sexta-feira, 17 de junho de 2022

A força da verdade

 

Em crônica que fiz crítica ao desempenho do governo brasileiro, mostrando que o verdadeiro estadista fica cuidando, com o exclusivo empenho, dos assuntos inerentes ao relevante cargo presidencial, sem necessidade acusações e agressões a ninguém, porque ele precisa ser o espelho para os brasileiros.

Um distinto seguidor de meus textos escreveu mensagem, dizendo o seguinte: “Valeu meu amigo... De todo seu relato vejo que vc não é eleitor de Bolsonaro... Daí fica fácil para vc fazer seu julgamento de forma parcial.”.

Em resposta à aludida mensagem, eu disse que o juízo de valor dessa pessoa pode ter sido equivocado, porém compreensível, por achar que todo eleitor de determinado candidato precisa fechar os olhos para os erros praticados por ele e isso ele, lamentavelmente, deixou muito claro, na mensagem acima.

Ao contrário do que ele avaliou, eu votei no atual presidente, mesmo sabendo que ele não preenchia os requisitos necessários para um perfeito estadista, sob as minhas avaliação e interpretação quanto aos princípios da competência, da sensibilidade e da ponderação exigidos para o exercício da gestão pública, em especial da relevância do principal cargo do país.

No momento, diante do cenário político, o presidente do país, na minha avaliação, leva vantagem sobre os demais adversários, inclusive com relação ao principal opositor dele, que imagino que nem candidato será, porque se trata de político em plena decadência moral, que há de reconhecer, de moto próprio, por sua inutilidade diante a grandeza do Brasil, que não o merece, justamente em razão do seu tenebroso e nefasto patrimônio político, que não condiz com os princípios da moralidade e da dignidade.

 À toda evidência, o mencionado político foi denunciado, em especial, por seu envolvimento em degradantes escândalos de corrupção, na forma do mensalão e do petrolão, que aconteceram precisamente no governo dele.

Em nome do Brasil, não tem outra alternativa senão votar no menos pior de todos os candidatos, em forma de voto útil, que tem por finalidade não se permitir a volta do caos para o Brasil, ressalvando que isso é o meu entendimento, independentemente do que o referido cidadão possa pensar, lamentando que ele tenha se precipitado em fazer juízo de valor sobre as outras pessoas, como no meu caso, em especial sobre as preferências delas, exatamente porque eu acho que isso não é de bom tom, como conduta de civilidade, diante da evolução da humanidade.

E importante que eu repilo que não faço julgamento parcial, como ele afirma, porque as minhas avaliações são fruto da minha modesta capacidade de análise sobre os fatos da vida, procurando ser a mais completa e ampla possível e sem parcialidade, de modo que tenho por  princípio o maior alcance possível do sentimento de justiça.

Eu não sou obrigado a idolatrar o presidente do país nem apoiar cegamente o ele faz, como muitas pessoas fazem, naturalmente sob seus critérios de avaliação muito mais vinculadas à cega ideologia, porquanto cada pessoa tem a sua verdade e o seu critério de avaliação e a minha não é igual à de ninguém, como no caso da dele, que deve ser bastante acurada, mas somente para ver bondade nos atos do ídolo dele, que não tem condições de enxergar senão somente as boas qualidades que são vistas no presidente brasileiro.

 É preciso que se respeite os sentimentos e as opiniões das  pessoas, que têm direito de interpretar o desempenho e o comportamento do presidente do país por ângulos até mesmo diferentes e isso é exigência de princípios, como forma de aceitação das salutares relações diplomática e democrática.

Por esse motivo, não tem o menor cabimento que alguém julgue o comportamento de outrem como sendo parcial e ainda tendo o atrevimento de atribuí-lo como tal, porque isso não condiz com os princípios da civilidade e do respeito que precisam imperar no âmbito da sociedade.

Sei que não tenho direito algum de dizer tudo o que escrevi neste texto, mas fui obrigado a fazê-lo em nome do respeito à dignidade à pessoa, uma vez que eu sou pessoa pública e não poderia me calar diante de fortes acusações, em especial à de parcialidade nas minhas análises e nos meus julgamentos, quando, ao contrário, o meu silêncio sobre isso implicaria a aceitação tácita de tão grave e graciosa acusação, segundo penso, notadamente porque ser parcial é o mesmo que ser injusto e a injustiça é sempre condenável, sob a ótica vista pelos homens bons, puros e justos.

É preferível a franqueza das palavras à maciez da mentira, na esperança de que o mencionado cidadão possa refletir e evitar fazer juízo de valor sobre as pessoas, porque é possível que os conceitos dele possam ser dissonantes dos sentimentos verdadeiros das pessoas.

Brasília, em 17 de junho de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário