Em
razão da evidente das dificuldades do governo para combater a pandemia do novo
coronavírus, o presidente da República vem perdendo significativo apoio popular,
segundo confirma pesquisa de avaliação sobre o seu desempenho.
A
indicação é resultado de pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, que foi divulgado
na tarde de ontem, pelo site do jornal Folha de S.Paulo, que aponta o crescimento
da reprovação à gestão do presidente do país.
Os
resultados da pesquisa são os seguintes: a) ótimo/bom: 31%; b) regular: 26%; c)
ruim/péssimo: 40%; e d) não sabe: 2%.
De
acordo com o Datafolha, 40% dos entrevistados classificaram o governo como
“Ruim” ou “Péssimo”, cujo resultado, comparado com o levantamento anterior,
realizado entre 8 e 10 de dezembro, mostra significada perda de popularidade do
presidente, quando, naquela pesquisa, a avaliação para o mesmo quesito foi de 32%.
Na
mesma pesquisa, o quesito dos entrevistados que consideravam o governo “Ótimo”
ou “Bom” caiu de 37% para 31%, enquanto os consultados que o julgavam “Regular”
passaram de 29% para 26%.
Nesta
última pesquisa, o Datafolha constatou ainda que 53% dos entrevistados rejeitam
a abertura de processo de impeachment do presidente brasileiro, enquanto 42% deles
são favoráveis ao afastamento do mandatário.
O
resultado acima indica estabilidade na comparação com o levantamento anterior, em
que 50% das pessoas consultadas eram contra a responsabilização do presidente
por crime de responsabilidade.
Já
os entrevistados que defendem o impeachment oscilaram negativamente, de 46%
para 42%, enquanto quem não sabia responder passou de 6% para 4%.
A
pesquisa ouviu 2.030 pessoas, por meio do telefone, em razão das limitações
motivadas pela pandemia da Covid-19.
É
evidente que o resultado da avaliação do presidente do país levou em consideração
o desempenho do governo, no seu conjunto, englobando a execução de todas as políticas
governamentais.
Por
cento, caso fosse apurar somente o resultado das medidas em combate à pandemia
da Covid-19, é bem possível que a avaliação tenderia a mostrar índice de
completa reprovação, levando-se em conta os desastres concentrados no programa
da imunização, em especial, que deveria ter sido iniciado já no final do ano
passado, como fizeram os mandatários que se preocupam com a vida humana e com a
saúde de se povo.
Ao
contrário do que vem acontecendo no país tupiniquim, onde o presidente do país faz
questão de ser indiferente a tudo que diz respeito à pandemia, em clara demonstração
de desinteresse para com as causas da população, diretamente afetada pela crise
da saúde pública, de responsabilidade de seu governo.
Ou
seja, a vacinação brasileira começou com quase um mês de atraso e ainda sob
questionamentos referentes ao estoque das vacinas, seringas e agulhas, porque o
governo simplesmente, sob o comando de especialista em almoxarifado, não
adquiriu absolutamente nada, inclusive a vacina distribuída foi comprada pelo
governo de São Paulo, tudo em demonstração de espetacular improvisação,
deixando à mostra muita desorganização administrativa para cuidar de tão gravíssima
crise como essa da pandemia do coronavírus, em que a alarmante quantidade de mortes,
superando 215 mil pessoas que já perderam a vida.
Com
absoluta certeza, muitas das vidas perdidas poderiam estar vivas entre nós se o
governo tivesse tido viva consciência sobre a gravidade da pandemia do
coronavírus, bem assim se as autoridades públicas fossem o minimamente sensível
à importância da vida humana, porque o combate à Covid-19 não teria se
transformado em verdadeiro caos, como de fato aconteceu, ao meio de tudo de
péssimo, reprovável, ineficiente, desastroso e contrário aos princípios
humanitários, cuja consequência não poderia ser diferente da tragédia que foi
para milhares de famílias que perderam entes queridos e para o resto dos
brasileiros que nem têm certeza quando poderão sair de casa, porque o programa de
vacinação, conforme anunciado pelo governo só será aplicado na metade da população.
Não
à toa que ontem, o presidente brasileiro voltou a criticar, em diversas
ocasiões, pondo em cheque a validade da vacina que está sendo aplicada, em
cristalino sentimento refratário dele ao combate à pandemia e, por via de
consequência, sendo, mais uma vez, pessoa que tem prazer em ficar tentando
torcer para que nada tenha sucesso, o que termina prejudicando tanto o sucesso
da imunização como o interesse das pessoas por ela, porque ele põe em dúvida
todo trabalho que se faz no combate à pandemia da Covid-19.
Pois bem, o mandatário do país declarou para
jornalistas o seguinte, verbis: “Eu não posso obrigar ninguém a tomar
vacina, como um governador um tempo atrás falou que ia obrigar. Eu não sou inconsequente
a esse ponto. Ela tem que ser voluntária, afinal de contas, não está nada
comprovado cientificamente com essa vacina aí. Peço que o pessoal leia os
contratos com as empresas para tomar pé de onde chegaram as pesquisas e porque
não se concluiu ainda dizendo que é uma vacina perfeitamente eficaz. Pelo que
tudo indica segundo a Anvisa, ela vai ajudar a que casos graves não ocorram no
Brasil a quem for vacinado”.
