Os congressistas dos Estados Unidos da América certificaram,
na madrugada de hoje, a vitória eleitoral do candidato democrata, momentos depois
que apoiadores do candidato derrotado terem invadido, por meio de ato de
violência, o Capitólio, que é sede do Congresso americano, em ataque que deixou
cinco mortes.
A
notícia se refere a uma mulher baleada pela polícia, enquanto as outras quatro
pessoas morreram em "emergências médicas", segundo as
autoridades policiais.
A sessão havia sido interrompida por causa da
violência, tendo sido retomada ainda à noite da quarta-feira, a tempo de se
confirmar o resultado sobre a vitória do candidato democrata.
O presidente americano divulgou comunicado, depois
da certificação em tela, no qual ele se compromete que haverá "uma
transição ordeira em 20 de janeiro".
Não obstante, o mandatário republicano aproveitou o
ensejo para reiterar as suas alegações infundadas de fraude eleitoral, dizendo
textualmente que "Embora eu discorde totalmente do resultado da eleição
e os fatos me confirmam, no entanto, haverá uma transição ordenada em 20 de
janeiro".
Após os referidos protestos, o Twitter bloqueou,
temporariamente, o presidente americano de usar sua própria conta para
mensagens consideradas com potencial de provocar "risco de violência".
O presidente disse ainda que "Eu sempre
disse que continuaríamos nossa luta para garantir que apenas os votos legais
fossem contados. Embora isso represente o fim do maior primeiro mandato da
história presidencial, é apenas o começo de nossa luta para Tornar a América Grande
Novamente".
O vice-presidente dos EUA, que preside o Congresso
desse país, declarou a certificação do resultado do pleito eleitoral, após os
legisladores contarem e confirmarem os votos eleitorais, com o resultado de 306
votos do candidato democrata e 232 do candidato republicano, tendo afirmando que
foi um "dia negro na história do Capitólio dos Estados Unidos".
A imprensa tinha informado que o presidente
republicano vinha pressionando seu vice-presidente, que presidia a sessão, para
bloquear a certificação do resultado, mas, com coragem e dignidade realmente
republicana, este disse ao Congresso, por meio de carta, que não tinha "autoridade
unilateral para decidir quais votos eleitorais deveriam ser contados".
Por sua vez, o líder republicano do Senado também
rompeu definitivamente com o presidente norte-americano, em declaração feita em
discurso emocionado, no plenário da Câmara, ao dizer que "Se esta
eleição fosse derrubada por meras alegações do lado perdedor, nossa democracia
entraria em uma espiral mortal."
O líder democrata do Senado criticou a multidão no
Capitólio como "desordeiros e insurgentes, capangas e bandidos,
terroristas domésticos", tendo dito que o presidente "tem
grande parte da culpa".
Uma senadora disse que não podia mais, em sã
consciência, votar contra a certificação, como havia planejado originalmente,
citando a invasão "abominável" do Capitólio.
Fora de dúvida, a invasão à sede do Congresso
norte-americano atingiu o ápice da insanidade incentivada e respaldada, de
maneira inflamada, logo pelo presidente da maior nação democrática do planeta,
o que aumenta em muito o nível da insensibilidade quanto ao desprezo aos
valores da pátria e do seu povo, ante à demonstração de atitude exclusivamente
na defesa de interesse pessoal de político absolutamente desqualificado, à
vista da completa insensatez de se recomendar a ação popular contra a certificação
de resultado eleitoral reconhecido pelas autoridades eleitorais revestido de
regularidade e validade jurídica.
Sobre o resultado das eleições norte-americanas, é
preciso que se ressalte que mais de 60 processos judiciais foram impetrados pelo
candidato derrotado, tratando de questionamentos sobre o processo eleitoral
realizado em novembro.
Ao que tudo indica, os recursos impetrados nos
tribunais competentes, pelo candidato republicano, se fundaram em meros boatos
sobre possíveis fraudes, diante dos veredictos unânimes dos julgados em negarem
provimento a todos, i.e., por mais que estrebuche o candidato derrotado, ele não
provar as suas alegações sobre fraudes no processo eleitoral.
Ou seja, os pedidos judiciais não mereceram acolhimento
e isso apenas significa o fracasso dos argumentos por parte de quem não queria
aceitar o resultado considerado legítimo e regular pelas autoridades eleitorais
dos 50 estados norte-americanos, que declararam, à unanimidade, a inexistência
de irregularidades nos procedimentos pertinentes.
Cabe frisar que a legitimidade do processo
eleitoral norte-americano foi respaldo pelos tribunais onde os recursos
questionando possíveis fraudes não tiveram guarida, ou seja, quando não são aceitados
os apelos sobre dúvidas inerentes ao pleito eleitoral, resulta na confirmação
da sua legitimidade e isso aconteceu com relação aos fatos colocados sob
suspeitas pelo candidato perdedor, que demonstrou não possuir o menor
sentimento de civilidade e patriotismo, preferindo contribuir para a barbárie e
a insurreição contra os princípios garantidores da democracia e da República.
Brasília, em 8 de janeiro de 2021
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