Diante de forte
pressão por críticas ao enfrentamento da pandemia da Covid-19 e alvo de novos
pedidos de impeachment, o presidente da República afirmou que não pode dizer
que é um “excelente presidente”.
O presidente disse que “Não vou dizer que eu sou
um excelente presidente. Mas tem muita gente querendo voltar o que eram os
anteriores. Já reparou? É impressionante. Estão com uma saudade de uma…”.
À toda evidência, é enorme sobrecarga do sistema de saúde em Manaus e a
falta de oxigênio em hospitais, tendo afetada a imagem do governo, tanto do presidente
como do ministro da Saúde, sendo que o mandatário vem adotando tom defensivo em
seus discursos, na tentativa de pôr panos quentes na crise, que deixou péssima impressão
quanto às medidas não adotadas pelo governo ou, se elas tenham sido implementadas,
não tiveram senão pífios resultados, conforme os fatos mostrados pela imprensa.
A grave crise nos hospitais de Manaus motivou a apresentação
de novo pedido de impeachment do presidente, por iniciativa de partidos de
oposição.
Os referidos partidos querem que o presidente do
país seja responsabilizado política e criminalmente pela situação no Amazonas, além
das suas condutas de desincentivo às medidas de proteção durante e combate à
pandemia.
O pedido em tela se soma a outros no mesmo sentido,
que já ultrapassam de 60 entregues à Câmara dos Deputados, desde o início do
mandato dele.
O presidente da Câmara já descartou possível abertura
de processo de impeachment, neste momento, quando ele afirmou que os aludidos pedidos
podem ensejar a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito, no futuro,
para investigar as ações do governo, na condução das políticas de combate à pandemia
do novo coronavírus.
Os fatos mostram que a aprovação do uso emergencial
da vacina contra a covid-19 também foi vista como pesada derrota do governo, exatamente
porque a CoronaVac, produzida pela empresa chinesa Sinovac e pelo Instituto
Butantan, foi severamente alvejada pelas críticas presidenciais, durante seu
desenvolvimento no Brasil.
Ao longo da pandemia, o presidente questionou e fez
duras críticas à origem da vacina, tendo colocado em dúvida a segurança e a
eficácia do imunizante e ainda chegado a comemorar a interrupção dos testes dela,
nas redes sociais, diante de situação acidental.
O imunizante foi desenvolvido pelo Instituto
Butantan, ligado ao governo paulista, que é considerado seu adversário político
e estão sempre brigando na mídia, como dois bebês chorões que precisam crescer
para vestir calças de homens e se conscientizarem sobre a relevância dos cargos
políticos que eles ocupam, que exigem muitas maturidade e responsabilidade da
parte deles, que são representantes do povo, que merece respeito e bons
exemplos, em especial dos homens públicos.
A verdade é que o presidente brasileiro tem todo
direito de se achar não somente excelente mandatário, mas o melhor do planeta, porque
isso faz parte de estratégia político-administrativa de qualquer governo,
cabendo à população promover a avaliação sobre o desempenho pessoal dele e do
seu governo, à luz, em especial, do resultado das políticas públicas por eles
implementados, que são capazes de mostrar exatamente a eficiência e os
benefícios em proveito da sociedade.
É evidente que a avaliação do presidente precisa
ser absolutamente isenta, não tendo qualquer validade que ele nem muito menos
seus seguidores fanáticos influenciem nela, porque isso fere de morte o salutar
princípio da imparcialidade, que deve estar presente quando se promove trabalho
dessas magnitude e seriedade, de modo que o seu resultado seja imune a
questionamentos e suspeitas, por se tratar de experiência a merecer a credibilidade
tanto da opinião pública como da sociedade.
Acredita-se que a avaliação feita pela população
sobre o desempenho propriamente do presidente não terá a menor dificuldade para
se chegar a resultado que todo brasileiro tem consciência absoluta de que ele
foi capaz de protagonizar desde o início da grave crise da pandemia, com
resultados bem abaixo do que poderiam ser merecidos os brasileiros, em termos
de eficiência no combate à Covid-19.
Em primeiro lugar, ele exonerou dois médicos do
cargo de ministro da Saúde, precisamente por incompatibilidade de
relacionamento racional e civilizado, quando ele queria que ambos aprovassem,
na marra, o protocolo da hidroxicloroquina, medicamento ainda pendente de aprovação
pelos órgãos oficiais, entre outras discordâncias, por exemplo, o isolamento
social.
