inerentes à vida humana, que, enfim, que é algo
especial que precisa ser tratada com carinho e os melhores cuidado e zelo.
É assim que imagino que o Ano-Novo se vislumbre
para novas perspectivas de vida para toda a humanidade, com possiblidade do império
da luz nas mentes dos homens públicos, que precisam, com urgência, da
conscientização sobre a importância da saúde e da vida do ser humano.
Desejo para todos maravilhoso 2021!
Brasília, em 1° de janeiro de 2021
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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