Vejam-se
que o presidente age com muita indelicadeza, ao criticar, em momento inoportuno,
a princípio, a eficácia da vacina, exatamente por ocasião do processo de
imunização, fazendo referência maliciosa quanto à sua validade para a imunização,
ao afirmar que a Anvisa disse que ela vai ajudar a se evitar casos graves,
dando a entender que ninguém vai ficar imunizado totalmente, salvo em se
tratando de situação mais grave, ou seja, a ilação que se pode fazer, das
palavras dele, é que pouco adianta se tomar a vacina, em que os altos
investimentos em pessoal, material e recursos para a aplicação da vacina.
O
outro ponto extremamente reprovável e da maior gravidade das críticas,
possivelmente injustificáveis do presidente brasileiro, ante a falta de provas,
diz com o conselho que ele faz para as pessoas em lerem os contratos das empresas,
sabendo ele que isso é medida totalmente impossível, porque os brasileiros não
têm acesso a esses documentos.
Na
qualidade de mandatário do Brasil, se ele, tendo conhecimento de algo que
esteja errado ou falho, precisamente assim na forma como ele insinua, com muita
ênfase, é da sua obrigação esclarecer à sociedade, em detalhe, o real motivo do
objeto do contrato que precisa ser lido pelas pessoas, ante a presunção da
existência de algo errado que elas precisam se precaver contra possível risco
que ele deixou nas entrelinhas, salvo quanto à eficácia, quando ele, nesse
caso, põe em dúvida, de maneira indelicada, até o importante trabalho da Anvisa.
Mas
a pior demonstração de descuido do homem público é exatamente ele, tendo
conhecimento de algo suspeito, errado, incorreto ou irregular, ainda consente a
continuidade do procedimento que dele discorda, como foi afirmado com todas as
letras, na forma acima, como nesse caso da vacina, em que o presidente do país
aconselha que a população leia primeiro o contrato e, nesse ponto, ele põe em
dúvida a eficácia dela.
Essa
crítica do presidente funciona, de maneira cristalina como a confirmação da sua
falta de decisão segura perante os brasileiros, em termos de segurança quanto à
administração da vacina, diante da suspeita que ele faz sobre a eficácia dela,
mas mesmo assim seu governo patrocina a imunização sem qualquer restrição, o
que não poderia de forma alguma ser assim, ante o dever institucional das
autoridades públicas de zelar pela integridade da população.
O
governo sério e competente jamais participaria de programa, como esse da imunização,
se não tivesse plena certeza da eficácia do produto aplicado na população, porque
a responsabilidade é do Ministério da Saúde confirmar não somente a credibilidade,
a confiabilidade e a segurança da composição do produto, mas também e
principalmente a sua eficácia, tendo em vista a necessidade de se garantir que
a imunização se presta para a proteção da vida das pessoas e isso é da maior
responsabilidade que precisa do aval das autoridades públicas incumbidas do
processo de sanitização.
Da
maneira como foram feitas as críticas pelo presidente do país, não há a menor
dúvida de que ele comete grave falha, por ser o comandante da nação, por colocar sob suspeita o programa de imunização,
com o uso de produto que é questionada a sua principal finalidade, no caso, a
eficácia dele para o combate à Covid-19.
É
evidente que, se realmente ele tem dúvidas quanto à eficácia do imunizante, há
clara demonstração de que o Ministério da Saúde não agiu correta e diligentemente,
no âmbito da sua competência institucional, para informar e assegurar à população
que a vacina atende às exigências de qualidade, segurança e eficácia,
reafirmando que ela é realmente o remédio necessário para a proteção contra a
Covid-19.
Ao
contrário disso, se o presidente realmente está inseguro quanto à eficácia da
vacina, ele tem o dever constitucional e legal de determinar a imediata paralisação
da imunização, sob pena de responder por crime de responsabilidade, por ter permitido
a aplicação na população, sem a garantia e a autenticidade para a finalidade de
imunização pretendida.
Diante
desses fatos, confesso o desencanto com a administração do Brasil, exatamente nessas
condições em que a indecisão ou decisão vacilante vem sendo a marca da gestão que demonstra, em
cada ato, insegurança, desorganização, incapacidade e despreparo para a definição
de medidas em benefício da sociedade, a exemplo do programa de imunização, em
que o mandatário da nação põe em dúvidas, de maneira precária e perigoso,
apenas com base em conclusões pessoais, a eficácia da vacina e mesmo assim
fecha os olhos para o caos por ele reconhecido e permite a continuidade da vacinação.
Em
forma de seriedade e competência administrativas, se o presidente põe em dúvidas
a eficácia da vacina, o correto é determinar que o órgão competente da Saúde produza
estudos sobre o assunto, em caráter de urgência, melhor se tivesse sido feito
antes do processo pertinente, com a finalidade de se concluir que o produto imunizante
tem eficácia e presta para a sua finalidade, dando plena tranquilidade à população,
como deve proceder os governos interessados na integridade do povo.
Espera-se
que o presidente da República se conscientize de que é preciso muita seriedade
e competência para decidir sobre as relevantes medidas de combate à Covid-19,
não permitindo a continuidade da imunização sem antes dirimir as questões sobre
a eficácia da vacina, porque isso é da responsabilidade institucional do
governo de assegurar a garantia do imunizante, para que a população seja estimulada
a se vacinar, que é medida extremamente importante, por ser para o seu próprio
bem-estar, sem se falar nos altos investimentos às custas dos contribuintes.
Quanto
ao resultado da pesquisa em referência, que trata do desempenho do presidente
da República, os fatos do dia a dia mostram o quanto ele merece na avaliação,
tendo a sinalização muito clara que os brasileiros estão à espera de gigantesco
salto de qualidade na condução das políticas de incumbência do governo.
Brasília, em 23 de janeiro de 2021
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