Em razão exatamente de não haver profissional sério
e responsável que aceitasse a introdução do referido protocolo no tratamento do
coronavírus, o presidente simplesmente nomeou um general, com especialização, pasmem,
em almoxarifados do Exército, para dirigir logo o Ministério da Saúde, que, sem
perda de tempo, assinou o protocolo defendido pelo presidente e não fez mais
nada, depois disso, em benefício de coisa nenhum para o eficiente combate à
pandemia e a defesa de ações protetivas da população.
Em um país com o mínimo de seriedade, onde o
mandatário prima pela prestação da saúde pública com qualidade, com vistas à preservação
da vida, o principal órgão especializado e incumbido da saúde dos brasileiros somente
poderia ser comandado por técnico com conhecimentos e experiências em Medicina
e saúde sanitária, com reconhecida notoriedade, à vista saber lidar, ter condições
e compreender facilmente os gravíssimos problemas causados pela pandemia.
Esse grave equívoco, certamente imperdoável pelos brasileiros
conscientes sobre a real necessidade de se cuidar das questões relacionadas com
o máximo de responsabilidade e competência, têm péssima avaliação para o
presidente, por ter preferido, contrariando a melhor técnica gerencial, colocar
qualquer pessoa apenas da sua confiança para dirigir logo o ministério mais
importante do governo na área da saúde, porque ele tem exatamente a incumbência
de cuidar do melhor possível para assegurar a total proteção da vida dos
brasileiros, foto este que demonstra desprezo e insensibilidade à saúde do ser
humano.
Em situação normal, não tinha a menor importância,
porque ninguém ia sequer notar, que o presidente do país colocasse no
Ministério da Saúde, para comandá-lo, até mesmo o seu ordenança, porque isso
não faz a menor diferença, mas em plena pandemia, em que há a circulação no Brasil
inteiro de vírus letal, que já tirou a vida de mais 210 mil patrícios e contaminou
quantidade alarmante de brasileiros, ele demonstra não ter sensibilidade humana
para escolher o melhor médico ou sanitarista ou infectologista ou pessoa
conhecedora, entendida e experiente sobre as questões de Medicina e saúde
pública.
Esse fato só demonstra desamor ao seu próximo,
justamente porque ele se considera super-homem, diante dos brasileiros que nem
corou a cara para chamá-los de “maricas”, em atitude de falta de respeito à
dignidade das pessoas, muitas das quais votantes e admiradores dele e nem que tenham
votado nele, porque todos os cidadãos são merecedores de consideração e respeito.
Os demais casos que têm merecido, aqui e ali, a indignação
de brasileiros que consideram que ele deveria se comportar no cargo presidencial
como verdadeiro estadista, respeitando literalmente a elementar cartilha da sinceridade,
do respeito à dignidade das pessoas e de tudo o mais em demonstração de
acatamento aos princípios humanitários, cingem-se às atitudes dele em
contrariedade às orientações e às normas estabelecidas pelas autoridades públicas,
como forma de precaução à Covid-19, a exemplo do uso de máscara, o isolamento
social e todas as críticas feitas amiudamente por ele, sempre com o intuito de
se manter em evidência na mídia, como especialista que ele é nessa área, sem a
menor preocupação com a opinião pública.
Enfim, se autonomear excelente presidente, por ilação
que se fazer, certamente que o mandatário brasileiro considera todos os seus
procedimentos os melhores possíveis repassados para os bestas dos brasileiros,
como se todos tivessem a mesma mentalidade de não terem a sã consciência para enxergarem
a montanha de desacertos protagonizados por governo que vem sendo severamente
criticado em razão da falta de zelo em muitos procedimentos sob a incumbência
do seu governo, como, por exemplo, o genocídio acontecido em Manaus, onde dezenas
de vidas foram para o espaço, pasmem, por falta de oxigênio, em que
parlamentares pedem o impeachment dele, justamente por acharem que o seu
governo tem culpa nessa tragédia que poderia ter sido evitada, se autoridades
públicas tivessem agido tempestivamente e com a necessária competência.
Convém ainda ressaltar a pior e mais desastrada política
de imunização que poderia existir na face da Terra, em que o Brasil começa a vacinação
com quase um mês de atraso e ainda corre o risco de somente dar início e
interromper de repente, porque não tem vacina, nem seringa nem agulha,
exatamente porque as providências ficaram a cargo do chefe especializado do
almoxarifado, o entendido em estoque de material e não de saúde pública, que o
seria desejável e que é algo bem diferente de uma coisa da outra, que somente adotou
as providências necessárias quando muitos países que valorizam a vida humana já
estavam vacinando a sua população.
