terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O obstáculo ao socialismo

           O presidente da República afirmou que as Forças Armadas são as responsáveis por decidir se há democracia ou ditadura no país.

O chefe do Executivo deu a entender que as Forças Armadas brasileiras foram “sucateadas” como parte do objetivo da facilitação da implantação do regime socialista no Brasil.

Em meio às pressões sobre a atuação do governo durante a pandemia da covid-19, o presidente do país recorreu, como estratégia para se tentar mudar o foco para importante tema, com o discurso mais de fundo ideológico.

Para os apoiadores que estavam no Palácio do Planalto, ele também voltou a dizer que seu governo está há dois anos sem corrupção e reiterou críticas ao governo do presidente venezuelano.

O presidente sublinhou que “O pessoal parece que não enxerga o que o povo passa, para onde querem levar o Brasil, para o socialismo. Por que sucatearam as forças armadas ao longo de 20 anos? Porque nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo”.

O presidente afirmou, de forma categórica, que “Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam”.

O presidente lembrou que “temos liberdade ainda, mas tudo pode mudar” e fez referência a possível eleição do candidato do PT à Presidência da República, seu adversário no segundo turno nas eleições de 2018, tendo afirmado, em forma de indagação, que, “No Brasil, temos liberdade ainda. Se nós não reconhecermos o valor destes homens e mulheres que estão lá, tudo pode mudar. Imagine o Haddad no meu lugar. Como estariam as Forças Armadas com o Haddad em meu lugar?”.

Nesse ponto que diz com o sistema socialista, é bem possível que o presidente esteja coberto de razão, porque as Forças Armadas são as instituições que normalmente dão suporte aos líderes responsáveis por mudanças do sistema político de governo, para o regime socialista, e passam a apoiar os ditadores, normalmente de índole sanguinária, cruel e desumana.

O exemplo clássico da assertiva presidencial encontra vivamente na Venezuela, em que o regime totalitária e tirano ali em vigor somente se mantém porque as suas Forças Armadas integram basicamente toda estrutura da administração do país, com oficiais generais distribuídos na direção dos principais órgãos, inclusive a vice-presidência, e entidades que compõem o governo, todos participando forte e ativamente das roubalheiras dos escassos recursos do Estado, que já se encontra com seus cofres exauridos, a exemplo da empresa petrolífera, que não tem mais condições financeiras para a realização de investimentos na sua modernização e no seu aperfeiçoamento, cuja consequência tem sido a progressiva redução da produção de petróleo, com capacidade operacional inferior de 10% de anos atrás, quando ela ainda se encontrava no seu apogeu operacional.

O presidente ressaltou, com muita propriedade, que ainda temos liberdade, que é sem dúvida o bem imaterial da maior preciosidade parta o ser humano, diante do direito de cada cidadão ser dono da sua individualidade, do seu patrimônio, dos seus bens e valores, com ampla autonomia para se expressar, expor suas ideias, puder criar e ter pensamentos, sem qualquer restrição absolutamente de nada, inclusive de puder votar e ser votado por vontade popular, com o pleno usufruto de todas as maravilhas próprias da dignidade inerente ao ser humano.

Diferentemente do regime socialista, tão maravilhosamente apregoado pela esquerda brasileira, enquanto, no Brasil, ainda reina graciosamente o paraíso de todas as liberdades inexistentes nos países onde prevalecem aquele duríssimo, totalitário, monstruoso e desumana regime e são raspados do dicionário todos os vocábulos pertinentes à liberdade, aos direitos humanos, à democracia, ao humanismo, ao capitalismo, ao respeito, à caridade, ao amor, à fraternidade, à compaixão, à misericórdia, entre outros que se identificam com a dignidade do homem.

Não obstante, erguem-se com destaque no dicionário, em forma de bíblia do socialismo, a igualdade social, que significa que as pessoas integrantes da ralé, ou seja, que não fazem parte da elite, das lideranças de comando do Estado, passam a ser tratadas com a mesma paridade própria da escravidão, onde o império da escuridão social é norma na qual todos se obrigam, passando a terem somente o direito ao ar para a respiração natural; ao silêncio sobre opiniões, críticas, manifestações ou qualquer ideia pessoal; à caderneta a título de bolsa alimentos; e tudo o mais que possa ser identificado como a desqualificação de vida própria do ser humano, diante da total perda das suas características, tal qual como vivem os cubanos, os venezuelanos e todos os povos dos países que adotam o regime socialista/comunista como sistema político de governo.

Em análise fria, sensata e racional, parece que as pessoas brasileiras que defendem o socialismo se encontram em estado psicológico maravilhoso, no qual elas conseguem vislumbrar bondades e superioridades diferentes de liberdade, individualidade, independência e amplos direitos de opções para a vida plena, quando se sabe que, naquele famigerado regime, é tudo diferente disso, onde os princípios humanos são restritos a nada, em que o ferrolho, a fechadura, a escuridão, a miséria, o sofrimento, a incerteza, a tristeza, o breu são a certeza existencial para a povão.

