A depender de investigação,
o então ministro da Educação, que é religioso pastor fundamentalista, abriu caminho
aos cofres da pasta para atendimento de demandas de dois pastores, segundo informes
sob as bênçãos da bancada da Bíblia e a proteção do presidente do país.
Esse esquema criminoso
foi confessado em sinceridade pelo próprio ministro, conforme gravação em cerimônia
com prefeitos aliados e divulgada por importante
jornal.
O ministro apenas disse
que os pastores mantinham lobby por verba para prefeitos aliados com o respaldo
do presidente do país, embora ele tivesse tentado negar o que constava da
gravação e o estrago político foi realmente inevitável.
Ou seja, o escândalo do
bolsolão ganhava contorno muito claro, dependendo apenas da identificação dos
envolvidos, mesmo porque fala-se em pagamento de propina, à vista de denúncias
feitas por prefeitos.
O desempenho do governo
vem há tempo capengando ao embalo de escândalos desnecessários, mas eles
acontecem precisamente por causa de sentimentos inescrupulosos, como as tramoias
envolvendo recursos da União, na forma mais do que vergonhosa, degradante e imoral
do “orçamento secreto”, quanto à sonegação premeditada de informações sobre as
despesas públicas, a se permitirem superfaturamento na compra de tratores e vacinas,
além de muitas falcatruas certamente inevitáveis, à vista da falta de transparência
e prestação de contas com relação aos gastos.
Os procedimentos
indecentes e vergonhosos, quanto ao orçamento secreto, só demonstram
indignidade e infringência às regras orçamentárias, que são atos próprios das
piores e desprezíveis republiquetas, porque elas não têm o menor escrúpulo em
menosprezar os princípios republicanos, que são fundamentais à seriedade no
trato da coisa pública.
É princípio constitucional que o
Estrado seja laico, ou seja, que nele não pratique a defesa da religião e muito
menos que o Deus esteja no centro da gestão pública, como assim vem exercendo o
mandato, em verdadeiro confronto direto com a Carta Magna.
A verdade é que o
presidente do país invoca insistentemente o nome de Deus em vão, exclusivamente
para angariar a simpatia de adeptos à causa pessoal de poder.
A CPI da Covid do
Senado Federal já tinha identificado esquema parecido no Ministério da Saúde,
que também não foi diferente no Ministério do Turismo, onde neste, houve
denúncia sobre desvio de verbas, mas o presidente do país se mostrou intrépido
e fervoroso adepto do fundamentalismo de resultados, sem acreditar em
desonestidade no seu governo.
Segundo consta na
denúncia de intermediadores, havia sim desmandos com viés interesseiro, tal e
qual de operadores de um gabinete paralelo, para a administração do esquema
criminoso, sempre com o recebimento por fora, em claro estilo clássico de
corrupção.
O Ministério da
Educação converteu-se em aparelho do crime organizado, militando sob as preces
de venais cupinchas do presidente, que foi submetido ao proselitismo político,
contaminado pela podridão dos interesses escusos, sendo magnânimo na distribuição
de postos-chaves aos aproveitadores do Centrão.
O cerne do problema é,
na essência, o presidente da República, que aderiu ao protagonismo de
administração que contribuiu para o apodrecimento precoce da gestão pública, diante
de atos concessivos ao Centrão, ao meio de denúncias de delitos e pedidos de
impeachment a perder de vista, fatos estes que ajudam ao descrédito do governo.
A sua gestão vem
gerando encrencas e descalabros de toda ordem, que deixam marcas visíveis, que ainda
contribuem para aprofundar as calamidades em vários setores do governo.
O tráfico de influência
salta aos olhos, sob o comando do grupo político que o presidente do país
chamava, na campanha eleitoral, de velha política, mas hoje, ele é um dos
principais integrantes dele, no caso, o Centrão.
Trata-se de situação de
claro vexame, no que se refere à distribuição ilegal de verbas como vem
ocorrendo por meio do orçamento secreto, exclusivamente para a compra da
consciência de parlamentares, que vendem seus votos em apoio aos projetos do
governo.
Já se tornaram praxe as
liberações e empenhos de milhões de reais para o “atendimento especial”
aos amiguinhos do presidente do país, em verdadeiro circuito paralelo de favores
para saques na “boca do caixa”, na forma do orçamento secreto, em clara forma
de corrupção sem freio, em confronto com os princípios da moralidade, da
honestidade e da dignidade na gestão pública.
Urge que os verdadeiros brasileiros
repudiem a falta de conscientização do presidente da República, quanto aos
princípios republicanos da moralidade e da dignidade na gestão pública, de modo
que ele possa entender a real finalidade do exercício do mandato presidencial, na
defesa da legitimidade e da qualidade dos atos administrativos, exclusivamente quanto
ao atendimento dos fins essenciais da sociedade, ou seja, do interesse público.
Brasília,
em 23 de junho de 2022
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