Em crônica que analisei a afirmação do presidente
da República de que o Brasil está quebrado e que ele não pode fazer nada, sem que
ele tenha esclarecido os reais motivos dessa quebradeira nem da sua
incapacidade para fazer algo a respeito da situação, o ilustre e sempre cuidadoso
poeta Vandenildo Oliveira escreveu mensagem onde diz o seguinte: “estamos
sem cachorro e sem gato, o queijo entregue aos ratos, que só querem encher o
bucho! O barco está a deriva, o comandante sem voz ativa, compromisso hoje, é
luxo.”.
Em
resposta eu disse que antigamente se dizia que os problemas se resolviam, muitas
vezes, com reza, mas os tempos mudaram e nem reza forte consegue mais nada.
Na
atualidade, não há reza forte e poderosa que dê jeito, porque os deuses do
Olimpo, mesmo que quisessem, não conseguiriam recolocar, no caso, o Brasil nos
eixos, nas circunstâncias presentes, diante da gravidade da situação que ele se
encontra, principalmente porque o foco principal não são os interesses da
nação, mas sim o alinhamento político visando, em especial, à reeleição
presidencial, mesmo que ainda daqui a dois anos.
Nesse
interregno, certamente que muita água ainda vai passar sob a ponte, mas os
problemas da população continuam em ebulição na agenda presidencial, sem
solução, diante da notória incompetência administrativa que tem sido o maior
entrave de quem elegeu a insensibilidade como parâmetro de seu governo.
O
resultado dessa triste realidade não poderia ser diferente, onde o próprio
mandatário reconhece que o Brasil está quebrado e ele é apenas espectador
ilustre, que funciona nada mais como figurinista de luxo, que não tem dignidade
sequer para renunciar ao cargo, para possibilitar o encontro, com urgência, da
melhor solução para os graves problemas que afligem a economia e as questões
sociais, em especial no que diz respeito à maior gravidade da saúde pública,
agravada pela incompetência na condução do combate à crise causada pela
pandemia, que encontrou, no governo, pouca resistência aos seus propósitos de maldade
à saúde dos brasileiros.
Em
princípio, o administrador público precisa se conscientizar de que o principal
e único foco deve ser a satisfatoriedade do interesse público e, para isso,
qualquer desatenção, como tentar cuidar concomitantemente de causa de
familiares, por exemplo, nem sempre resulta em final feliz e satisfatório para
a sociedade.
O
presidente do país criou agenda particular para tratar da defesa dos filhos,
que estão embrenhados até a raiz em investigações sobre a prática de atos
irregulares, que o paizão faz tudo para acompanhar o mais de perto possível e
isso já afetou seriamente a sua concentração para a resolução dos assuntos de
interesse do Brasil, conforme ele assegura que não tem condições de conduzir os
negócios inerentes à gestão pública.
É
preciso que o presidente da República decida, com urgência, tomar posse no
cargo para o qual ele foi eleito pela vontade soberana do povo, com a
finalidade primeira de cuidar das questões inerentes às atividades de mandatário
do Brasil, com a abdicação de todas outras funções, inclusive de cuidar das
sujeitas envolvidas por familiares, que precisam se conscientizar de que a
limpeza delas é da competência de cada qual, à vista da responsabilidade individual
de cidadania.
A verdade é que o Brasil merece ser administrado
com competência e responsabilidade, tendo como prioridade e primazia
exclusivamente o cuidado com os assuntos de interesse nacional, de modo que as
decisões se fundamentem em razões da causa pública, com vistas ao desenvolvimento
socioeconômico, sob pena do naufrago anunciado pelo mandatário do país, que demonstra
não ter tido capacidade para o remar barco chamado Brasil para porto seguro.
Brasília, em 6 de janeiro de 2021
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