Em princípio, a esquerda de agora se destinaria a lutar pelos direitos liberais e sociais, como sentimento de orientação ideológica essencialmente para a promoção da igualdade e para a mudança da ordem social.

Isso posto, após a conquista do poder, o que acontece de fato e de direito é a perda literal de todos os direitos humanos, da cidadania, da propriedade, da dignidade, da razão do respeito ao ser humano, que passa a ser escravizado e inferiorizado, como acontece normalmente nos países de regime socialista, a exemplo da Venezuela, Cuba, entre outros, que não é novidade da esquerda brasileira, que, mesmo assim, ela defende os brutamontes ditadores, certamente em prestígio e defesa da supremacia da famigerada ideologia, em evidente detrimento dos princípios humanitários, em injustificável irracionalidade de se negar os verdadeiros direitos humanos, razão fundamental do socialismo, antes da assunção ao poder.   

O que se percebe é que o sentimento se relativa nas pessoas para a defesa do socialismo “maravilhoso”, como se ele fosse imaginado como o paraíso construído sob  as benesses sociais, de tudo bem edificado para o benefício do homem, em termos de igualdade social, exatamente à luz de seus princípios fundamentais.

Só que, no final dessa história, as pessoas, normalmente adolescentes inconformados, artistas, acadêmicos, intelectuais, estudiosos, sociólogos e pessoas que professam ideias socialistas importam apenas com a concretude de seus sonhos ideológicos, pouco se ligando com as consequências.

Na verdade, não há a menor dificuldade em se defender ideias socialistas quando se vive em país onde há liberdade para tudo, com o domínio pleno dos direitos humanos, opulência para todos os desejos, inclusive com a comida farta, além do pleno e normal abastecimento dos produtos básicos e essenciais à vida. 

Como corolário disso, é facílima a defesa do regime ditatorial venezuelano, por exemplo, estando fora dele, morando em país de regime que oferece condições plenas para se viver e pensar livremente sobre todas as coisas, podendo ser o dono do próprio nariz para realizar o que bem entender, o que é bem diferente de quem vive lá, que, em termos de liberdade, as pessoas ainda estão podendo respirar, que é o máximo do direito possível para viver, além do direito ao alimento racionado e de péssima qualidade, conforme mostram os fatos.

A realidade mostra que, onde opere o regime socialista, desde os primórdios, na União Soviética, no início do século passado, até os dias atuais, na Venezuela, por exemplo, ele se presta como verdadeira desgraça, um desastre que se transforma depois das belas intenções originais, conforme mostram os fatos. 

De modo geral, os socialistas, esquerdistas, sempre imaginam e prometeram verdadeira utopia com a marca da igualdade social e da abundância para todos, mas o resultado é sempre um só e nunca há erro: é certa a entrega para o povo de tirania, inanição, miséria, crueldade e desumanidade, tudo em elevado grau de maldade e insensibilidade. 

Enfim, como resistir à ideia do socialismo enganoso, onde há a crença de que, sob esse regime, haverá a manutenção das benesses materiais existentes no capitalismo, que deixam de existir, mas, a partir de então, tudo será gratuita para todos, com o asseguramento de bondades pelo socialismo, quando a realidade é bem outra e o povo da Venezuela a sente na pele, que não suporta mais a maldade do tratamento propiciado por aqueles “bonzinhos” e “puros” homens públicos aparentemente de índole confiável, evidentemente antes do poder?

Diante das interrogações sobre a índole dos amantes da esquerda, haveria de se encontrar a chave ou código do segredo que, obviamente, não é revelado para ninguém fora dela, para se saber o real motivo do orgulho de ser socialista, mesmo que nenhuma nação que a adota oferece o mínimo de dignidade ao seu povo, como os elementos essenciais de liberdade de expressão e individualidade, entre outros direitos humano, quando se sabe que o povo vive em completo sacrifício da miséria, da desgraça, da crueldade, enfim da desumanidade.

Assim mesmo, mas como, meu Deus, o que há de bom nisso que a esquerda brasileira não se cansa de defender os trogloditas ditadores que só maltratam o povo, em forma de tratamento absolutamente desumano que o bom senso e a racionalidade apelam louca e desesperadamente por socorro, porém não aparece ninguém, alma alguma para mandar para tamanha desgraça humana, porque o mundo está mouco, cego e mudo, que não consegue ouvir, ver e defender os oprimidos por monstruosos tiranos, donos de suas nações, que deveriam ser só do povo, por direito sagrado à nacionalidade?              

          Brasília, em 19 de janeiro de 2021

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