A notícia mais recente dá conta de que as vacinas
existentes não vão suprir à metade da necessidade para imunizar os profissionais
da saúde, que têm prioridade.
Para piorar o quadro, que já é péssimo, os
importadores dos insumos para a produção das vacinas, no Brasil, estão
demorando a liberá-los devido à má gestão do Itamaraty, que teria se envolvido
em medidas contrárias aos interesses dos países produtores da matéria-prima das
vacinas, o que demonstra falta de habilidade na condução da política pertinente
à diplomacia brasileira.
Enfim, é preciso entender, sem maior esforço, que o
presidente bom, sem necessidade de ser excelente, não ensejaria ser alvo de
nenhum pedido de abertura de processo de impeachment, muito menos de mais de 60
protocolados na Câmara dos Deputados, caso ele demonstrasse equilíbrio,
sensibilidade, competência e a melhor afinidade na condução das ações e
políticas próprias das funções para as quais ele foi eleito, mostrando espontaneamente
os seus interesse e amor às causas da população, na forma de respeito aos
sentimentos nobres e dignos do ser humano, algo que, em muitos casos, passaram
ao largo no seu governo, conforme mostram os fatos, que são ricos em péssimos
exemplos por parte de quem exerce o mais relevante cargo da República.
Antes do encerramento, convém que eu responda à indagação
imaginária de muitas pessoas, que se inquietam em perguntar no seu íntimo:
porque somente eu escrevo acerca dos fatos referentes aos desacertos do governo,
quando ele tem feito muitas, importantes e úteis obras em benefício da população,
que realmente são tantas que nem caberiam nesta página?
A resposta parece muito fácil e até sábia, no
sentido de que o presidente da República com as grandezas mil do Brasil é
eleito somente para a realização de obras e benfeitorias em prol do povo e do
país e estas são tão visíveis, à luz solar, que nem precisam ser destacadas,
mas as falhas e os desacertos praticados por seu governo carecem sim de críticas,
censura e observações, porque eles não fazem parte das metas de campanha
eleitoral e precisam ser apontados, como forma de dizer que eles são
inaceitáveis e devem ser evitados, por serem prejudiciais ao interesse público.
Quem conhece metas e planos de candidatos a cargo
público eletivo contendo alguma hipótese de desacerto na sua gestão, como, por
exemplo, apresentação ainda na campanha eleitoral de pedido de desculpas, no
sentido de que “não me levem a mal se, porventura, eu cometer algo que não seja
do agrado do povo, porque quem é humano pode incidir no erro” ou algo parecido?
Certamente que não, porque todos os candidatos só
prometem realizar maravilhas no seu governo ou na sua gestão e isso, quando
concretizado, passa a ser apenas cumprimento do prometido, ou seja, que não
precisa ser elogiado, por ser compatível com a meta prévia.
Não obstante, muitos governantes são indignos de
reconhecer as suas falhas, os seus absurdos, as suas indelicadezas, enfim as
suas incompetências, porque quem não consegue ser fiel ao seu plano de trabalho
apresentado na campanha eleitoral, onde somente tem espaço para as boas e
maravilhosas realizações, deveriam, no mínimo, ter consciência sobre o que fez
de incompatível com o prometido, precisando dar a mão à palmatória e pedir
desculpas à sociedade que o elegeu, coma forma civilizada de não enganar
eternamente o povo por promessas não cumpridas de só fazer aquelas fantásticas obras
pretendidas na campanha, que tornam utópicas, na verdade, mas, enfim, de quem é
a culpa, do povo?
Finalmente, à vista dos fatos, compreende-se que,
em se tratando de homem público, parece não ser de bom tom, por haver precipitação
nisso, que ele se autoavalie, principalmente, inclusive para se lhe pretender a
atribuição da nota máxima, pelo fato de que ele pode não ter em mãos os
principais elementos capazes da formação de juízo para as exatas conclusões,
como parece ter acontecido com o mandatário brasileiro, que somente pode ter levado
em consideração os dados que ele entendeu valiosos para a elevação da sua nada
humilde autoestima, descartando as piores notas, quando os resultados mais
expressivos do seu desempenho estão mesmo em poder dos brasileiros sensatos,
que sabem perfeitamente qual a nota que ele realmente merece.
Brasília, em 20 de janeiro de 2021
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