Em crônica que analisei a declaração do presidente
da República de que o Brasil está quebrado e ele não pode fazer nada, sem que tenha
dado maiores esclarecimentos sobre os motivos da quebradeira em causa nem da
sua incapacidade de fazer algo a respeito da situação, o inteligente e
ponderado amigo Orlando Chaves escreveu importante mensagem, vazada nestes
termos: “Vc fez
uma análise correta do momento atual do Brasil. Um presidente que só pensa em
reeleição e defender os filhos. Bolsonaro está acuado e criou uma situação
difícil para todos nós. Se ele admite que o país está quebrado, cabe a ele
entregar o poder para outrem que consiga mudar esse estado de coisas criado por
ele mesmo. Nós não sabemos o que fazer.”.
Em
resposta eu disse que a sua análise, prezado irmão Chaves, como sempre, é
perfeita, porque o Brasil não pode ficar acéfalo, diante da sua grandeza, em
especial neste momento de enorme turbulência causada pela pandemia do novo coronavírus,
que, infelizmente, encontrou no presidente toda facilidade possível para que o
vírus letal operasse tamanho estrago na população brasileira.
Certamente
que não seria possível se evitar todas as mortes, mas se houvesse interesse e o
máxima de boa vontade por parte do governo, com a adoção dos cuidados
necessários, a exemplo do emprego de campanhas apropriadas de orientação
técnica ao povo e a designação de pessoas experientes e competentes para liderarem
medidas apropriadas e tudo sendo feito no exclusivo intuito de combater com
seriedade e severidade as causas da doença, a situação não teria ficado fora de
controle, como ficou.
Isso veio
a acontecer exatamente por conta de quem fica permanentemente brincando com
coisa séria, como o que aconteceu ontem, em que o presidente disse que ia
"mergulhar de máscara para não pegar covid nos peixinhos".
Isso é
algo grotesco, ridículo, e, o pior, que bando de fanáticos ainda fica rindo com
algo desagradável e impróprio dito por autoridade que tem o dever cívico e
educacional de ser respeitoso com os casos importantes que interessam
diretamente à sociedade.
Um
estadista com o mínimo de sensibilidade e respeito ao seu semelhante, poderia
até discordar de alguma situação específica, sob a prisma do direito da
pessoalidade, mas como homem público a sua atitude jamais poderia ser de tanto
deboche como o faz permanentemente o presidente brasileiro, que apenas de
promove como o declarado amigo do corona, por se colocar ao lado, como amigo do
peito, e inimigo do povo, porque quem age como ele somente merece desprezo.
Diante de
tantas lições de negativismo já protagonizadas pelo presidente do país, imaginava-se
que elas poderiam servir como instrumento de conscientização dele, no sentido
de apenas agir sob o parâmetro da racionalidade, mas percebe-se que essa
esperança foi em vão, não tendo elas nenhuma valia para mostrar a ele que a prática
da racionalidade faz muito bem para a autoridade máxima do país, que precisa
dar bons exemplos de civilidade ao povo.
Brasília, em 6 de janeiro de 2021
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